Tratamento em instalações hidráulicas para o controlo e prevenção de Legionella

Vai realizar-se no dia 29 de Setembro de 2010, entre as 14h30 e as 18h00, no Hotel Tivoli Oriente – Parque das Nações – Lisboa, a Jornada Tratamento em instalações hidráulicas para o controlo e prevenção de Legionella.

Esta jornada, que conta com o apoio da Direcção-Geral da Saúde, tem como objetivo reunir os responsáveis de hospitais e das Administrações Regionais de Saúde para apresentar e debater questões inerentes à monitorização e controlo de Legionella essencialmente nos serviços de saúde.

A participação é gratuita mas sujeita a inscrição prévia.

Jacuzzi público encerrado por bactéria mortal?!…

Lembram-se d’A legionela politicalizada??
Aparentemente a saga continua… agora, aparentemente sem politiquices.

«Porque pode ser mortal, a Doença dos Legionários, infecção que ataca mais nos meses de Verão e de Outono, assusta. Na Póvoa de Varzim, análises levaram ao fecho de um jacuzzi, mas a lei não impõe qualquer controlo.

Na sequência de iniciativa da delegada de saúde local, o jacuzzi do Clube Desportivo da Póvoa (CDP) está encerrado há cinco dias. Foi ali detectada a presença de bactérias legionela do serogrupo I – o mais perigoso e eventualmente mortífero -, estando em curso os devidos procedimentos de avaliação de risco. Já em Fevereiro, na mesma cidade, um outro equipamento público do género havia sido encerrado por
ordem da autoridade sanitária, mas verificou-se então que a bactéria detectada era da estirpe menos perigosa.

Não há, soube o JN junto do responsável da Divisão de Saúde Ambiental da Direcção-Geral da Saúde (DGS), Paulo Diegues, lei que obrigue ao rastreio da legionela em equipamentos públicos (a única legislação que tem em conta a bactéria é a de certificação energética de edifícios). Atarefa poderia ser incumbência dos proprietários dos equipamentos, e a recomendação da DGS preconiza análises trimestrais. Restam os programas de vigilância das autoridades sanitárias, que se vão fazendo (como na Póvoa), mas que, por motivos óbvios, não podem abranger todos os locais passíveis de constituir perigo: existente na natureza, isto é, em rios e lagos, a bactéria pode alojar-se em redes artificiais de água e são muitos os sítios onde a doença pode ser contraída por seres humanos, através da inalação de aerossóis (gotículas), como chuveiros, fontes ornamentais, máquinas de lavagem de automóveis, etc.

O mais frequente, sendo a Doença dos Legionários de declaração obrigatória, é ser a detecção de pessoas infectadas a desencadear um processo de investigação que leve ao local onde a infecção foi contraída. De 2002 a 2006 houve um aumento do número de casos registados, algo que se deve não a qualquer surto epidémico, mas à optimização do sistema de declaração da doença.

Na Póvoa, a delegada de Saúde, Alice João, considerou não haver motivo para o encerramento total das piscinas do CDP, já que área de risco se confina ao jacuzzi. Ainda assim, informou todos os serviços de urgência e centros de Saúde locais e afixou as análises na Delegação de Saúde, para estarem atentos e, caso surja algum caso, informarem de imediato a DGS. Alice João considera não haver motivo para “alarmismo”, até porque o período de incubação da bactéria terminava ontem: “Se não surgiu até agora, dificilmente surgirá algum caso”.

Tal como em Fevereiro aconteceu com a Varzim Lazer, nenhuma informação foi dada aos milhares de utentes das instalações do clube poveiro, entre os quais estão crianças e idosos de escolas e instituições de solidariedade. Neste caso, Alice João diz que seguiu o procedimento regulamentado. Ainda assim, reconhece, “não há legislação que obrigue as piscinas e jacuzzis de utilização pública a publicitar os resultados das análises” e que nem todas as delegações de Saúdem fazem este tipo de
vigilância.

Nas instalações, o clube informa apenas que o jacuzzi está “encerrado para manutenção”. A mesma informação foi dada, ao JN, pela direcção desportiva, que diz desconhecer a existência de qualquer problema de saúde pública nas instalações e não confirma a presença da bactéria.»

Sugiro-vos também, à laia de descontracção, a leitura dos textos “cds-pp visitou varzim lazer e… …” e “os sócios do desportivo têm de estar atentos!” do blogue PovoaOffline.

A legionela politicalizada

«A bactéria da Legionella voltou à baila. Desta feita foi o vereador do PS [da Câmara Municipal da Póvoa do Varzim], Sousa Lima, quem levantou a possibilidade da bactéria continuar nas instalações da Varzim Lazer.
A delegada de saúde diz que a Legionella não se transmite pelo ar e que a suspeita é infundada.
Sousa Lima tem que provar o que afirmou ou então leva com um processo judicial, como referiu Macedo Vieira [presidente da Câmara da Póvoa de Varzim].
Tratando-se de um caso de saúde pública, Sousa Lima deve dar explicações aos poveiros.»

Esta é uma notícia avançada hoje pelo Jornal “A Voz da Póvoa” e que retoma uma situação vivida no início do ano, evidenciada pelo “Póvoa Semanário” e que dava conta de que “o jacuzzi da Varzim Lazer esteve interditado à utilização pública entre 22 de Janeiro e 18 de Fevereiro. Uma análise realizada pela Delegação de Saúde da Póvoa de Varzim às águas desse espaço detectou a presença de Legionella Pneumophila – bactéria responsável por 1/3 das mais graves formas de pneumonia.

Entretanto pergunto: – Se “a legionella não se transmite pelo ar“, afinal como é que se transmite? Será que o risco de contrair a doença está na ingestão da água? Se sim, em vez de uma pneumonia atípica, não deveriamos falar de uma eventual infecção de origem alimentar?

Admito que esta frase tenha sido “colada” na notícia de forma descontextualizada, pelo que julgo dever ser merecedora de reparo, mas não serei eu, com certeza, a fazê-lo!

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Nota: parêntesis, negritos e itálicos meus.

Colheita de amostras em fontes decorativas para pesquisa de legionella.

Estávamos no longínquo ano de 2004 quando, no âmbito das actividades desenvolvidas pelo grupo técnico “Doença dos Legionários. Conhecimento e Prevenção”, do já extinto Centro Regional de Saúde Pública de Lisboa e Vale do Tejo, fiz as primeiras colheitas em fontes decorativas, para pesquisa de legionella.
As amostras consistiam em água e biofilme do tanque e, aerossóis provenientes do cone de aerossóis produzidos pelos efeitos decorativos da fonte.

Naquele ano, tal como nos subsequentes, acabámos por envolver os alunos estagiários do Curso de Saúde Ambiental da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa neste tipo de actividades. Se assim não fosse, e considerando que nos serviços de Saúde Pública de âmbito local, nada ou quase nada se faz em relação a esta temática, esta seria uma actividades na qual, jamais irião participar.
Connosco estiveram Pedro Bento e Nuno Gaspar. Tanto quanto julgo saber, o primeiro trabalha em Saúde Pública e o segundo em Segurança e Higiene do Trabalho.

Doença dos Legionários e os Hospitais da Universidade de Coimbra

Foi apresentado na European Scientific Conference on Applied Infectious Diseases Epidemiology (ESCAIDE 2007), que decorreu em Estocolmo entre 18 e 20 de Outubro de 2007, um poster com o título “Cluster of legionnaires’ disease linked to cooling towers in a Portuguese University Hospital“, da autoria dos colegas, médicos de saúde pública, Eugénio Cordeiro e Fernando Lopes do Departamento de Saúde Pública e Planeamento da Administração Regional de Saúde do Centro e da Engenheira Raquel Rodrigues, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Lisboa).

O Hospital Universitário Português era(m), como se poderá constatar pelo visionamento do poster, os Hospitais da Universidade de Coimbra.

Como evidência do que se vai fazendo nos serviços de Saúde Pública, este é um exemplo a seguir.

Aspirando legionellas

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Colheita de aerossóis em fontes decorativas, para pesquisa de legionellas.
Na fotografia, Técnicas de Saúde Ambiental Nélia Rosa e Sofia Fernandes.