Congresso Internacional de Saúde Ambiental: dia 3 e último

Hoje foi o último dia do Congresso Internacional de Saúde Ambiental que, desde o fim da tarde do dia 3 de Novembro, nos tem mantido por Coimbra.

O dia de hoje começou com as sessões paralelas e nestas destaco, por questões de afinidade, as comunicações da Sandra Moreira (Os Desafios do Plano Nacional de Acção Ambiente e Saúde), da Manuela Mestre e da Rita Pereira (100 Alergias) e do António Matos (Geologia Médica: uma nova abordagem da saúde).

Os trabalhos terminaram à conversa com… Arminda Deusdado e Sandra Cóias que apesar da pouca cientificidade no discurso não deixaram de nos proporcionar um momento interessante e descontraído.

Já no fim, foram anunciados aqueles que haviam sido a melhor comunicação oral e o melhor poster. A melhor comunicação oral foi para o Reuben Govender com o trabalho intitulado “Assessing the effectiveness of the hygiene management system at South African abattoirs” e cuja apresentação havíamos moderado no dia 4 (ver Congresso Internacional de Saúde Ambiental: dia 1). O melhor poster foi atribuído a “Relação entre as dosagens hormonais de pacientes com infertilidade secundária e poluentes do ar”, de Odair Ramos da Silva (co-autor).

O Odair já nos havia acompanhado no jantar de dia 3 e foi um amigo que ganhámos do outro lado do Atlântico e que ficámos a saber ser um fiel leitor do nosso blogue. Parabéns a ambos!

Entretanto, no livro de honra do Congresso, escreveu-se assim…

Era uma vez uma semente. Uma semente que lançada na terra amanhada, no vaso de barro, se tornou raiz, caule e flor.
Era a Saúde Ambiental que agora conhecemos.

Houve tempos em que era venerada por aquilo que representava.
Tempos houve em que a maltrataram e o descuido a que foi sujeita deixou-a ao abandono.
Era a Saúde Ambiental que agora conhecemos.

A semente, um dia lançada à terra, cresceu de tal forma que, deixada ao abandono, saiu do vaso e buscou novas terras por desbravar. Encontrou um poiso e ali fixou raízes. O vaso, agora inexistente, sem limites ou barreiras, deixa antever raízes crescentes que buscam saberes para alimentar aquela flor que agora transcende.
É a Saúde Ambiental que agora conhecemos.

Este terá sido o primeiro de muitos Congressos Internacionais de Saúde Ambiental. A primeira sementeira que promoverá o florir primaveril dos anos vindouros.
Parabéns àqueles que lançaram à terra esta “nova” semente que promete crescer e ganhar novos desafios.
Eu, humilde obreiro, de regador em punho, cá estarei para a acompanhar.

Parabéns pela excelente organização deste primeiro Congresso Internacional de Saúde Ambiental.

Voltamos a encontrar-nos em 2012, mais a sul, em Lisboa.

E assim revelamos aquilo que nos ficou por dizer no relato de ontem. O próximo Congresso Internacional de Saúde Ambiental ocorrerá em 2012 na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa. A todos, sem excepção, espero ver-vos por lá.

Congresso Internacional de Saúde Ambiental: dia 2

Chegou ao fim o segundo dia do Congresso Internacional de Saúde Ambiental.

O dia de hoje foi, para além de interessante, divertido. Tudo começou com o painel Impactes das Alterações Climáticas na Saúde, onde contámos com a presença do José Palma, do Eduardo Santos, do Francisco Ferreira e da Isabel Lança (a ausência do “prefixo” é intencional). Ficámos a saber que o infanticídio seria uma solução a adoptar para o combate à superpopulação. Tão interessante quanto este painel, acabaram por ser as conversas que depois fomos tendo com um dos convidados ali presentes, autor do despropósito acerca da superpopulação.

As sessões paralelas de hoje, tanto as da manhã como as da tarde, acabaram por ter o mesmo “problema” que as do dia anterior: muitas ausências. Ainda assim, as que tivemos oportunidade de assistir foram interessantes.

A sessão plenária da tarde, Riscos Emergentes em Saúde Ocupacional, contou também com a excelência de vários comunicadores. Destaco aqui a comunicação do Garcia Pereira, o advogado dos trabalhadores, que arrancou um magote de palmas quando aludiu à soberba da Autoridade para as Condições do Trabalho (palavras minhas) na medida em que, ela própria, não tem serviços organizados de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho. De seguida tivemos a oportunidade de ouvir o José Pinto da Costa que, com o tom que o caracteriza, nos deu a conhecer a relevância das vaginas e dos testículos, naquilo que para a incapacidade para o trabalho podem significar (sim, não leram mal!).

Foi também neste dia que a Patrícia, a nossa leitora que havia ganho a última Smartbox Aventura que aqui tínhamos oferecido, se chegou a nós, apresentando-se. A ela e às restantes colegas com quem estivemos, por aquela ocasião, à conversa, desejo as maiores felicidades.

Um cumprimento também especial aos estudantes de Saúde Ambiental da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa que em Coimbra se fizeram representar. Hoje deixamos aqui uma fotografia de parte da comitiva. Amanhã, quem sabe, mostraremos os restantes elementos.

À noite, chegou entretanto a hora do jantar do congresso. Comeu-se bem a bordo do Basófias e trocaram-se algumas impressões com colegas do Azerbeijão e do Bahrain. Foi também a bordo do Basófias que decidimos o ano e a localização onde o próximo Congresso Internacional de Saúde Ambiental irá decorrer. Por razões óbvias, daremos aqui a notícia apenas em segunda mão.

Congresso Internacional de Saúde Ambiental: dia 1

Estamos, desde ontem à noite, por Coimbra.

Apesar dos trabalhos só terem iniciado na manhã de hoje, a verdade é que já desde ontem que o Congresso Internacional de Saúde Ambiental (CISA), que decorre por estes dias em Coimbra, sentou à mesma mesa vários colegas, docentes de Saúde Ambiental de Portugal, Brasil e Espanha.

Os trabalhos começaram à mesa do Trovador, no Largo da Sé Velha onde, por entre um trago de tinto e uma garfada de porco preto, colegas das Escolas Superiores de Tecnologia da Saúde de Coimbra, Lisboa e Porto, da Escola Superior de Saúde de Beja, da Faculdade de Medicina do ABC (São Paulo) e da Universidad Politécnica de Madrid partilharam experiências.

No entanto, foi hoje pela manhã que os trabalhos tiveram o seu início formal.

Na sessão de abertura foi notória a ausência dos representantes da Direcção Geral da Saúde e da Autoridade para as Condições do Trabalho. Esta foi uma situação alheia à organização e que a meu ver (opinião muito pessoal), em nada prestigia as instituições que se haviam comprometido a ali se fazerem representar.

A primeira sessão plenária, subordinada ao tema Saúde Ambiental: Ensino e Profissão, apesar da ausência do representante da International Federation of Environmental Health, contou com a presença daqueles com quem havíamos tido o prazer de jantar na noite anterior e acabou por ser um momento muito interessante. Interessante acabou também por ser o painel Gestão da Emergência em Saúde Pública.

A partir do meio da tarde, os participantes rumaram a cada um dos auditórios onde tiveram lugar as quatro sessões paralelas. Destas, pouco vos podemos contar porquanto tivemos lugar cativo em apenas uma delas, na qualidade de moderador. Algo que terá sido recorrente em todas as sessões, foi a ausência de alguns dos oradores esperados. Ainda assim, por aquilo que nos foi veiculado, a sessão que moderámos acabou por ser aquela onde se verificou o maior número de comunicações (três das cinco previstas) e o maior número de congressistas assistentes.

Os meus sinceros parabéns ao Reuben Govender (África do Sul) e ao Diogo Sousa Gomes e à Carla Viegas (Portugal), pelas excelentes comunicações apresentadas. Sentimos a falta da Maria de Fátima (Brasil) e do Mohammad Islam (Bangladesh).

Por fim, e já depois da exposição e esclarecimento de posteres, rumámos ao Fórum Coimbra, para o Chá com vista para o Mondego, ao som da Tu Na D’ESTES (um abraço especial ao “bicho” que nos abordou após a actuação e nos vendeu um CD).

E pronto… está feito o relato daquele que foi o primeiro dia do CISA. Valeu pelas comunicações, pelos colegas que revimos e conhecemos (Serranita, um beijo para ti) e pelos estudantes das várias escolas com quem tivemos oportunidade de falar (boa viagem para aqueles que entretanto irão rumar a Madrid).

Se porventura tiverem algo mais a acrescentar àquilo que aqui já foi dito, aproveitem o espaço de comentários para o fazer.

Amanhã, se tivermos oportunidade, voltaremos com mais notícias.

Indoor Air 2011

Irá decorrer em Junho do próximo ano (2011), o Indoor Air 2011.

Este é um evento que terá lugar em Austin, Texas (Estados Unidos da América), entre os dias 5 e 10 de Junho de 2011.
Referimo-lo agora, cerca de um ano antes, porque está quase a terminar o prazo para a submissão de resumos.
Os eventuais interessados em apresentar comunicações orais ou posters deverão submeter os seus resumos até ao dia 8 de Outubro, próxima sexta-feira.

7.º Seminário Internacional de Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente

Irá ter lugar entre os dias 10 e 12 de Novembro no Hotel Sofitel no Rio de Janeiro (Brasil), o 7.º Seminário Internacional de Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente.

Organizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o evento pretende reunir trabalhos de nanotecnologia aplicada especialmente à saúde e meio ambiente, além de debater a regulação da área.

Estão previstas participações de personalidades associadas à investigação nesta área, como é o caso de Hossan Haick, (Instituto de Nanotecnologia Russel Berrie, Israel), Kenneth W. Abbott (Universidade do Estado do Arizona), Jim Edmond Riviere (Universidade do Estado da Carolina do Norte) e Anna A. Shvedova (Universidade de West Virginia).

Entre os temas das apresentações estão “Nanotecnologias e saúde – usos atuais e nos próximos 10 a 15 anos”, “Nanomedicina: novos sistemas de diagnóstico molecular e aspectos sobre nanotoxicidade”, “Nanotecnologias: experiências brasileiras em saúde, beleza, alimentos e agricultura”, “Efeitos à saúde de nanomateriais carbonáceos: dos mecanismos às consequências regulatórias” e “Novas tecnologias, ética e sociedade”.

A organização receberá resumos de trabalhos até o dia 10 de Outubro e as inscrições para participação com desconto vão até 4 de Novembro. Atenção porque o número de vagas é limitado.

Este é um evento interessante mas que infelizmente não vamos poder acompanhar.

A Saúde Ambiental no IFEH 11th Congress on Environmental Health

A propósito da rubrica “Onde Estamos?“, lançámos o desafio ao colega Rogério Nunes para que nos contasse como haviam corrido as coisas por Vancouver (ver Onde Estamos?… Estamos no IFEH 11th Congress on Environmental Health em Vancouver). Depois de termos estado em San Diego (ver A Saúde Ambiental no Air Pollution and Health: Bridging the gap) e em Syracuse (ver Estamos no Healthy BuildingsDe regresso a Portugal), deixamos aqui o relato da passagem deste nosso colega por Vancouver, enfatizando-se, mais uma vez, a importância que tem a nossa participação neste tipo de eventos.

Estamos em Vancouver, Colômbia Britânica, Reino do Canadá.

Foi uma longa viagem. Duas horas e meia até Amesterdão, seis horas de escala no aeroporto de Schiphol e nove horas até ao destino com um fuso horário de menos sete horas.

O que motivou este jornada foi a realização do bianual Congresso Mundial de Saúde Ambiental da Federação Internacional de Saúde Ambiental onde Portugal está representado, deste 2009, pela Sociedade Portuguesa de Saúde Ambiental.

Por sermos um membro recente, foi pela primeira vez desfraldada uma novíssima bandeira da República Portuguesa e colocada ao lado das restantes trinta e oito já viajadas pelos quatro cantos do mundo.

Esta participação no IFEH2010 teve como objectivo expor uma comunicação intitulada “Intervenção Comunitária no Ensino Superior de Saúde Ambiental”, onde foi relatado o modo de funcionamento das unidades curriculares Projecto I, II e III do Curso de Saúde Ambiental do IPBeja e apresentado o trabalho de alunos e professores.

A cidade de Vancouver é fantástica e o evento estava luxuosamente organizado. Tão importante como aprendermos com as experiências dos colegas nas sessões de trabalho é a oportunidade de conhecer os confrades de Saúde Ambiental.

Portugal é um País bastante conhecido e acarinhado por todos. Fica a sensação que os únicos menos agradados com Portugal são os portugueses!

Foi possível confraternizar e estabelecer laços com colegas da Austrália, Reino Unido, África do Sul, USA, Malásia, Dinamarca, Holanda, Uganda…. Em contraste com o ainda incipiente reconhecimento social no nosso País da profissão de técnico de saúde ambiental, foi fácil perceber que em muitos países esta é uma actividade de elevado estatuto profissional e social.

Para aqueles que estão a pensar nas dificuldades orçamentais, deve ser dito que esta aventura foi possível graças a um financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Esta não é a única fundação a disponibilizar este tipo de apoios e o primeiro passo é candidatarem-se…

Como uma imagem vale mais que mil palavras fica o endereço do álbum do congresso para que possam sentir o ambiente vivido.

O próximo congresso mundial será em 2012 na cidade de Vilnius, capital da Lituânia onde faço votos que a delegação portuguesa não volte a ser constituída por um único elemento.

Em 2012, todos a Vilnius!