iPhone: toxicidade tecnológica?

Um estudo revelado no início desta semana pelo grupo ambientalista Greenpeace concluiu que a Apple utiliza materiais potencialmente tóxicos no iPhone, com destaque para o bromo.

A Greenpeace afiança ainda o revestimento do cabo dos auscultadores contém 1,5% de um composto químico usado para aumentar a flexibilidade dos plásticos e cuja utilização está proibida, por exemplo, nos brinquedos comercializados na União Europeia.
Também a bateria do iPhone está soldada ao chassis o que, segundo a organização ambiental, impede a sua substituição e dificulta a sua reciclagem.

De acordo com a organização ecologista, “a empresa de Steve Jobs perdeu a oportunidade de demonstrar que é um verdadeiro líder industrial com um iPhone ecológico. Em vez disso, o público recebeu um aparelho que não respeita o meio ambiente”.

Entretanto, ontem, dia 16, a Apple ripostou afirmando que iPhone cumpre restrições ecológicas.

Segundo um porta-voz da companhia, “como todos os produtos da Apple, o iPhone cumpre o padrão às restrições a substâncias tóxicas (da sigla em inglês, RoHS)”, adiantando ainda que “a Apple eliminará o uso de PVC e outras substâncias até o final de 2008″.
O fundador e chief executive officer da companhia explicou a posição da companhia quanto ao meio ambiente em carta aberta publicada em Maio.

No documento, Steve Jobs afirmou que a Apple pretende eliminar completamente o uso de componentes, como o PVC e retardantes de chamas na sua linha de produtos até o final de 2008. A companhia também planeia eliminar ou reduzir o uso de outros químicos como o mercúrio e o arsénico.

Saúde e ambientes

Saúde e Ambientes
Existe uma relação entre Saúde e Ambiente. Mas de que forma poderemos inclui-la nas políticas de Saúde?

É supostamente a esta questão que Paulo Kuteev Moreira, Doutor em Health Management pela University of Manchester e professor na Escola Nacional de Saúde Pública, tenta dar resposta no seu artigo de opinião no Diário Económico

Em relação aos dias de hoje, e após umas linhas corridas acerca da revolução industrial, do papel das profissões da saúde e de Chadwick (Enquiry into the Sanitary Condition of the Labouring Population of Great Britain), refere que «mais de século e meio depois, reconhecemos um fenómeno semelhante que exige, da parte dos homens e mulheres de boa vontade, uma nova aliança discreta com as profissões da saúde para o combate em prol de uma nova causa social. Trata-se do desafio da alteração das prioridades do investimento público na relação entre doença e saúde.»

Este terá sido talvez o mais próximo que Paulo Kuteev Moreira terá estado da resposta à questão inicial, sem que contudo, pelo menos eu, tivesse vislumbrado uma resposta peremptória. No entanto reconheço-lhe o mérito de ver o que poucos conseguem. Falo da necessidade de aliança discreta (?!!) com as profissões da saúde para evidenciar a importância da mudança de paradigma que urge encetar no que diz respeito ao investimento público, dando enfoque à Saúde Ambiental (será que era a isto que ele se referia?). Afinal à que fazer ver aos decisores políticos o que realmente importa.

Aparentemente a mudança de paradigma já foi encetada e a Saúde Ambiental faz agora parte da agenda política, ou não tivesse ela sido, aliada à Saúde Pública, objecto de tanto interesse ao longo do último ano e meio. Só resta saber se os “homens e mulheres de boa vontade” estão realmente interessados nessa aliança que apregoada, se é que os “homens e mulheres de boa vontade” existem de facto.

Qualidade de vida em Portugal

«Estudo sobre qualidade de vida coloca o nosso país em 18º lugar a nível mundial, ficando à frente da Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Bélgica, Espanha, entre outros. Foram analisados vários indicadores na procura dos melhores países em termos ambientais. Portugal está no top 20, mas nenhuma das nossas cidades ficou bem colocada.

A lista foi elaborada pela publicação a partir da análise de indicadores de qualidade ambiental e de vida, com o objectivo de descobrir os melhores países em termos ambientais, mas nos quais “as pessoas possam prosperar”. Este top também levou em conta factores sociais, como educação e a renda da casa.»

Terei que acreditar nisto, ou será que posso pôr em causa uma ou outra coisinha? É que estes dados são realmente estranhos, principalmente se tivermos em consideração que nenhumas das cidades portuguesas ficou colocada entre as 72 melhores. Aqui, neste caso, o todo não é a soma das partes.

«Um sistema constitui-se de partes interdependentes entre si, que interagem e tranformam-se mutuamente, desse modo o sistema não será definível pela soma de suas partes, mas por uma propriedade que emerge deste seu funcionamento. O estudo em separado de cada parte do sistema não levará ao entendimento do todo, esta lógica se contrapõe ao método cartesiano analítico que postulava justamente ao contrário.
Nesta perspectiva o todo é mais do que a soma das partes. Da organização de um sistema nascem padrões emergentes que podem retroagir sobre as partes. Por outro lado o todo é também menos que a soma das partes uma vez que tais propriedades emergentes possam também inibir determinadas qualidades das partes». in Wikipédia.


Em termos conclusivo aquele estudo refere que:

«é sempre possível ser “mais verde”, criando melhores condições de vida; não se pode deixar de pensar no futuro, tratando bem a água, mas depois criando muita poluição, como acontece nos Estados Unidos; proteger as florestas e as árvores; administrar o progresso em benefício de todos e mudar enquanto é tempo.»

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Notícia retirada do sítio PortugalDiário. Cliquem aqui para a lerem na íntegra.

Maioria dos portugueses preocupa-se com ambiente e saúde

Segundo uma sondagem hoje divulgada em Bruxelas pelo Eurobarómetro, “a maioria dos portugueses preocupa-se, tal como os restantes cidadãos da União Europeia, com as questões ambientais e com a investigação na área da saúde”.
A questão é saber se tudo não passará de uma “declaração de intenções”, sem repercussões efectivas ao nível do desempenho individual.
Eu, cá por mim, continuarei a fazer a minha parte.
Vejam mais aqui.

Planeamento Urbano – Avaliação do Impacte na Saúde

Vai realizar-se no próximo dia 27 de Outubro, na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de LisboaParque das Nações – o Congresso Internacional “Planeamento Urbano – Avaliação do Impacte na Saúde”, organizado pela Universidade de Coimbra, Instituto de Estudos Geográficos, em parceria com o Alto Comissariado da Saúde.

«No início do século XXI, algumas das maiores questões políticas e académicas prendem-se com o ambiente, a sustentabilidade, a qualidade de vida e a saúde. Reconhece-se actualmente que o ambiente (contexto sociomaterial) influencia o bem-estar individual e comunitário.

A tarefa de identificar com precisão as características ambientais que podem influenciar a vida humana e a forma como podem ser medidas e monitorizadas, é um dos grandes desafios, dado que esse conhecimento é fundamental ao desenvolvimento de intervenções de planeamento sustentável e saudável, objectivos incluídos Plano Nacional de Saúde, na Agenda 21 Local, no Planeamento Urbano de Comunidades Sustentáveis.

Sendo o Plano Nacional de Saúde uma componente essencial do desenvolvimento sustentável, neste encontro pretende-se:

  1. Debater o impacte na saúde, e nos comportamentos e estilos de vida, de factores ambientais e da organização do espaço urbano;
  2. Colocar à discussão a importância do papel do planeamento urbano na saúde e na criação de comunidades sustentáveis;
  3. Alertar para a relevância da saúde em todas as políticas. Os três objectivos concorrem para a melhoria da saúde dos indivíduos residentes em municípios integrados na Área Metropolitana de Lisboa, objecto de trabalho de investigação cujos resultados serão apresentados neste congresso.»

Mais informações aqui.

Principles for Evaluating Health Risks in Children Associated with Exposure to Chemicals

“Os contaminantes do ar e da água, pesticidas presentes na alimentação e no solo, assim como muitas outras ameaças ambientais que alteram o delicado organismo de uma criança, podem provocar ou piorar a doença ou induzir problemas de desenvolvimento. Mais de 30% dos surtos de doenças em crianças podem ser atribuídos a factores ambientais.”
Tradução livre.

Esta terá sido uma das conclusões evidenciadas no novo volume da série Environmental Health Criteria, Principles for Evaluating Health Risks in Children Associated with Exposure to Chemicals, um trabalho da Organização Mundial de Saúde.

Saibam mais aqui.