A Técnica de Saúde Ambiental e as cianobactérias da barragem do Caia

Deixo-vos a notícia publicada hoje no Portal do Município de Campo Maior, a propósito da interdição para banhos da água da Barragem do Caia, por tempo indeterminado, devido à possível contaminação por cianobactérias.

Esta notícia reveste-se de alguma relevância porque, para além do tema em apresso, coloca em destaque a colega, Técnica de Saúde Ambiental, Andreia Simões. Atentem ao pormenor da “luva”.

«A água da Barragem do Caia encontra-se interdita para banhos por tempo indeterminado devido a possível contaminação por cianobactérias.

Segundo Andreia Simões, Técnica de Saúde Ambiental do Centro de Saúde de Campo Maior, este não é um fenómeno regular e pode ocorrer dependendo de vários factores, nomeadamente mudanças da temperatura da água e da qualidade dos nutrientes que a compõem.

A técnica procedeu à colheita da massa que se encontra à superfície da água e em profundidade, que seguirá para laboratório a fim de identificar a espécie de cianobactérias e confirmar a sua toxicidade. Andreia Simões explica ainda que a cor azulada da massa que se encontra à superfície depende do tipo de cianobactéria, podendo esta apresentar outras tonalidades, nomeadamente o verde ou o vermelho. Também o cheiro intenso que se sente nas zonas afectadas é consequência do surgimento desta bactéria, que na superfície da água acaba por morrer e libertar este odor.

“Este fenómeno é prejudicial para a saúde humana mas também para animais e plantas [e eu que pensava que até poderiam ter um papel benéfico para as plantas, ou não?]. Pode provocar vários problemas de saúde, nomeadamente problemas de pele e respiratórios, por isso não são aconselháveis os banhos ou quaisquer práticas aquáticas neste momento. Deve evitar-se que os animais se aproximem da barragem para beber água”, aconselha a técnica ambiental.

A Barragem do Caia, a maior no distrito de Portalegre, abastece os concelhos de Elvas, Campo Maior e Arronches. No entanto, a qualidade da água para consumo doméstico não está em risco. Paula Campos, delegado de Saúde de Campo Maior, afastou qualquer cenário de alarmismo e impacto na saúde pública.

“É uma situação temporária e normal nas albufeiras com características como a do Caia, com água rica em nutrientes agrícolas e parada. Agora, devido às mudanças climáticas, nomeadamente o aumento de temperatura, as algas vieram à superfície”, explicou.

Esta situação está também a ser seguida de perto pela Guarda Nacional Republicana através do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente, que tem uma equipa destacada no nosso concelho.»