A propósito deste tema, foi publicado à mais de um mês, no
Diário de Noticias, uma notícia que dava conta das preocupações dos moradores da encosta de S. Marcos, em Sintra, que se recusam a ver instalar mais uma linha de alta tensão junto do seu bairro.
“Em Alfornelos, na Amadora, também há moradores preocupados. No número 45 da Rua Capitães de Abril vivem 49 famílias num prédio ladeado por três postes de média tensão.”
Se no primeiro caso, “fonte do gabinete da delegada de Saúde de Sintra assegurou ao DN que este assunto é conhecido e está a ser acompanhado pelo Centro Regional de Saúde Pública de Lisboa e Vale do Tejo (CRSP-LVT)”, já no segundo, a Autoridade de Saúde da Amadora, José Luís Silva, diz ser conhecedor da situação e que o caso está a ser estudado. Apesar de dizer que “Está a ser feito um estudo epidemiológico”, refere desconhecer onde pára o processo.
Fazendo alusão à comunicação de David Gee (Como Comunicar em Ambiente e Saúde) no colóquio Comunicação e Precaução em Ambiente e Saúde do passado dia 23 de Novembro, há algo que muitos apelidam de “princípio da precaução” e que outros tantos preferem chamar de “coeficiente cagaço”, que aqui não está a ser acautelado. Se em saúde -principalmente em saúde ambiental- à que trabalhar com base na evidência e, neste caso, não há evidência suficiente que aponte um nexo de causalidade, não seria preferivel investigar antes e decidir depois?
Parece-me que na Amadora se está a ir no bom caminho. Só falta descobrir o caminho para o processo. Importa referir que a Autoridade de Saúde, antes de o ser, é Médico de Saúde Pública e que a ele, mais do que a qualquer outro, caberia a tarefa de desenvolver o tal estudo epidemiológico que ninguém sabe onde pára!