Climatização tem sido aposta dos hospitais

«A Direcção-Geral de Saúde considera que tem havido um esforço dos hospitais para equipar as áreas mais sensíveis para os doentes com sistema de climatização, mas reconhece que ainda há estabelecimentos mais antigos que funcionam sem estes equipamentos. “Tem havido uma melhoria significativa de modernização nos hospitais”, disse à agência Lusa Paulo Diegues, da Divisão de Saúde Ambiental da Direcção-Geral de Saúde (DGS), acrescentando que a maioria dos serviços começa a estar dotada com estes equipamento. Depois de em 2003 se ter verificado uma forte onda de calor, que terá vitimado cerca de 2.000 pessoas no país, o Ministério da Saúde disponibilizou verbas, através de concurso público, para os hospitais se equiparem com ar condicionado.A partir de 2005, coube aos hospitais que se tornaram Entidade Pública Empresarial (EPE) destinarem verbas para climatização, explicou o responsável da DGS.

(…)

Um estudo do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA), que analisou 41 hospitais do Serviço Nacional de Saúde, revela que nos hospitais sem ar condicionado o número de mortes por excesso de calor em pessoas internadas com mais de 45 anos pode aumentar em 60%.»

Entretanto, a agência Lusa, numa ronda que fez pelos hospitais EPE do país, tentou determinar quais os serviços equipados com sistemas de climatização, conforme recomendação do Plano de Contingência para as Ondas de Calor em Portugal em vigor desde 2004 (ver Plano de Contingência para Ondas de Calor 2008).

«No Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, que agrupa os hospitais de São Francisco Xavier, Egas Moniz e Santa Cruz, “60% dos serviços têm ar condicionado”, disse uma fonte da unidade, acrescentando que o equipamento será instalado à medida que os serviços vão sendo remodelados.
Este ano, foram renovados os serviços de Ortopedia, Medicina IV e Hematologia do Hospital de São Francisco Xavier e os serviços de Neurocirurgia e Medicina II do Hospital Egas Moniz, acrescentou.
Os hospitais de São José, Santo António dos Capuchos, Santa Marta e D. Estefânia, que compõem o Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), também tem serviços sem sistema de climatização, disse fonte hospitalar, sem precisar quais.
A nível de ar condicionado e climatização, o Hospital de Santa Maria (Lisboa) está “bem prevenido”, sublinhou uma fonte do estabelecimento hospitalar.
Segundo a mesma fonte, cerca de 90% do hospital está equipado com aparelhos de ar condicionado e o restante tem uma película de protecção de calor.
No Hospital Garcia d´Orta, em Almada, a generalidade dos serviços está equipada, segundo uma fonte do hospital.
No Hospital São João, no Porto, estão equipados com sistema de ar condicionado todos os blocos operatórios, as unidades de cuidados intensivos e intermédios, a urgência, os serviços de pediatria, pneumologia e broncologia, ginecologia e obstetrícia, nefrologia, incluindo a Unidade de Hemodiálise.
Também os serviços de doenças infecciosas, cirurgia plástica/unidade de queimados, hematologia clínica, cirurgia torácica, psiquiatria, Hospital de Dia do Ambulatório (oncológico e não oncológico) e centro de ambulatório têm climatização. Até ao final de 2009, serão equipados os restantes serviços, alguns já em fase de obra.
No Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB), o presidente do conselho de administração, João Casteleiro, adiantou que no Hospital Pêro Covilhã só falta ser instalado ar condicionado nas enfermarias gerais, o que deverá acontecer já em Agosto.
O Hospital do Fundão aguarda por obras de requalificação, disse o responsável, sublinhando que a unidade tem ar condicionado na consulta aberta (antiga urgência) e na área de raio-X.
Os outros serviços que ali funcionam – medicina interna e cuidados paliativos – aguardam pela remodelação das instalações, que está prestes a arrancar. “Trata-se de um edifício antigo que não tem estrutura para se instalar ar condicionado”, explica João Casteleiro.
Luís Viegas, relações públicas do Hospital de S. Teotónio, Viseu, referiu que “existe climatização em todos os serviços onde há doentes” e que o bloco operatório tem ar condicionado.
O Hospital de Santarém tem climatizados a urgência, a sala de observações e os blocos operatórios, referiu à Lusa o presidente do Conselho de Administração, José Rinaço Josué.
Nas zonas de internamento está em curso, desde há alguns anos, um plano plurianual de melhoramentos que tem vindo a contemplar os serviços mais críticos, com especial
ênfase na climatização.
O presidente do conselho de administração do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil Coimbra, EPE, Manuel António Silva, afirma que todo o hospital se encontra climatizado.
A agência Lusa contactou o Centro Hospitalar de Coimbra, EPE mas não obteve resposta, assim como dos Hospitais da Universidade de Coimbra, cujo processo de transformação em EPE ainda está em curso.
No Hospital do Barlavento Algarvio, em Portimão, os serviços que acompanham os doentes têm um sistema de Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado.
Além destes serviços, também a Esterilização, a Farmácia e o refeitório têm este sistema, referiu uma fonte do hospital, garantindo ainda que estão a “a melhorar todo o sistema”.»

Fonte: Diário dos Açores.

Foi também notícia, no Portal da Saúde, que “os hospitais da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) puseram a funcionar este Verão o sistema de climatização. O projecto, iniciado em 2006, e o custo total do melhoramento ascendeu a um milhão de euros, tendo sido investidos 700 mil Euros no Hospital Dr. José Maria Grande e mais de 300 mil euros no Hospital de Santa Luzia. A questão da climatização, abordada como fundamental e prioritária, tornou-se agora uma realidade na ULSNA, melhorando significativamente as condições ambientais face ao particular rigor das estações mais quentes e às temperaturas elevadas atingidas por esta altura do ano.
Este ano de 2007 fica, assim, na história dos hospitais do norte alentejano como um marco importante na criação de condições de permanência em instituições de saúde.”

A partir de agora, há é que garantir a sua correcta manutenção. Ao longo do nosso desempenho em Saúde Ambiental, e associado a equipamentos afectos à climatização, nomeadamente em edifícios do tipo hospitalar, já encontrámos uma enormidade de nichos ambientais de risco propiciadores das ditas “infecções nosocomiais”.

Satisfação Profissional nos Serviços de Saúde Pública: a satisfação na reestruturação da Saúde Pública (1)

Foi no fim de Setembro de 2007 que aqui fiz referência à missão cumprida.
Agora, quase um ano depois, proponho-me a, paulatinamente, dar-vos a conhecer o resultado final. Devo-vos isso!

«(…) pretendeu-se, através da determinação do nível de satisfação profissional dos técnicos de saúde em exercício nos Serviços de Saúde Pública e da importância atribuída às dimensões que a caracterizam, conhecer o nível de satisfação profissional, dos Médicos de Saúde Pública e dos Técnicos de Saúde Ambiental dos Serviços de Saúde Pública de âmbito local, de Portugal Continental e verificar se existiam diferenças estatisticamente significativas no que diz respeito ao nível de satisfação profissional em relação a algumas características sócio-demográficas da população (género, profissão ou carreira, local de trabalho e antiguidade na profissão ou carreira).
Para a recolha de dados, procedeu-se à adaptação de um questionário de avaliação da satisfação profissional, que já havia sido aplicado em centros de saúde do Serviço Nacional de Saúde e que esteve na génese da escala de satisfação profissional utilizada na Monitorização da Qualidade Organizacional dos Centros de Saúde.»

O número de respondentes ao inquérito por questionário levado a efeito para o estudo, que decorreu entre Maio e Julho de 2006, totalizou 222 sujeitos (Quadro 5 do relatório de investigação, reproduzido em baixo), representando 27,7% da população em análise, de acordo com os dados disponíveis na altura e que se reportavam ao ano de 2005. Recordo que os dados de 2006 já foram entretanto disponibilizados, estando ainda a faltar os de 2007.

«Após a aplicação do teste de ajustamento do Qui-quadrado, determinou-se que em relação à amostra e a cada um dos grupos profissionais que a compõem, não se verificavam diferenças estatisticamente significativas (p>0,05) entre a sua distribuição e a distribuição da população. Nesse sentido podemos afirmar que a amostra é representativa e que os resultados obtidos poderão ser extrapolados para a população em estudo.»

O desafio que se segue

Já não é a primeira vez que aqui lanço um desafio.
Hoje lanço-vos, muito provavelmente, o último desafio.

Em função do período de férias que se avizinha e das mudanças que se perspectivam para Setembro que, de alguma forma, já aqui haviam sido referidas a propósito da “OPA” ao Saúde Ambiental…, corre-se o risco do Saúde Ambiental… (Saúde Ambiental. Salud Ambiental. Environmental Health. Santé Environnementale.) ter um decréscimo significativo de actualizações.

Apesar do blogue ter um “rosto”, tem-se tentado, de alguma forma, reflectir o estado de alma da Saúde Ambiental e dos profissionais que a promovem. Confesso que nem sempre tem sido fácil e que nem sempre isso tem sido conseguido, fruto, como é óbvio, do cunho pessoal que todos nós acabamos por dar àquilo que fazemos. O blogue não tem sido excepção.

Uma das formas que encontrei para contrariar esta situação foi a de convidar alguns colegas para se associarem como autores deste projecto. Dessa forma, além da possibilidade de participação através dos comentários que sempre existiu, abrir-se-ia a porta para uma nova forma de participação, tentando fazer com que o Saúde Ambiental… pudesse, de facto, reflectir o espírito de todos os Técnicos de Saúde Ambiental e doutros grupos profissionais com preocupações comuns.

Neste momento eu não sou o único autor registado no blogue, contudo, a minha assídua presença que tem sido o garante da manutenção do blogue.

Deduzindo que haverá algumas pessoas interessadas (que eu não conheço) em , com alguma frequência, expressar a sua opinião, sem que tenham um veículo de eleição para o fazerem, e como forma de garantir a manutenção do blogue, lanço-vos o desafio de se associarem, como autores, ao Saúde Ambiental…. Dessa forma, e uma vez registados como autores, podem começar colocar as vossas próprias mensagens no blogue.

Como se tornar autor do Saúde Ambiental…
Para que se tornem autores do blogue basta que enviem uma mensagem de correio electrónico apresentando as vossas motivações para participar neste projecto. Em função disso, ser-vos-á enviado um convite para que se associem como autores do Saúde Ambiental…

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Nota: Imagem recolhida no The Marketing Fresh Peel.

Degradação ambiental e alterações climáticas: um assunto para rir

Tal como no ano passado, também em 2008 a Ken Sprague Fund promoveu a INTERNATIONAL POLITICAL CARTOON COMPETITION Earthworks2008.
Se em 2007 a paz, a justiça social e os valores humanos haviam sido os temas de eleição, já este ano os temas foram a degradação ambiental e as alterações climáticas, fazendo com que este assunto se tornassem motivo de riso.
A Rússia (Mikhail Zlatkovsky), a Roménia (Constantin Ciosu) e a Tailândia (Tawan Chuntraskawvong) acabaram por ser as escolhas unânimes para os primeiro, segundo e terceiro lugares, respectivamente.

Sugiro-vos uma visita ao Ken Sprague Fund para poderem rir com os restantes cartoons.

Agenda Ambiental na Administração Pública

Lá fora, em português, pensam assim.

Por cá, na administração pública… num serviço de saúde pública que conhecemos e por cada ofício que é expedido, imprimem-se três exemplares. Em muitos outros, chegado o fim do dia, o computador é desligado sem que, contudo, nos lembremos de fazer o mesmo com o monitor. Os equipamentos de climatização estão, não raras vezes, a funcionar 24 horas por dia. E isto são apenas alguns exemplos que se conhecem.
Naquilo que nos compete, há que fazer alguma coisa.

Jacuzzi público encerrado por bactéria mortal?!…

Lembram-se d’A legionela politicalizada??
Aparentemente a saga continua… agora, aparentemente sem politiquices.

«Porque pode ser mortal, a Doença dos Legionários, infecção que ataca mais nos meses de Verão e de Outono, assusta. Na Póvoa de Varzim, análises levaram ao fecho de um jacuzzi, mas a lei não impõe qualquer controlo.

Na sequência de iniciativa da delegada de saúde local, o jacuzzi do Clube Desportivo da Póvoa (CDP) está encerrado há cinco dias. Foi ali detectada a presença de bactérias legionela do serogrupo I – o mais perigoso e eventualmente mortífero -, estando em curso os devidos procedimentos de avaliação de risco. Já em Fevereiro, na mesma cidade, um outro equipamento público do género havia sido encerrado por
ordem da autoridade sanitária, mas verificou-se então que a bactéria detectada era da estirpe menos perigosa.

Não há, soube o JN junto do responsável da Divisão de Saúde Ambiental da Direcção-Geral da Saúde (DGS), Paulo Diegues, lei que obrigue ao rastreio da legionela em equipamentos públicos (a única legislação que tem em conta a bactéria é a de certificação energética de edifícios). Atarefa poderia ser incumbência dos proprietários dos equipamentos, e a recomendação da DGS preconiza análises trimestrais. Restam os programas de vigilância das autoridades sanitárias, que se vão fazendo (como na Póvoa), mas que, por motivos óbvios, não podem abranger todos os locais passíveis de constituir perigo: existente na natureza, isto é, em rios e lagos, a bactéria pode alojar-se em redes artificiais de água e são muitos os sítios onde a doença pode ser contraída por seres humanos, através da inalação de aerossóis (gotículas), como chuveiros, fontes ornamentais, máquinas de lavagem de automóveis, etc.

O mais frequente, sendo a Doença dos Legionários de declaração obrigatória, é ser a detecção de pessoas infectadas a desencadear um processo de investigação que leve ao local onde a infecção foi contraída. De 2002 a 2006 houve um aumento do número de casos registados, algo que se deve não a qualquer surto epidémico, mas à optimização do sistema de declaração da doença.

Na Póvoa, a delegada de Saúde, Alice João, considerou não haver motivo para o encerramento total das piscinas do CDP, já que área de risco se confina ao jacuzzi. Ainda assim, informou todos os serviços de urgência e centros de Saúde locais e afixou as análises na Delegação de Saúde, para estarem atentos e, caso surja algum caso, informarem de imediato a DGS. Alice João considera não haver motivo para “alarmismo”, até porque o período de incubação da bactéria terminava ontem: “Se não surgiu até agora, dificilmente surgirá algum caso”.

Tal como em Fevereiro aconteceu com a Varzim Lazer, nenhuma informação foi dada aos milhares de utentes das instalações do clube poveiro, entre os quais estão crianças e idosos de escolas e instituições de solidariedade. Neste caso, Alice João diz que seguiu o procedimento regulamentado. Ainda assim, reconhece, “não há legislação que obrigue as piscinas e jacuzzis de utilização pública a publicitar os resultados das análises” e que nem todas as delegações de Saúdem fazem este tipo de
vigilância.

Nas instalações, o clube informa apenas que o jacuzzi está “encerrado para manutenção”. A mesma informação foi dada, ao JN, pela direcção desportiva, que diz desconhecer a existência de qualquer problema de saúde pública nas instalações e não confirma a presença da bactéria.»

Sugiro-vos também, à laia de descontracção, a leitura dos textos “cds-pp visitou varzim lazer e… …” e “os sócios do desportivo têm de estar atentos!” do blogue PovoaOffline.