Cursos Superiores de Saúde Ambiental: mudança de paradigma

No ano de 1995, com a publicação do Decreto-lei n.º 117/95 de 30 de Maio, evidenciou-se a necessidade de pessoal mais qualificado na área da Saúde Ambiental, face aos desenvolvimentos que se registavam na altura.

Hoje, esta já não é a situação presente.
A saúde tem estado, desde há algum tempo a esta parte, em profunda reestruturação e a Saúde Ambiental ao nível dos Serviços de Saúde Pública não é excepção.
A última vez que me recordo de haver admissões, para lugares de quadro, de Técnicos de Saúde Ambiental já foi há alguns anos.

Actualmente, e tanto quanto julgo saber, a área da Segurança e Higiene do Trabalho tem sido o nicho de mercado de trabalho por excelência para os recém licenciados. As competências adquiridas nesta área, ao longo dos anos de formação, têm sido uma mais valia, garantindo, dessa forma, o seu ingresso no mercado de trabalho.
É por isso que já há quem se questione se actualmente as escolas onde o curso de Saúde Ambiental é leccionado, promovem a formação de Técnicos de Saúde Ambiental ou de Técnicos Superiores de Segurança e Higiene do Trabalho. Esta é, também, uma dúvida que eu tenho.

Apesar de conhecer a designação das unidades curriculares dos vários cursos de Saúde Ambiental (Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Piaget e Escola Superior de Saúde de Beja) confesso que desconheço os seus conteúdos. Por isso admito que sejam condicentes – na íntegra, parcialmente, ou em nada – com  os conteúdos abordados nos cursos que conferem a certificação de aptidão profissional de Técnico Superior de Segurança e Higiene do Trabalho – Nível V, a saber:

  • Estatística e fiabilidade;
  • Legislação, regulamentos e normas de segurança, higiene e saúde do trabalho;
  • Gestão das organizações;
  • Gestão da prevenção;
  • Avaliação de riscos profissionais;
  • Controlo de riscos profissionais;
  • Organização da emergência;
  • Higiene do trabalho;
  • Segurança do trabalho;
  • Ergonomia;
  • Psicossociologia do trabalho;
  • Técnicas de informação, de comunicação e de negociação;
  • Concepção e gestão da formação.

Esta é uma confirmação, ou infirmação, que só o corpo docente e os discentes poderão fazer, mas é uma dúvida que deixo no ar e que seria de esclarecer.
Até ao momento, com base na nossa formação de base em Saúde Ambiental, tem-nos sido dada a certificação de aptidão profissional de Técnico Superior de Segurança e Higiene do Trabalho, deduzo que por cumprirmos o requisito definido na alínea a) do número 1 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 110/2000 de 30 de Junho (Licenciatura em curso que se situe na área da Segurança e Higiene do Trabalho reconhecido pelo Ministério da Ciência e do Ensino Superior e homologado pela entidade certificadora para efeito de atribuição do certificado de aptidão profissional). Em relação a esta questão, espero que não haja qualquer equívoco.
Mas tantas dúvidas, tantas incertezas, teriam uma saída condigna, face à adequação dos cursos ao Processo de Bolonha.

Sempre fui apologista de um primeiro ciclo de estudos (conducente ao grau de licenciado) de três anos, seguido de um segundo ciclo de estudos que conferiria o grau de mestre e que se reportaria a uma especialização numa das várias áreas onde podemos desenvolver a nossa actividade.
Se no primeiro caso seríamos Técnicos de Saúde Ambiental, já no segundo, optando por um mestrado em Segurança e Higiene do Trabalho, com os conteúdos claramente adequados para efeitos de certificação de aptidão profissional de Técnico Superior de Segurança e Higiene do Trabalho, poderíamos vir a sê-lo e todas as dúvidas que me têm assolado, deixariam de fazer sentido. Obviamente que isto não inviabiliza um primeiro ciclo de estudos de quatro anos.

Para mais (algumas) informações:

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Nota: texto elaborado na sequência de um pedido formulado por um grupo de alunas do 1.º ano do Curso de Saúde Ambiental da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto
. Ilustração recolhida no blogue de Helio Jampa.

Espanha precisa de enfermeiros

Para os interessados, profissionais de enfermagem, o grupo Hospiten está a proceder ao recrutamento de enfermeiros para as suas unidades hospitalares de Tenerife e Lanzarote (Canárias).
Atentem!… Oferecem entre 19 mil e 21 mil euros brutos mensais, além do subsídio de férias, horas extraordinárias e outros suplementos. Os contratos serão sem termo e os profissionais, que devem ser, obviamente, licenciados em Enfermagem, devem ainda estar registados na Ordem dos Enfermeiros e falar castelhano. Irão ainda receber formação inicial.
Os interessados deverão enviar carta de motivação e curriculum vitae em castelhano para eures@iefp.pt.

Além desta proposta, a Orden Hospitalaria de San Juan de Dios também está a recrutar para Saragoça, Madrid e Palma de Maiorca. Ofereçe entre 21 mil e 24 mil euros brutos. Carta de motivação e curriculum vitae devem ser enviados para Patrícia Simões.
Para quando propostas desta natureza para Técnicos de Saúde Ambiental?
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Fonte: suplemento “Primeiro Emprego” do Jornal “Correio da Manhã“, edição de 30 de Maio de 2008.
Nota: ilustração recolhida no Blog de FernandoPH.

Eu não vou…

Por questões ambientais, deveriamos evitar ir, independentemente do dia.
Contudo, essencialmente por questões económicas…

Fazendo lembrar a “Mudança de Paradigma” da Saúde Pública…

Comportamento violento na idade adulta relaccionado com intoxicação por chumbo na infância

De acordo com a Agência Lusa, citada pela RTP (Notícias), “Um estudo científico norte-americano estabeleceu, pela primeira vez, uma ligação entre a intoxicação por chumbo nas crianças e um comportamento criminal ou violento na idade adulta”.

«Publicado no jornal PLos Medicine, o estudo da Universidade de Cincinnati abrangeu 250 crianças de bairros da cidade, onde as casas têm uma forte taxa de chumbo.
As crianças foram seguidas durante cerca de 30 anos, desde o seu nascimento até à idade adulta, para avaliar os efeitos a longo prazo de uma intoxicação crónica por chumbo, desde a mais tenra idade.
A presença de chumbo no sangue foi analisada regularmente, desde a gravidez da mãe até à criança atingir os seis anos e meio.
Os níveis de chumbo foram de seguida comparados com os processos judiciais dos indivíduos, já adultos.
“Os investigadores descobriram que, aqueles que tinham uma forte taxa de chumbo antes do nascimento e ao longo da pequena infância, eram mais presos por crimes violentos do que o resto da população com idades superiores a 18 anos”, informa a equipa de investigadores conduzida por Kim Dietrich, professor [do Departamento] de Saúde Ambiental na Faculdade de Medicina da Universidade de Cincinnati.
Pela menos 55 por cento das pessoas estudadas forma presas pelo menos uma vez, 28 por cento das quais por assuntos relacionados com droga.
A correlação mais nítida entre os níveis de chumbo no sangue e delinquência diz respeito a detenções por actos violentos.
“As crianças dos bairros desfavorecidos mantêm-se muito vulneráveis à exposição ao chumbo”, indica Dietrich

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Nota: ilustração recolhida no sítio do
Lead Education and Abatement Design Group.

Insólitos da Saúde Ambiental: o avião, as salinas e o rio

Há coisas de difícil explicação e esta é, seguramente, uma delas. Se alguém tiver uma explicação plausível, que a evidencie. A minha explicação será dada mais tarde.
A fotografia que vos mostro foi tirada hoje de manhã, na freguesia do Forte da Casa, concelho de Vila Franca de Xira, e mostra um avião da TAP no meio das antigas salinas que se encontram junto à linha da REFER que faz a ligação entre Lisboa e o Porto.
No percurso entre uma das piscinas do concelho e o centro de saúde, a Carla Nunes, uma das estagiárias do Curso de Saúde Ambiental da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, gritou: olha ali um avião da TAP!!
Olhei para o céu e nada vi. Não!!… Ali ao pé do rio, disse ela.
Parámos e não resisti a tirar uma fotografia deste momento insólito, só observável porque nós, Técnicos de Saúde Ambiental, desenvolvemos actividades predominantemente na rua, junto da comunidade.
Mas agora uma dúvida me assolou. Será que mais uma vez o novo aeroporto de Lisboa mudou de localização?

Rio abaixo no Fluviário de Mora

Foi já no ano passado que passei uma tarde no Fluviário de Mora.
Ali poderão fazer uma viagem ao longo do curso de um rio (exemplo de um rio ibérico), da nascente à foz e observar diferentes tipos de habitats e os seres vivos que neles vivem.
Algumas das espécies de água doce, já desaparecidas dos nossos rios, como o esturjão, e outras ainda que urgem pela atenção do Homem, podem ali ser vistas.
No Fluviário de Mora podem ainda descobrir algumas espécies que também vivem em ambientes de água doce, embora noutros locais do mundo.
Localizado no concelho de Mora (distrito de Évora), o Fluviário de Mora encontra-se inserido no Parque Ecológico do Gameiro (freguesia de Cabeção), que possui vários espaços onde poderão passar momentos muito agradáveis. Têm um parque de merendas, uma praia fluvial, um pequeno estabelecimento de bebidas com uma esplanada e um pequeno espaço de jogo e recreio para os mais novos.
Deixo-vos esta sugestão… independentemente de serem, ou não, Técnicos de Saúde Ambiental, não deixem de visitar.
Para aqueles que se dedicam à Educação Ambiental, esta será uma visita de trabalho.

Pedro Bento, sete meses depois, eis finalmente a explicação do que me levou à “terrinha”.