A construção de Cidades Saudáveis e o papel das autarquias

Hoje, 7 de Abril, dia em que se comemora o Dia Mundial da Saúde (ver Dia Mundial de Saúde 2010: Urbanismo e Saúde e Dia Mundial da Saúde: “1000 Cidades, 1000 Vidas”) deixamos aqui aquela que foi a noticia publicada ontem no jornal Destak, a propósito deste tema.

Autarquias têm papel fundamental na construção de cidades saudáveis

A arquitecta da Direcção Geral de Saúde (DGS), Cláudia Weigert, afirmou que, muitas vezes, está “nas mãos” das autarquias impulsionar a construção de “cidades mais saudáveis” que promovam a “saúde das pessoas”.

Os efeitos da urbanização sobre a saúde das populações é o tema deste ano do Dia Mundial da Saúde, que se assinala quarta feira, sob o lema “1000 cidades – 1000 vidas”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pretende “chamar a atenção para se fazer um planeamento urbano que promova cidades saudáveis e a saúde das pessoas”, disse à Lusa a arquitecta.

“Na vertente de planeamento urbano, as autarquias podem ser agentes muito importantes na construção de cidades mais saudáveis”, sustentou Cláudia Weigert, da Divisão de Saúde Ambiental da DGS.

Para a arquitecta, a forma como se organizam os transportes e a quantidade de espaços verdes motivam uma maior “mobilidade das pessoas” e, consequentemente, mais “conexões sociais”.

“É necessário fazer um planeamento em que se consiga aproveitar ao máximo os espaços que existem” e transformá-los em espaços verdes que contribuam para a diminuição do ruído e da poluição atmosférica, defendeu.

Cláudia Weigert realçou alguns avanços nesta área por parte das autarquias, mas ressalvou que ainda há muito caminho a percorrer.

Muitas autarquias estão a apostar na criação de pistas para bicicletas, mas esquecem-se de fazer parques de estacionamento para este meio de transporte, exemplificou.

Em muitas cidades europeias, as bicicletas são usadas como meio de transporte, enquanto que em Portugal é mais como desporto: “O que eu verifico é que, muitas vezes, as ciclovias não têm estacionamento, as pessoas são obrigadas a andar e voltar para casa porque não têm onde estacionar”, comentou.

“Se houvesse estacionamento, com alguma vigilância, junto às grandes estações de transportes públicos, superfícies comerciais e outros locais, provavelmente as pessoas utilizavam mais a bicicleta”, defendeu.

Cláudia Weigert acrescentou que todo o exercício físico que se possa fazer nas cidades contribui para “trabalhar” doenças como a osteoporose, diabetes, cancro e obesidade, reduzir o risco de doenças cardiovasculares e retardar problemas associados à idade.

A DGS está, desde 2003, a desenvolver junto das autarquias o projecto “Habitação e Saúde” – promovido pela OMS -, tendo em conta as implicações que a habitação e a sua envolvente têm na saúde das pessoas.

O projecto pretende descobrir as relações existentes entre a habitação e a saúde, de modo a que se estudem os principais factores que afectam a saúde das populações e os municípios possam elaborar planos para minimizar os problemas detectados e melhorar a qualidade de vida.

“Nós já fizemos protocolos com algumas autarquias para desenvolver esses projectos. Depois do estudo feito, as autarquias perceberam quais eram as principais queixas das populações e as áreas onde tinha de actuar”, explicou a arquitecta.

Conferência “Pensar Verde no Local de Trabalho”

De acordo com a informação que recebemos da Fundação Calouste Gulbenkian, a Embaixada dos EUA em Portugal tem vindo a fazer, de há algum tempo a esta parte, um esforço considerável para reduzir a sua pegada ecológica. Passados os primeiros dois anos, assumem ter ainda um longo caminho a percorrer mas garantem permanecerem empenhados em tornar a Embaixada um local de trabalho mais amigo do ambiente. À medida que as mudanças necessárias têm sido implementadas, têm encontrado desafios e obstáculos importantes que acreditam não serem muito diferentes dos que as instituições públicas e privadas portuguesas enfrentam diariamente.

É nesse contexto, que a Embaixada decidiu promover a iniciativa “Pensar Verde no Local de Trabalho”, uma conferência sobre boas práticas ambientais no meio laboral. Marcado para o dia 16 de Abril, o evento terá lugar no auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian, que apoia a iniciativa (Programa Gulbenkian Ambiente). A ideia é que possam partilhar sucessos e falhanços e, juntos, encontrar o melhor rumo a seguir.

Caso tenham interesse e disponibilidade para participar na conferência, confirmem a vossa participação até ao dia 12 de Abril para um dos seguintes contactos: opalisbon@state.gov ou 217702439/35.