Hoje é o meu último dia antes das férias e, supostamente, irei descansar.
Ao regressar, sinceramente não sei o que poderei encontrar.Vou de férias, sem saber para onde vou quando voltar.
Vou de férias, sem saber se a colega de gabinete ainda por cá estará em Setembro, sabendo eu que uma perna ou braço de muitos dos contratados valerá muito mais que alguns funcionários do quadro.
Vou de férias, sem vontade de ver mais do mesmo, ainda que tenha a certeza que nada será como dantes. Ou talvez não!
Neste último ano, a verdade de ontem foi muitas vezes a mentira de amanhã.
Neste último ano, já me vi a trabalhar numa autarquia; já antevi a minha inclusão numa hipotética lista de excedentários: enfim… já me vi no desemprego.
Neste último ano, no exercício de funções de âmbito regional já estive num Centro Regional, cujas competências deveriam ter sido reforçadas, estando, no entanto, agora extinto.
Vou de férias em busca de descanso, sabendo que descanso é coisa que não terei. Em muitos momentos e circunstâncias pensei em desistir: afinal a Saúde Ambiental não passou de um sonho. Desenganem-se! Vou de férias, mas não descansarei. Continuarei a congeminar, sem descanso, uma forma de fazer ver que vale a pena continuar a sonhar.
Neste último ano, nem tudo foi mau. A título pessoal ganhei: ganhei uma nova vida; deixei uma dissertação (quase) para trás; ganhei novos amigos e finalmente vi a cara dos “inimigos”. Afinal, mais uma vez, quase tudo se resume à Saúde Ambiental.
Vou de férias, mas não descansarei, ainda que dê prioridade à minha sanidade mental!