Os "pacotes" de leite da escola devem ser colocados no contentor do papelão

Enquanto Técnicos de Saúde Ambiental (TSA), e no âmbito das actividades de Saúde Escolar, há “pormenores deliciosos” que nos escapam aquando das visitas aos estabelecimentos do pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico da rede pública.
Eu acabei por descobrir este “pormenor”, não na qualidade de TSA mas na qualidade de pai de uma criança em idade pré-escolar.
Estou a falar da educação ambiental que era feita nas embalagens do leite escolar.
Na iniciativa do Ministério da Educação, passatempo “Leite Escolar 2000/2001”, as crianças tiveram que fazer um desenho alusivo aos tema “aproveitar para proteger”. Os desenhos seleccionados acabaram por ilustrar as embalagens do leite escolar, veículando dessa forma, mensagens de extrema importância para a preservação do meio ambiente.
Hoje deixo-vos a ilustração da Liana Marlene de Sousa Moreira, que na altura tinha 9 anos e frequentava o 4.º ano de escolaridade na Escola Souto n.º 2 – Portela do Monte, concelho de Penafiel (agrupamento).

Oportunamente divulgarei mais algumas ilustrações.
Infelizmente, as embalagens de leite escolar mudaram de visual. Desde o início deste ano civil que a mensagem foi descontinuada. Esperemos que seja retomada em breve.

Concurso para Professor Adjunto para a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra

Foi publicado hoje, no Diário da República Electrónico, o Edital n.º 104/2008, que dá conta da abertura de concurso de provas públicas para provimento de um Professor Adjunto para a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra do Instituto Politécnico de Coimbra, na área científica da Saúde Ambiental.
O concurso encontra-se aberto pelo prazo de 30 dias consecutivos, a partir de hoje, dia 31 de Janeiro de 2008.
A todos os potenciais candidatos, boa sorte.

Que se faça justiça Sr. Ministro

Hoje, algum tempo (pouco tempo) depois de aqui ter feito alusão à queda do Ministro da Saúde, tenho de reconhecer que errei. O ministro não caiu. Aparentemente ter-se-á atirado “deliberadamente” ao chão. De acordo com o que consegui apurar, apresentou a sua demissão porque já não tinha condições de garantir a relação de confiança entre o minstério e a população.
Se é verdade que algumas das decisões tomadas foram “polémicas”, dando azo à contestação popular e ao aproveitamente político, também é verdade – e mérito lhe seja dado – que era preciso mudar.
Parece-nos que as reformas em curso na saúde não são fruto exclusivo daquele que agora sai. Fazem parte da profunda reforma da administração pública que acaba por ser transversal.
Correia de Campos tem, por isso, o mérito de ter decidido – para o bem e para o mal – e de sempre ter assumido as decisões que tomou.
Para aqueles que almejam grandes mudanças, desenganem-se. A política de saúde há muito que está definida e não me parece que mude de trajectória.
Em relação à reforma dos cuidados de saúde primários, e à saúde pública em particular, o silêncio é aterrador.
Estamos preocupados!

Ana Jorge e o perfil da nova Ministra da Saúde

«Ana Jorge é líder da bancada socialista na Lourinhã. Foi presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa Vale do Tejo na época em que Maria de Belém foi Ministra da Saúde. Fazia já parte da equipa do Ministério da Saúde sob a tutela de Correia de Campos e foi uma das responsáveis pelo novo Centro Hospitalar com um quadro de pessoal único e uma direcção comum da Maternidade Alfredo da Costa e o Hospital Dona Estefânia.

Ana Jorge dirigia actualmente o serviço de Pediatria do Hospital Garcia de Orta, em Almada e terá sido sondada pelo Governo para assumir o cargo de Governadora Civil e Lisboa. A médica pediatra foi também responsável pela introdução do conceito «Música nos Hospitais». No currículo tem mais de 30 anos de profissão: quinze no Hospital D. Estefânia e cinco à frente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

A futura ministra da Saúde, Ana Maria Teodoro Jorge, disse hoje à Lusa que aceitou o convite e que acredita na reforma em curso, bem como no Serviço Nacional de Saúde (SNS). “Acabei de aceitar o convite [do Primeiro-Ministro] e só posso dizer que irei tentar levar a bom porto a missão”, disse.

Sobre a reforma em curso, que tem merecido várias críticas, Ana Jorge disse acreditar nas mudanças. “Acredito na reforma em curso e no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, afirmou.»

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Fonte e Ilustração: Sapo Notícias.

Correia de Campos, Ministro da Saúde já não é

Cuidado… cuidado… ele vai cair… segurem…
Opssssss!… Já está!
Caiu e ninguém se ofereceu para o segurar.
Correia de Campos, Ministro da Saúde já não é.
Correia de Campos vai ser substituido por Ana Jorge que, quando iniciei funções na Sub-Região de Saúde de Lisboa, ocupava o cargo de Presidente do Conselho da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Nessa altura, se a memória não me falha, tinhamos Constantino Sakellarides como Director Geral da Saúde e Maria de Belém Roseira como Ministra.
A última vez que me cruzei com a futura “patroa” da saúde, foi numa aula de Promoção da Saúde, no curso de mestrado em Saúde Pública.
Ana Jorge, em declarações à Agência Lusa, citadas pelo Sapo Notícias, referiu que “só posso dizer que irei tentar levar a bom porto a missão” e que “acredito na reforma em curso e no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.
Esperemos que não caia. Afinal cair parece menos bem a uma senhora.

A Lei é dura, mas é a Lei

Foi na edição de dia 24 de Janeiro de 2008, do Diário de Notícias (DN), que Maria José Nogueira Pinto, com o seu olhar crítico de jurista, desancou (foi apenas mais um a fazê-lo) na Lei do Tabaco (Lei n.º 37/2007 de 14 de Agosto) e nos rostos que a representam.
Apresento-vos o seu artigo de opinião “Dura Lex Sed Lex“. A Lei é dura, mas é a Lei.

«Na nossa tradição portuguesa é conhecida a febre legislativa que tem conduzido a leis mal pensadas e pior redigidas. Ora uma má lei é pior que lei nenhuma e uma lei repleta de contradições, omissões e lacunas vai perdendo os fundamentos e os objectivos que a justificaram, de excepção em excepção, transformando-se num mero articulado que todos querem furar. Foi o que aconteceu com a lei do tabaco que, com menos de um mês de vida, já está condenada pelas suas contradições, pelas dificuldades de interpretação que vão abrindo a porta a excepções duvidosas, pelo sentimento generalizado de que se está a limitar a esfera da liberdade privada sem que fique claro qual é o “interesse público” e em nome de que “bem comum”.

A primeira facada nestes princípios veio do lado dos casinos, o facto agravado pela eventual excepção ser personificada pelo próprio senhor da ASAE, (esse novo justiceiro na pior versão nacional) ao saudar, no casino, o novo ano e a nova lei com um charuto (ou seria um cigarro?) na boca. Uma infelicidade… seguiram-se as discotecas que, legitimamente, colocaram dúvidas sobre como se encaixavam no articulado e assim começou uma dança interpretativa por entre o emaranhado dos artigos 4.º e 5.º e respectivas alíneas. E aqui surge a primeira surpresa: o intérprete desta lei é o director-geral da Saúde em pessoa e estão mesmo em curso interpretações conjuntas com a ASAE e o contributo dos interessados, como é o caso dos casinos.

Confesso, eu modesta licenciada em Direito, não conhecer esta forma de interpretação “extensiva”. Mas as surpresas não ficam por aqui. Lendo a entrevista dada pelo director-geral da Saúde ao DN fico a saber coisas extraordinárias, tais como os casinos serem do Estado e por isso terem um regime especial; que de acordo com a
“verdade científica” não existe nenhum mecanismo de extracção do ar que permita satisfazer os requisitos impostos pela lei; que quem vai certificar a qualidade do ar é o técnico que coloca o equipamento; que os inspectores que fiscalizam o cumprimento da lei não têm capacidade de verificar os parâmetros do ar interior.

Para tudo isto, o director-geral da Saúde encontra uma explicação. Segundo ele próprio afirma a lei é clara nos seus objectivos mas de leitura reconhecidamente difícil. Talvez ele não saiba que, neste ponto, os objectivos esfumam-se, incluindo o da saúde pública, e só ficam perguntas, tais como: mesmo que os casinos fossem do Estado (que não são) deviam ter um regime próprio?

Então não são do Estado os serviços públicos onde a lei proíbe fumar? E se não existe sobre a face da terra mecanismo algum de extracção do ar com os requisitos que a lei exige, porque é que os mesmos estão previstos? Como uma remota possibilidade? Se a qualidade do ar é um dos aspectos mais relevantes pode a mesma ser certificada pelo técnico que coloca o equipamento? Mas não é esse técnico parte interessada e por isso não isenta? E se os inspectores que fiscalizam o cumprimento da lei não têm capacidade para verificar os parâmetros do ar interior, o que vão eles lá fazer? E qual é a diferença de fumar, à noite, num casino, numa discoteca ou num restaurante? É porque no restaurante se manipulam alimentos? Mas o fumo faz mal aos alimentos ou aos comensais?

Note-se que esta podia e devia ser uma boa lei. Todos percebem que fumar faz mal e ninguém, verdadeiramente, se insurge contra medidas que desencorajem práticas que lesam a saúde própria e de terceiros. Mas não sendo crime fumar, sendo livre a venda do tabaco da qual o Estado, aliás, arrecada grossas receitas e registando Portugal uma elevada taxa de alcoolismo e toxicodependência, a ferocidade com que o legislador saltou sobre os fumadores obrigava-o a fundamentar esta medida de em princípios transparentes de razoabilidade e equidade.

É tudo isto que vai retirando legitimidade a essa lei “clara nos objectivos, mas de difícil leitura”, para citar as palavras de Francisco George (director-geral da Saúde). Porque não é só a leitura que é difícil, a mente do legislador também está confusa e a equidade comprometida. Esta lei não é dura. É uma anedota.»

Cortesia da colega Sílvia Silva

Nós por cá, não temos tido mãos a medir. Quase todos os dias somos confrontados com proprietários de estabelecimentos de restauração e de bebidas que nos pedem ajuda na interpretação dum diploma legal, que de facto achamos ser necessário, mas cujo conteúdo é claramente dúbio e passível de interpretações várias e a belo gosto do leitor.
Hoje, um desses indivíduos – cuja actividade principal, vim a saber, é advocacia – dizia que até haver jurisprudência ninguém se orienta. Eu dúvido que venha a haver jurisprudência nesta matéria, com este diploma legal, tal qual ele está. Acredito, ou quero acreditar, que irá ser sujeito a alterações. Espero que para breve.
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Nota: parêntesis meus.