Workshop “Prevenção e Controlo de Legionella nos Sistemas de Água”

Irá ter lugar no próximo dia 3 de abril de 2019, no Auditório Carlos Ribeiro – LNEG – Polo de Alfragide, o workshop “Prevenção e Controlo de Legionella nos Sistemas de Água“, promovida pelo Comissão Setorial para a Água (CS/04) e pelo Instituto Português da Qualidade (IPQ), dando continuidade a eventos anteriores da mesma génese.

Comissão Setorial para a Água (CS/04)

O workshop “Prevenção e Controlo de Legionella nos Sistemas de Água” tem como destinatários os profissionais de Ambiente e Saúde Pública, Autarcas, técnicos de unidades hoteleiras, termais, piscinas e spa´s, técnicos de Administração Pública Central e Regional, entidades e empresas ligadas ao uso da água, docentes, investigadores e estudantes, sendo que será de particular interesse para os técnicos de Saúde Ambiental, assim como para os estudantes dos cursos de licenciatura em Saúde Ambiental das diferentes instituições de ensino superior.

A participação no evento é gratuita, mas limitada à capacidade da sala e de inscrição obrigatória (até 29 de março).

A Legionella é uma bactéria comum que pode ser encontrada, em número reduzido, em ecossistemas aquáticos como rios, lagos ou reservatórios. Quando inalada pelo Homem, pode causar a chamada doença do legionário – uma forma pouco comum de pneumonia, que pode ter graves consequências, em termos de Saúde Pública. As áreas de maior risco de infeção são aquelas onde se podem formar os aerossóis, como chuveiros e torneiras, termas, fontes, repuxos, banhos turcos e saunas, humidificadores, sistemas de ar condicionado e refrigerado (torres de refrigeração e condensadores de vapor), mesmo se situados em telhados ou no solo. Os estabelecimentos públicos, nos quais se incluem unidades hoteleiras, termais, espaços comerciais, hospitais, piscinas, etc., mais do que os privados, devem ter um programa de controlo efetivo do crescimento da Legionella, para que o risco da doença seja minimizado.

Workshop “Prevenção e Controlo de Legionella nos Sistemas de Água”

No próximo dia 21 de novembro de 2018, vai realizar-se o workshop “Prevenção e Controlo de Legionella nos Sistemas de Água” no Auditório do Instituto Português da Qualidade (IPQ), na Caparica. Promovido pelo Comissão Setorial para a Água (CS/04) e pelo IPQ, esta é uma iniciativa que vem na sequência dos workshops realizados sobre esta matéria ao longo dos últimos anos e cujo sucesso tem sido amplamente reconhecido.

Comissão Setorial para a Água (CS/04)

O workshop “Prevenção e Controlo de Legionella nos Sistemas de Água” tem como destinatários profissionais de ambiente e saúde pública (onde se incluem os Técnicos de Saúde Ambiental), autarcas, técnicos de unidades hoteleiras, termais, piscinas e spa´s, técnicos de administração pública central e regional, entidades e empresas ligadas ao uso da água, docentes, investigadores e estudantes.

A participação é gratuita mas limitada à capacidade da sala, razão pela qual é imperioso garantir a inscrição prévia, até ao dia 16 de novembro de 2018, através do envio de correio eletrónico, indicando os dados solicitados na ficha de inscrição (nome, entidade e um e-mail por inscrição).

A Legionella é uma bactéria comum que pode ser encontrada, em número reduzido, em ecossistemas aquáticos como rios, lagos ou reservatórios. Quando inalada pelo Homem, pode causar a chamada doença do legionário – uma forma pouco comum de pneumonia, que pode ter graves consequências, em termos de Saúde Pública. As áreas de maior risco de infeção são aquelas onde se podem formar os aerossóis, como chuveiros e torneiras, termas, fontes, repuxos, banhos turcos e saunas, humidificadores, sistemas de ar condicionado e refrigerado (torres de refrigeração e condensadores de vapor), mesmo se situados em telhados ou no solo. Os estabelecimentos públicos, nos quais se incluem unidades hoteleiras, termais, espaços comerciais, hospitais, piscinas, etc., mais do que os privados, devem ter um programa de controlo efetivo do crescimento da Legionella, para que o risco da doença seja minimizado.

Jornada Técnica “Prevenção e Controlo da Legionella”

Irá decorrer, no próximo dia 5 de abril de 2018, no auditório da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL-IPL), a Jornada Técnica “Prevenção e Controlo da Legionella”. Este evento decorre de uma organização conjunta da Associação Portuguesa de Infecção Hospitalar (APIH) e a Associação de Técnicos de Engenharia Hospitalar Portugueses (ATEHP), em colaboração com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT).

Durante os trabalhos, serão abordados temas de especial relevância para a Saúde Ambiental, tais como a vigilância em instalações de risco e o controlo de contaminação em águas. Será também apresentado o caso prático da Clínica da Universidade de Navarra.

Jornada Técnica "Prevenção e Controlo da Legionella"

Os interessados em apresentar trabalhos deverão submeter os respetivos resumos até ao dia 16 de março, sendo que as inscrições poderão ser feita,  a custo reduzido, até ao dia 25 de março.

Seminário “Legionella: epidemiologia, prevenção e vigilância”

Irá ter lugar lugar, dia 24 de novembro, no auditório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), em Lisboa, o Seminário “Legionella: epidemiologia, prevenção e vigilância”. A inscrição no Seminário é gratuita mas sujeita a registo prévio na plataforma de e-learning do INSA, até ao próximo dia 18 de novembro e limitada ao número de lugares na sala. O Seminário “Legionella: epidemiologia, prevenção e vigilância” tem como principais destinatários os profissionais de Ambiente e Saúde Pública (técnicos de saúde ambiental, médicos de saúde pública, engenheiros sanitaristas), autarcas, técnicos de administração pública central e regional, de municípios, de empresas ligadas ao uso da água, docentes, investigadores e estudantes. Sugerimos aos potenciais interessados a consulta do respetivo programa.

O presente seminário associa ao debate e à troca de conhecimentos entre especialistas os seguintes objetivos: alertar as Entidades públicas e privadas para o problema da contaminação dos sistemas artificiais de água por Legionella; e sensibilizar para a necessidade de implementação de medidas de controlo do desenvolvimento e dispersão desta bactéria a partir de equipamentos capazes de produzirem aerossóis. O surto de Doença dos Legionários ocorrido em Novembro de 2014 no Concelho de Vila Franca de Xira, o maior surto registado em Portugal e o segundo maior reportado a nível internacional, veio demonstrar claramente a urgência em produzir legislação adequada que regulamente o funcionamento destes equipamentos no sentido de prevenir a produção e dispersão ambiental de Legionella. A iniciativa conta com a participação de distintos especialistas nacionais com responsabilidades na proteção da saúde pública e 2 especialistas estrangeiros que abordarão aspetos metodológicos relacionados com o controlo e a vigilância de Legionella.

A epidemia de Ébola e o surto de Doença dos Legionários

Teve lugar esta tarde, no Anfiteatro da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL), entre as 16h00 e as 18h00, uma Flash Conference subordinada ao tema O ano de todos os perigos: “A Epidemia de Ébola e o Surto de Doença dos Legionários”, promovida pelas áreas científicas de Análises Clinicas e Saúde Pública e de Saúde Ambiental da ESTeSL.

FLASH CONFERENCE: O ano de todos os perigos: "A Epidemia de Ébola e o Surto de Doença dos Legionários"

Este foi um evento que contou com a participação do professor Vítor Manteigas (Saúde Ambiental) e da professora Bela Ferreira (Análises Clínicas e Saúde Pública), que fizeram uma abordagem complementar naquilo que diz respeito ao Ébola e à Legionella e, naturalmente, às patologias que lhes estão associadas. Se por um lado o professor Vítor Manteigas enfatizou as questões ambientais que poderão estar na génese de casos e surtos de Doença dos Legionários, aludindo também às medidas de prevenção e controlo, a professora Bela Ferreira abordou as questões associadas ao seu diagnóstico laboratorial, onde o Ébola foi também objeto de atenção. No espaço dedicado ao debate, as questões levantadas recairam essencialmente sobre o papel a desempenhar por cada um dos profissionais (técnicos de Saúde Ambiental e técnicos de Análises clínicas e Saúde Pública) em situações desta natureza e onde se tornou clara a complementaridade da atuação destes profissionais.

Doença dos Legionários: alguns factos e realidades.

Legionella é uma bactéria ubiquitária do ambiente hídrico natural e de solos húmidos (Pasculle, 1992), tendo sido já isolada em lagos, charcos, rios, fontes hidrotermais e solos ripícolas (Fliermans et al., 1981; Molmeret et al., 2005).

É cada vez mais frequente a identificação de casos e surtos de legioneloses e a Doença dos Legionários apresenta ainda uma letalidade elevada. Em Portugal a doença foi detetada pela primeira vez em 1979, pertence à lista das Doenças de Declaração Obrigatória (DDO) desde 1 de janeiro de 1999 e desde 2000 até final de 2010 foram notificados 658 casos, predominantemente associados a alojamentos em unidades hoteleiras (Benoliel et al., 2010).

O controlo e prevenção desta doença fazem-se pelo diagnóstico precoce em casos suspeitos e pelo tratamento da fonte de infeção provavelmente associada, isto é, limpeza, desinfeção e manutenção das instalações e equipamentos contaminados.

Os serviços de saúde [nomeadamente as autoridades de saúde e os técnicos de saúde ambiental] têm vindo a empenhar-se, desenvolvendo esforços no sentido de prevenir os casos de infeção humana por bactérias do género Legionella. Estas, como já foi referido, encontram-se presentes ubiquamente nos meios aquáticos existentes na natureza como sejam rios, lagoas, ribeiros e albufeiras, podem vir a proliferar em estruturas e sistemas que contenham água, construídos e instalados pelo homem, beneficiando de nichos ecológicos favoráveis à sua multiplicação, para a qual contribuem entre outros fatores a existência de nutrientes e as condições de temperatura e de pH da água (Guerrieri et al., 2005).

Nas três últimas décadas, as redes de distribuição de água tornaram-se mais complexas, as técnicas sanitárias e as condições higiénicas foram objeto de melhorias significativas, sendo que, ainda assim, as torres de arrefecimento dos sistemas de climatização, os condensadores e humidificadores, as estações termais, os jacúzis, as piscinas, as fontes decorativas e os sistemas de distribuição de água para consumo humano, incluindo as redes prediais, têm surgido como promotores do desenvolvimento de Legionella (Tobin et al., 1980; Arnow et al., 1982; Zurafleff et al., 1983; Mangione et al., 1985; Dennis, 1988; Fields et al., 2002). Protegida das condições atmosféricas hostis e favorecida pela temperatura ideal ao seu crescimento, a Legionella parece ter encontrado um nicho ecológico neste “novo” setor hídrico criado pelo Homem, onde se pode desenvolver e chegar a atingir concentrações elevadas, tornando-se assim propícia à promoção de legioneloses no ser humano. A Legionella pneumophila tem vindo a ser encontrada em sistemas de água quentes e frios, cuja colonização ocorre em água estagnada a temperaturas entre os 20° C e 45° C (Mansilha et al., 2007), conseguindo sobreviver a temperaturas até 60° C (Huang et al., 2010).

As legioneloses são adquiridas após a inalação de aerossóis contaminados com Legionella e tendem a ocorrer em qualquer grupo etário mas com especial incidência nos indivíduos do género masculino com idades compreendidas entre os 50 e os 60 anos (Pasculle, 1992), sendo que o risco de infeção em individuos imunodeprimidos tende a aumentar (Fraser et al., 1977; Joyce, et al., 1987).

As redes prediais de água nomeadamente as de água quente sanitária recirculante, além duma multiplicidade de situações que dê origem à formação de aerossóis, podem constituir localizações propiciadoras da proliferação e, ou, da disseminação do agente bacteriano referido (Serrano-Suárez et al., 2013). Este, alcança o nosso organismo através da inalação de microgotículas aerossóis contaminadas (Schoen & Ashbolt, 2011).

Referências bibliográficas:

  • Arnow, P.M., Chou, T., Weil, D., Shapiro, E.N., Kretzschmar, C. (1982). Nosocomial Legionnaires’ disease caused by aerosolized tap water from respiratory devices. J Infect Dis. 146(4):460-7.
  • Benoliel, M.J., Fernando, A.L., Diegues, P. (2010). Prevenção e Controlo de Legionella nos Sistemas de Água at IPQ. Caparica: Instituto Português da Qualidade
  • Dennis, P.J. (1988). Isolation of Legionella from Environmental Specimens. In Harrison, T.G., Taylor, A.G. (Eds.). A Laboratory Manual for Legionella (pp. 31-44). Chichester, John Viley & Sons
  • Fields, B.S., Benson, R.F., Besser, R.E. (2002). Legionella and Legionnaires’ disease: 25 years of investigation. Clinical Microbiology Reviews. 15(3):506-526.
  • Fliermans, C.B., Cherry, W.B., Orrison, L.H., Smith S.J., Tison, D.L., Pope, D.H. (1981), Ecological distribution of Legionella pneumophila. Appl Environ Microbiol. 41(1):9-16.
  • Fraser, D.W., Tsai, T.R., Orenstein, W., Parkin, W.E., Beecham, H.J., Sharrar, R.G., Harris, J., Mallison, G.F., Martin, S.M., McDade, J.E., Shepard, C.C., Brachman, P.S. (1977). Legionnaires’ disease: description of an epidemic of pneumonia. N Engl J Med. 297(22):1189-97.
  • Guerrieri, E., Bondi, M., Ciancio, C., Borella, P., Messi, P. (2005). Micro- and macromethod assays for the ecological study of Legionella pneumophila. FEMS Microbiol Lett. 252(1):113-9
  • Huang L, Boyd D, Amyot W, Hempstead AD, Luo Z, O’Connor TJ, Chen C, Machner M, Montminy T, Isberg RR (2011) The E Block motif is associated with Legionella pneumophila translocated substrates. Cell Microbiol 13:227–245
  • Joyce, A., Korvick, M.D., Victor, L., Yu, M.D. (1987). Legionnaires’ Disease: An Emerging Surgical Problem. The Annals of Thoracic Surgery. 43(3):341-347
  • Mangione, E.J., Remis, R.S., Tait, K.A., McGee, H.B., Gorman, G.W., Wentworth, B.B., Baron, P.A., Hightower, A.W., Barbaree, J.M., Broome, C.V. (1985). An outbreak of Pontiac fever related to whirlpool use, Michigan 1982. JAMA. 253(4):535-9
  • Mansilha, C.R., Coelho, C.A., Reinas, M.A., Heitor A.M. (2007). Prevalência da Legionella pneumophila em águas de diferentes proveniências das regiões norte e centro de Portugal no período de 2000 a 2006. Rev Port Saúde Pública. 25(2):65-80
  • Molmeret, M., Horn, M., Wagner, M., Santic, M., Abu Kwaik, Y. (2005). Amoebae as training grounds for intracellular bacterial pathogens. Applied and Environmental Microbiology. 71(1):20-28.
  • Pasculle, A.W. (1992), “The Genus Legionella”. In Balows, A., Truper, G.A., Pworkin, M., Harder, W., Shleifer, K.H. (Eds.), The Prokariotes; a handbook on the Biology of Bacteria: ecophysiology, isolation, applications, Vol. 2 (pp. 3281-3303). Berlin, Springer-Verlag
  • Schoen M.E., Ashbolt N.J. (2011). An in-premise model for Legionella exposure during showering events. Water Res. 45:5826–5836.
  • Serrano-Suárez, A., Dellundé, J., Salvadó, H., Cervero-Aragó, S., Méndez, J., Canals, O., Blanco, S., Arcas, A., Araujo, R. (2013) Microbial and physicochemical parameters associated with Legionella contamination in hot water recirculation systems. Environmental Science and Pollution Research. 20(8):5534-5544.
  • Tobin, J.O., Beare, J., Dunnill, M.S., Fisher-Hoch, S., French, M., Mitchell, R.G., Morris, P.J., Muers, M.F. (1980). Legionnaires’ disease in a transplant unit: isolation of the causative agent from shower baths. Lancet. 2(8186):118-21.
  • Zuravleff, J.J., Yu, V.L., Shonnard, J.W., Davis, B.K., Rihs, J.D. (1983). Diagnosis of Legionnaires’ disease. An update of laboratory methods with new emphasis on isolation by culture. JAMA. 250(15):1981-5.

Sugestões de leitura:

EWGLI (2011). EWGLI Technical Guidelines for the Investigation, Control and Prevention of Travel Associated Legionnaire´s Disease. UK: European Working Group for Legionella Infections.