Alunos terminam greve de fome

Faz hoje 10 anos que a greve de fome terminou.
O texto que a seguir vos transcrevo, foi notícia do Correio da Manhã do dia 19 de Dezembro de 1996.
 
Os doze alunos da Escola Superior de Tecnologia da Saúde [de Lisboa] que desde as nove horas de terça-feira se encontravam em greve de fome em frente ao Ministério da Saúde, terminaram ontem, pelas 17 horas, o seu protesto. Visivelmente abatidos, os estudantes, que exigem a substituição da actual direcção daquele estabelecimento de ensino, receberam da parte de Maria de Belém a garantia de que “a escola ia ter um novo director”, razão pela qual “decidimos pôr fim à greve”.
A confirmarem-se as garantias dadas pelo Ministério da Educação aos estudantes, ou seja, a substituição do director da Escola Superior de Tecnologia da Saúde, Gomes da Silva, a acção dos alunos teve o efeito desejado. Mas nem por isso os grevistas mostravam sinais de grande contentamento.
“A assessora da sr. ministra disse-nos que já tinham novo director para a escola, mas, na prática, continuamos na mesma, enquanto não virmos a decisão no papel. Para já, só serve para irmos comer”, considerou Rafael Bernardo, um dos estudantes que se ofereceu para participar nesta iniciativa. “A falta de respeito e de desprezo com que temos sido tratados não permite ter grande confiança. Mas pode ser que desta vez se passe das palavras à prática”, acrescentou.
Para os estudantes, a actual direcção da escola implantou um modelo de gestão que levou à degradação dos 10 cursos ali leccionados. Mas há mais: uma grande percentagem de alunos não têm aulas, nem sequer horários: “Já perdemos um semestre, esperamos não perder o ano inteiro”.
Os alunos acusam ainda a direcção de ter afastado cerca de 90 por cento do corpo docente.
Gomes da Silva contesta as acusações dos estudantes, garantindo que está a aplicar o esquema de ensino já vigente quando tomou posse no cargo, em 1995.
Seja como for, desde há muito que a Escola Superior de Tecnologia da Saúde vive nalguma agitação, com os estudantes a protestar contra a direcção da escola. Um processo que teve terça-feira a sua expressão maior, quando um grupo de 12 voluntários “em representação de todos os alunos”, decidiu fazer greve de fome, em frente ao Ministério da Saúde.
O relato da experiência, tão dura quanto inesquecível, aqui fica, pela voz de Rafael Bernardo.
“Não foi fácil, sobretudo durante a noite. Fazia frio, estava chuva e o barulho era grande. Praticamente não conseguimos dormir. A única coisa que ingerimos foi água, isostar e pacotes de açúcar”, disse. “É uma luta contra nós mesmos. São momentos de tensão, de nervosismo. Enquanto falávamos uns com os outros, o tempo ainda se passava mais ou menos. O pior era quando não falávamos, quando se fazia silêncio. E foram muitos os momentos de silêncio”, acrescentou.
“Para já, as coisas terminam aqui. Estamos cansados, tontos e agitados com tudo isto. Esperemos que tenha valido a pena”, concluiu.
No próximo dia 6 de Janeiro, as aulas reabrem. O desejo dos estudantes é apenas um: “Que um novo director tome posse”.
Paulo Santos
Os doze alunos da Escola Superior de Tecnologia da Saúde [de Lisboa] que desde as nove horas de terça-feira se encontravam em greve de fome em frente ao Ministério da Saúde (...)

Ao cabo de 32 horas sem comer, os estudantes da Escola Superior de Tecnologia da Saúde [de Lisboa] tinham, naturalmente, um ar cansado (Foto Vítor Rios)

Educação para a Saúde e Ambiente – mudança de paradigma ou carolice?

Estamos numa época em que de forma sistemática, uma vezes mais explícita que outras, se ouve falar em mudanças de paradigma; é o da Saúde Pública, o da Saúde Ambiental (cada vez mais conhecido como Ambiente & Saúde), …
Podiamos atirar a moeda ao ar, admitindo que a moeda teria dezenas de caras e ainda assim, as mudanças de paradigma seriam mais.

Precisaremos que alguém nos aponte o caminho ou nos acene um molho de folhas soltas apregoando a mudança, ou a mudança já chegou e ninguém notou?

Há quem tenha mudado de paradigma à anos. Corrijo!
Há quem à anos, por carolice, tente promover a mudança de paradigma. Tente promover a mudança de paradigma ao nível dos desempenhos, das abordagens, das metodologias e não das regalias, dos protagonismos e dos compadrios.

A título de exemplo…


Afinal falamos de quê?!… Mudança de paradigma ou carolice?

Dia Internacional dos Direitos da Criança

Declaração dos Direitos da Criança
Proclamada pela Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 20 de Novembro de 1959.
Princípio 7.º
A criança tem direito à educação, que deve ser gratuita e obrigatória, pelo menos nos graus elementares. Deve ser-lhe ministrada uma educação que promova a sua cultura e lhe permita, em condições de igualdade de oportunidades, desenvolver as suas aptidões mentais, o seu sentido de responsabilidade moral e social e tornar-se um membro útil à sociedade.O interesse superior da criança deve ser o princípio directivo de quem tem a responsabilidade da sua educação e orientação, responsabilidade essa que cabe, em primeiro lugar, aos seus pais.A criança deve ter plena oportunidade para brincar e para se dedicar a actividades recreativas, que devem ser orientados para os mesmos objectivos da educação; a sociedade e as autoridades públicas deverão esforçar-se por promover o gozo destes direitos.
Para ler a Declaração dos Direitos da Criança na íntegra, clique aqui.
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Imagem recolhida em Galeria Islame.

Dia Internacional da Tolerância

Hoje, aqui e lá fora, apregoa-se mas não se dá o exemplo. Mais aqui do que lá…

Campanha Todos Diferentes, Todos Iguais
Hoje, dia 16 de Novembro, pelas 17h00, no auditório da delegação Regional do IPJ de Lisboa, o Ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, acompanhado do Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias, e da Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Monizà, preside à cerimónia de lançamento da campanha Todos Diferentes, Todos Iguais.
Trata-se de uma campanha internacional, no âmbito do Conselho da Europa, que em Portugal é lançada no Dia Internacional da Tolerância e cuja responsabilidade de promoção e desenvolvimento está a cargo do Instituto Português da Juventude (IPJ).

Esta campanha, promovida durante os anos de 2006 e 2007, é executada na generalidade dos 46 estados-membros do Conselho da Europa, visando a sensibilização pública para a integração e participação social, o respeito pela tolerância e compreensão mútua e a promoção da igualdade.
Em Portugal, pretende-se que esta campanha possa chegar a um maior número de jovens, sensibilizando-os para a necessidade de construção de uma sociedade inclusiva com respeito pela tolerância e pelos Direitos Humanos.

Simultaneamente, será lançado – numa edição conjunta do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas e da Comissão Nacional da UNESCO – um livro intitulado «A Tolerância». Trata-se de uma colectânea de textos do autor Zaghloul Morsy que nos permite conhecer melhor e aprofundar a problemática da tolerância ou dos seus contrários, a intolerância.

Dia Nacional do Mar

Comemora-se hoje, em Portugal, o Dia Nacional do Mar.
A não perder algumas das actividades a desenvolver no âmbito das comemorações deste dia.
Saiba mais aqui.

VOZES DO MAR

Quando o sol vai caindo sobre as águas
Num nervoso delíquio d’oiro intenso,
Donde vem essa voz cheia de mágoas
Com que falas à terra, ó mar imenso?…

Tu falas de festins, e cavalgadas
De cavaleiros errantes ao luar?
Falas de caravelas encantadas
Que dormem em teu seio a soluçar?

Tens cantos d’epopeias? Tens anseios
D’amarguras? Tu tens também receios,
Ó mar cheio de esperança e majestade?!

Donde vem essa voz, ó mar amigo?…
… Talvez a voz do Portugal antigo,
Chamando por Camões numa saudade!

Florbela Espanca
Poesia Completa
Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2000