ESTeSL em greve de fome… e já passaram 12 anos

Satisfação Profissional nos Serviços de Saúde Pública: a satisfação na reestruturação da Saúde Pública (1)

Foi no fim de Setembro de 2007 que aqui fiz referência à missão cumprida.
Agora, quase um ano depois, proponho-me a, paulatinamente, dar-vos a conhecer o resultado final. Devo-vos isso!

«(…) pretendeu-se, através da determinação do nível de satisfação profissional dos técnicos de saúde em exercício nos Serviços de Saúde Pública e da importância atribuída às dimensões que a caracterizam, conhecer o nível de satisfação profissional, dos Médicos de Saúde Pública e dos Técnicos de Saúde Ambiental dos Serviços de Saúde Pública de âmbito local, de Portugal Continental e verificar se existiam diferenças estatisticamente significativas no que diz respeito ao nível de satisfação profissional em relação a algumas características sócio-demográficas da população (género, profissão ou carreira, local de trabalho e antiguidade na profissão ou carreira).
Para a recolha de dados, procedeu-se à adaptação de um questionário de avaliação da satisfação profissional, que já havia sido aplicado em centros de saúde do Serviço Nacional de Saúde e que esteve na génese da escala de satisfação profissional utilizada na Monitorização da Qualidade Organizacional dos Centros de Saúde.»

O número de respondentes ao inquérito por questionário levado a efeito para o estudo, que decorreu entre Maio e Julho de 2006, totalizou 222 sujeitos (Quadro 5 do relatório de investigação, reproduzido em baixo), representando 27,7% da população em análise, de acordo com os dados disponíveis na altura e que se reportavam ao ano de 2005. Recordo que os dados de 2006 já foram entretanto disponibilizados, estando ainda a faltar os de 2007.

«Após a aplicação do teste de ajustamento do Qui-quadrado, determinou-se que em relação à amostra e a cada um dos grupos profissionais que a compõem, não se verificavam diferenças estatisticamente significativas (p>0,05) entre a sua distribuição e a distribuição da população. Nesse sentido podemos afirmar que a amostra é representativa e que os resultados obtidos poderão ser extrapolados para a população em estudo.»

A liberdade que o 25 de Abril nos trouxe

Comemora-se amanhã o 25 de Abril de 1974.
Apesar de tudo o que nos possam ensinar, e possamos ler sobre o antigo regime, dificilmente poderemos imaginar como seriam os dias vividos por aqueles que almejavam a liberdade – eu ainda não tinha 2 anos.
Apesar de não ter passado pelas agruras de outrora, tento, entre outros e na medida do possível, passar aos descendentes os valores do amor, da amizade, da família. Os valores da liberdade.
Hoje, ao deixar o descendente mais velho no jardim-de-infância, a educadora e a auxiliar chamaram-me à parte.
– Queremos falar consigo, disseram-me elas. Fiquei preocupado.
– Está a ver o que ali está escrito? Foi o André que disse, e disse-o com tom eloquente, continuaram.
No dia anterior tinham estado a falar sobre o 25 de Abril de 1974. No fim, perguntaram a todas as crianças da sala o que era, para elas, a liberdade. O André levantou-se e disse:
– Liberdade é quando um homem está apaixonado por uma mulher.
Haverá verdade maior que esta? Haverá liberdade mais desejada do que a liberdade de poder amar?

Feliz aniversário, Cebolinha

Está, por estes dias, a fazer seis anos que o Cebolinha apareceu pela primeira vez.
Nessa altura não tinha as pinturas necessárias para caracterização do palhaço que frequentemente se deslocava aos jardins-de-infância e às escolas do primeiro ciclo para dinamizar acções de educação para a saúde e ambiente.
Porque os estúdios e os serviços administrativos da NBP estavam – e ainda estão, mas agora Plural Portugal – sediados numa das freguesias da zona de intervenção do Centro de Saúde onde trabalho como Técnico de Saúde Ambiental, ao início socorria-me deles para que me pintassem a cara e disfarçassem o “palhaço” que sou todos os outros dias.
A primeira vez que aconteceu, cheguei aos estúdios onde se estavam a gravar as cenas interiores do “Anjo Selvagem“, em Bucelas, ainda antes das sete da manhã. Pediram-me que assim fosse para que me caracterizassem antes da chegada dos actores. No fim, e para mais tarde recordar, tiraram-me uma fotografia com uma Polaroid. Esta fotografia que agora vos mostro.

No percurso de quase vinte quilómetros que tive que fazer até ao Centro de Saúde, onde me vesti, e dos outros, quase cinco, que fiz já vestido, até ao jardim-de-infância, diverti-me e diverti muitos dos que comigo se cruzaram.
Feliz Aniversário, Cebolinha.
 
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Feliz Ano do Rato

E pronto, eis que um novo ano chegou.
Desta vez é o ano do Rato… o meu ano.
Feliz Ano Novo Chinês.

«O ano do rato é um ano de abundância, trazendo a oportunidade e bons projectos. Será marcado pelo especulação e pela flutuação nos preços dos produtos e do mercado mantido em stock; a economia do mundo em geral crescerá. O negócio estará no auge, podem ser feitas fortunas e será uma fácil fazer planos de investimento a longo prazo porque a pechincha que o ano do rato traz servirá para os anos de quebra que podem seguir. Todos os riscos iniciados neste tempo serão bem sucedidos se as pessoas se prepararem bem. Entretanto, evite correr riscos desnecessários: o ano do rato é governado ainda pelo frio do Inverno e pela escuridão da noite. Aqueles que especularem indiscriminadamente e extravazarem virão a ter uma triste conta.Ao todo, este será um ano mais feliz do que a maioria: livre dos eventos e das guerras explosivas e com muito menos catástrofes do que por exemplo os anos do tigre ou do dragão.Uma época genial que encontra na maioria de nós o que socializamos e o que apreciamos. »

No que diz respeito à personalidade, “as pessoas do rato são estudiosas. Têm muita ambição mas revelam integridade são de uma persistência inacreditável, e as suas vidas são muito governadas por emoções. São caracterizados frequentemente pelo encanto, pelo sociabilidade por muita delicadeza.”

Os ratos de 1972, são os Ratos Água.
«Este tipo do rato está mais virado para o pensamento. O seu interior é excelente e tem um bom relacionamento com toda os níveis de pessoas. Ele será respeitado e facilmente promoverá os seus talentos porque é uma pessoa sensata e compreensiva por natureza. Ele é tradicional e conservador prefere nadar pela corrente do que nadar contra. No entanto isso não o impede de ser calculista. Uma pessoa com estas características poderá exercer influência em certas áreas importantes. Ele sabe reconhecer os gostos e do que os outros menos gostam e utiliza esse conhecimento para lhes agradar e tirar partido disso. No entanto, não é selectivo e tende a falar com toda a gente, o que lhe pode vir a trazer embaraços. Com aptidão para a escrita, facilmente coloca as suas ideias no papel, este rato terá necessidade de estudar até ao fim, tendo sempre a vontade de aprender mais.»
O Ano do Rato para os ratos, “é um ano próspero para o nativo do Rato. Poderá ser promovido ou atingir o auge da carreira. No campo da saúde não se terá que preocupar. Poderá esperar ganhos monetários e atingir vários objectivos.”
Esperemos que não haja equívocos!!

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Reestruturação da Saúde, a quanto obrigas

Ontem, depois de quase duas semanas ausente, ao sentar-me à secretária reparei num envelope com o meu nome. Abrio-o…
Lá dentro podia-se ler, em tom de despedida, Ad Amicos de Antero de Quental.

Em vão lutamos. Como névoa baça
A incerteza das coisas nos envolve.
Nossa alma, em quanto cria, em quanto volve,
Nas suas próprias redes se embaraça.

O pensamento, que mil planos traça,
É vapor que se esvai e se dissolve;
E a vontade ambiciosa, que resolve,
Como onda entre rochedos se espedaça.

Filhos do Amor, nossa alma é como um hino
À luz, à liberdade, ao bem fecundo,
Prece e clamor dum pressentir divino;

Mas num deserto só, árido e fundo,
Ecoam nossas vozes, que o Destino
Paira mudo e impassível sobre o Mundo.

Aquela “despedida” terminava apelando-se à manutenção dos valores que enquanto profissionais de saúde, haviamos defendido em conjunto, ao longo dos mais de dez anos de exercício em conjunto: responsabilidade pessoal e profissional; partilha interdisciplinar; trabalho em equipa; humanização na prestação; comunicação inter-profissional e respeito mútuos.

Porque a reestruturação da saúde a isso obriga, uns chegam e outros terão que partir.
Agora que a gestão do Agrupamento dos Centros de Saúde vem aí, quem estava já não está, mas os valores permanecem, as amizades subsistem e as saudades perduram.

Para que conste, gostei de trabalhar consigo.
Um beijo!