Descobrindo o EVOA

O Tejo é um marco importante em Portugal, pois foi a partir dele que as naus partiram para os descobrimentos, e de onde ainda muitas famílias, através da atividade piscatória, retiram o seu sustento. O Tejo torna-se assim um “mar” de oportunidades.

Contudo não é só o ser humano que tira proveito do rio, pois também é o lar de muitos animais, insetos e plantas. É nas Lezírias, locais ao longo do Tejo muitos férteis devido à aglomeração de materiais em suspensão, que existe uma grande biodiversidade.

Para se perceber melhor o porquê da Reserva Natural do Estuário do Tejo ser um local de tanta biodiversidade, as estudantes Inês Ouro, Maria Inês Fernandes, Mariana Matos e Whitney Aprel, estudantes do primeiro ano do curso de licenciatura em Saúde Ambiental da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL) foram visitar o EVOA – Espaço de Visitação e Observação de Aves, o que acabou por dar origem a uma vídeo-reportagem a concurso no Jovens Repórteres para o Ambiente, um programa da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE).

A ideia de criar um espaço para observação e preservação de aves, como o EVOA, teve início em 2000 mas só teve aprovação para começar definitivamente em 2009. Este espaço permite ao visitante conhecer e desfrutar do património único existente entre as Lezírias e o Tejo.

O estuário acolhe durante todo o ano, diversas espécies de aves. Estas podem procurar este local apenas para repouso na sua migração ou mesmo para nidificação. Para assegurar a contínua atividade destes habitats criados para as aves, foi necessário plantar espécies de árvores autóctones como a tamargueira ou o junquilho-dos-salgados

A Biodiversidade é a variedade de seres animais e vegetais que são encontradas nos diferentes ambientes. É responsável por garantir o equilíbrio das espécies em todo o mundo. Porém a maior ameaça à biodiversidade é a ação humana, que vem transformando a natureza, gastando até ao limite todos os recursos nela existentes.

As alterações climáticas cada vez mais acentuadas também são uma ameaça à biodiversidade. Como por exemplo, a grande variação das temperaturas torna a migração para as aves cada mais difícil. É por isso importante ter mais espaços para estas poderem habitar e nidificar.

O EVOA privilegia a biodiversidade. Esta é essencial à vida e fornece os meios necessários à subsistência do Homem. É também a base para a evolução e adaptação a ambientes em transformação, o que a torna essencial ao desenvolvimento da vida num planeta que está em constante mudança. Nesse sentido este deve ser um tema de interesse para todos, uma vez que associado a uma má gestão dos espaços naturais, a perda da biodiversidade poderá ser uma realidade, o que acabaria por ter consequências significativas para a Humanidade.

Encontro Intercontinental Sobre a Natureza

O Encontro Intercontinental Sobre a Natureza – O2 é um evento cuja quinta edição se irá realizar entre os dias 21 e  27 de novembro de 2011 em Fortaleza no Ceará, e que nos foi dado a conhecer pela Janete Duarte (obrigado Janete).

Encontro Intercontinental Sobre a Natureza – O2 tem como objetivo promover a discussão sobre as questões do desenvolvimento sustentável ao nível intercontinental, salientando aquelas que são as condições atuais, os estudos realizados e as ações a serem implementadas numa perspetiva de gestão ambiental, além de mobilizar a população em geral para a consciencialização do interesse pela proteção da água, do meio ambiente, do turismo ecológico, da eco arte cultura (fazendo lembrar o CONSENSUS) e a convivência harmoniosa dos seres vivos em seu habitat.

O Oé um encontro bianual que acontece na cidade de Fortaleza em novembro dos anos ímpares com o objetivo de despertar na sociedade o interesse pela proteção da água, do meio ambiente, do turismo ecológico, da ecoarte cultura, com discussões de questões de desenvolvimento sustentável, ressaltando as atuais condições, os estudos e experiências realizadas e as ações a serem implantadas e implementadas para o manejo geoecológico da natureza no nível local e global.  Objetiva congregar líderes, cientistas e pessoas físicas e jurídicas comprometidas com a proteção da natureza e a sobrevivência do planeta que firma-se como um encontro de referência na disseminação das questões ambientais.

Ecoturismo e a consciência ambiental

O contacto com a natureza aproxima a população das questões ambientais e promove a conservação da biodiversidade

Através da aproximação física e afectiva entre cidadãos e os seus patrimónios históricos e naturais, o ecoturismo é uma das formas mais eficientes de promover a responsabilidade sócio-ambiental. Nesta matéria, Minas Gerais tem vindo a ser referência entre os estados brasileiros, tanto pela sua biodiversidade, como pelas suas políticas públicas de preservação. Com uma vegetação composta maioritariamente por paisagens da Mata Atlântica e do Cerrado, apresenta belas espécies de flora e de fauna, além de sítios arqueológicos de inestimável valor.

Actualmente, o estado possui 34 parques sob responsabilidade do poder público, sendo sete deles abertos a visitantes, com infra-estruturas para turismo e pesquisa científica. A eles, o Governo Estadual assegura a manutenção da mata virgem e do equilíbrio ecológico. Esta é também uma das contribuições do Governo de Minas Gerais para o combate dos efeitos do aquecimento global no planeta. Para se ter uma ideia, as matas nativas são responsáveis pela retenção de 1,5 bilhão de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera, por ano.

Entre os parques, destaca-se a Serra do Espinhaço, reconhecida, há quatro anos, como reserva mundial da biosfera pela Unesco. Neste complexo de montanhas, com 3 milhões de hectares de área, esta localizado um dos mais importantes viveiros de aves e um herbário, que facilita a identificação das diversas espécies de plantas. É de salientar que das 553 reservas da biosfera reconhecidas pela Unesco, sete estão no Brasil, entre elas a Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga, três biomas que formam a vegetação de Minas Gerais.

Segundo os órgãos de protecção, estes espaços são fundamentais para o desenvolvimento de uma consciência ambiental e cultural. Locais que para além de muita beleza natural, relatam a história ambiental do pais. Criado em 1944, a Serra do Espinhaço foi um importante palco da luta pela conservação ambiental do Brasil, durante a década 30. Pelo seu activismo, Dom Helvécio Gomes, arcebispo do município de Mariana, ficou conhecido como “o bispo das matas virgens” por liderar as primeiras manifestações pela transformação do espaço no parque estadual.

Museu do CháJá o Parque do Itacolomi proporciona o contacto com a memória económica, cultural e social do estado, em relação directa com as belezas de sua fauna e da flora. Nele, foi inaugurado recentemente o Museu do Chá, que recupera a história da plantação de chá do século passado, abandonada depois da Segunda Guerra Mundial. Além de toda a maquinaria, os visitantes encontram fotografias e objectos de época e um documentário que apresenta a história do chá, desde a sua origem na China até a sua introdução na região de Ouro Preto.

Outros cinco parques estaduais também estão abertos ao público: Ibitipoca, Nova Baden, Rio Preto, Serra do Brigadeiro e Serra do Rola-Moça. Todos são áreas de protecção ambiental sob a tutela do Instituto Estadual de Florestas (IEF). Mais 27 Parques Estaduais estão a ser criados pelo Governo de Minas Gerais para que também estejam habilitados a receber o público. Em consonância, o estado tem investido na conservação de áreas protegidas e na fiscalização à desflorestação de vegetação nativa, a maior causa do efeito de estufa no Brasil, facto que ainda coloca o país entre os cinco maiores emissores de gases no mundo.

Parque Estadual Nova Baden

Com a nova legislação florestal, por exemplo, a região estabeleceu regras mais rigorosas para o consumo e preservação de seus principais biomas, a Mata Atlântica e o Cerrado. A nova lei define prazo de 20 anos para a recomposição das Áreas de Preservação Permanente utilizadas para actividades agropecuárias (agronegócio). A meta é ampliar a cobertura vegetal nativa no território mineiro até 2023. A nova legislação ainda estabelece novas regras para recomposição das matas nativas e define períodos específicos para a redução do uso de produtos provenientes das matas nativas, em especial o carvão utilizado pelas indústrias de ferro gusa.

Este post foi adaptado de um texto que o Leonardo Sacco, via Brasil, nos fez chegar a propósito do Ecoturismo e a consciência ambiental. Obrigado ao Leonardo e à Thamires da Webcitizen pela colaboração que têm dado no Saúde ambiental…. E eu confesso que estou cada vez mais desejoso de visitar o Brasil, em especial o Estado de Minas Gerais e os seus parques. Lindo!