Os países mais verdes

Foi aqui que fiz referência ao “estranho” facto de Portugal ter ocupado a 18.ª posição no ranking mundial dos melhores países em termos ambientais.
No que diz respeito à Qualidade do Ar (concentração de determinados poluentes em zonas urbanas), Portugal ocupa a 45.ª posição, à frente, por exemplo dos Estados Unidos da América. Em relação à Qualidade da Água (classifica níveis de poluentes, bem como outros factores que afectam a pureza), estamos na 26.ª posição e, na 73.ª no que concerne aos Gases com Efeitos de Estufa (classifica os níveis de emissões de carbono per capita e por PIB), pasmem-se, à frente da Finlândia, que ocupa a 75.ª posição. Para a Eficiência Energética (classifica os esforços conservacionistas e a utilização de energias renováveis), ocupamos a 63.º posição, sendo a primeira posição, para esta categoria, ocupada pelo Congo (os Estados Unidos da América ocupam o 106º lugar). Por último, para a categoria Saúde Ambiental (classifica doenças e mortalidade infantil; mortalidade por infecções intestinais) estamos na 33.ª posição.

Como nota final, refira-se que apesar da Etiópia se apresentar na última posição global, como poderão constatar na lista que a seguir vos apresento, é o Turquemenistão que ocupa aquele lugar em dois dos critérios referidos (Gases com Efeito de Estufa e Saúde Ambiental)

Classificação dos países:

1.Finland 2.Iceland 3.Norway 4.Sweden 5.Austria 6.Switzerland 7.Ireland 8.Australia 9.Uruguay 10.Denmark 11.Canada 12.Japan 13.Israel 14.Italy 15.Slovenia 16.France 17.Netherlands 18.Portugal 19.New Zealand 20.Greece 21.Germany 22.Latvia 23.United States 24.Lithuania 25.United Kingdom 26.Belgium 27.Argentina 28.Croatia 29.Spain 30.Hungary 31.Albania 32.Estonia 33.Slovakia 34.Costa Rica 35.South Korea 36.Cuba 37.Belarus 38.Czech Republic 39.Bosnia and Herzegovina 40.Brazil 41.Panama 42.Armenia 43.Chile 44.Paraguay 45.United Arab Emirates 46.Macedonia 47.Bulgaria 48.Poland 49.Kuwait 50.Oman 51.Russia 52.Peru 53.Colombia 54.Malaysia 55.Guyana 56.Romania 57.Trinidad & Tobago 58.Georgia 59.Kazakhstan 60.Moldova 61.Thailand 62.Tunisia 63.Mexico 64.Libya 65.Ukraine 66.Sri Lanka 67.Lebanon 68.Venezuela 69.Ecuador 70.Turkey 71.Jordan 72.Algeria 73.Kyrgyzstan 74.Azerbaijan 75.Bolivia 76.Gabon 77.Dominican Republic 78.Syria 79.El Salvador 80.Saudi Arabia 81.Jamaica 82.Indonesia 83.Iran 84.China 85.Nicaragua 86.Namibia 87.Philippines 88.Egypt 89.Mongolia 90.Viet Nam 91.Myanmar 92.Honduras 93.Botswana 94.Turkmenistan 95.Tajikistan 96.South Africa 97.Guatemala 98.Cambodia 99.Uzbekistan 100.Bhutan 101.Laos 102.Morocco 103.Ghana 104.India 105.Congo 106.Cameroon 107.Uganda 108.Nepal 109.Papua New Guinea 110.Gambia 111.Bangladesh 112.Madagascar 113.Senegal 114.Togo 115.Pakistan 116.Kenya 117.Rwanda 118.Guinea 119.Zimbabwe 120.Zambia 121.Nigeria 122.Sudan 123.Tanzania 124.Benin 125.Central African Republic 126.Malawi 127.Mauritania 128.Yemen 129.Angola 130.Côte d’Ivoire 131.Democratic Republic of the Congo 132.Haiti 133.Mali 134.Guinea-Bissau 135.Mozambique 136.Burundi 137.Chad 138.Burkina Faso 139.Sierra Leone 140.Niger 141.Ethiopia

Hiperligações em actualização.

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Fonte: Reader’s Digest. Para aceder a mais informações relacionadas com este tema clique aqui.

Prémio Nobel da Paz: a justificação

A propósito da atribuição do Prémio Nobel da Paz, que já aqui foi objecto de um post, encontrei uma justificação no A PARTIR PEDRA – Blogue escrito por maçons da Loja Mestre Affonso Domingues – e da qual vos transcrevo parte, podendo ser lida na integra aqui.

«O anúncio da entrega do Prémio Nobel da Paz a um americano só se explica pelas razões que acompanham essa decisão.
De facto a grande maioria das expectativas estiveram bem longe deste premiado, mas é preciso reparar atentamente no americano que foi premiado e as razões aduzidas.
Não se trata de um americano qualquer, mas de um homem que tem feito da defesa do ambiente uma cruzada (bem paga, mas cruzada !) de esclarecimento pela necessidade de protecção do ambiente, percorrendo o mundo (esteve em Portugal há poucos meses) ensinando, divulgando o que está mal e e apontando a maneira de fazer bem.
É claro que todas as questões relacionadas com o ambiente têm a ver com todos nós, com a manutenção da vida terrestre (pelo menos no formato que conhecemos e em que existimos) e com o futuro dessa mesma vida, qualquer que seja o modelo que se considere.
Também é claro que esta decisão não é completamente inocente, sabemos que os Estados Unidos estão em plena corrida eleitoral, que a administração americana actual se está nas tintas para a saúde ambiental do planeta e que a arma do ambiente, quando usada a preceito, rende votos.

Bom, mas mesmo depois de tudo isto espremido, continuo a pensar que toda a visibilidade que seja dada a esta questão é ponto a favor da humanidade.
(…)

No estado actual da humanidade todos somos chamados à protecção da vida e nesse aspecto esta designação para o Nobel da Paz tem um efeito de marketing que é bem vindo.
Não será o mais desinteressado, mas desta vez o fim é capaz de justificar este meio.»

The Pump Handle

The Pump Handle: A water cooler for the public health crowd” é um blogue cuja visita frequente aconselho a todos os Técnicos de Saúde Ambiental e Médicos de Saúde Pública.

“The Pump Handle is a place for people interested in public health and the environment to discuss the issues that interest us, particularly when they’re not getting the treatment we think they deserve in the mainstream media.”

iPhone: toxicidade tecnológica?

Um estudo revelado no início desta semana pelo grupo ambientalista Greenpeace concluiu que a Apple utiliza materiais potencialmente tóxicos no iPhone, com destaque para o bromo.

A Greenpeace afiança ainda o revestimento do cabo dos auscultadores contém 1,5% de um composto químico usado para aumentar a flexibilidade dos plásticos e cuja utilização está proibida, por exemplo, nos brinquedos comercializados na União Europeia.
Também a bateria do iPhone está soldada ao chassis o que, segundo a organização ambiental, impede a sua substituição e dificulta a sua reciclagem.

De acordo com a organização ecologista, “a empresa de Steve Jobs perdeu a oportunidade de demonstrar que é um verdadeiro líder industrial com um iPhone ecológico. Em vez disso, o público recebeu um aparelho que não respeita o meio ambiente”.

Entretanto, ontem, dia 16, a Apple ripostou afirmando que iPhone cumpre restrições ecológicas.

Segundo um porta-voz da companhia, “como todos os produtos da Apple, o iPhone cumpre o padrão às restrições a substâncias tóxicas (da sigla em inglês, RoHS)”, adiantando ainda que “a Apple eliminará o uso de PVC e outras substâncias até o final de 2008″.
O fundador e chief executive officer da companhia explicou a posição da companhia quanto ao meio ambiente em carta aberta publicada em Maio.

No documento, Steve Jobs afirmou que a Apple pretende eliminar completamente o uso de componentes, como o PVC e retardantes de chamas na sua linha de produtos até o final de 2008. A companhia também planeia eliminar ou reduzir o uso de outros químicos como o mercúrio e o arsénico.

Prémio Nobel do quê??

O novo Prémio Nobel da Paz, o ex-vice-presidente americano Al Gore, conseguiu com o seu activismo mediático que o meio ambiente adquirisse a mesma importância na consciência pública que a luta pela paz.

Al Gore recebeu o Prémio Nobel da Paz em 2007, junto com o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da ONU, “pelos seus esforços na construção e disseminação de maior conhecimento sobre as alterações climáticas induzidas pelo homem e por lançar as bases necessárias para inverter tais alterações”, de que é exemplo o documentário “An Inconvenient Truth”.

Al Gore foi o vigésimo americano laureado com este prémio, tendo sido anteriormente atribuido a figuras políticas de relevância como os ex-presidentes Theodore Roosevelt (1906) e Jimmy Carter (2002), o activista Martin Luther King (1964) e o ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger (1973).

Estranhamente, ou talvez não, os valores estão-se a inverter, porque tanto quanto sabemos, Al Gore não aplica o que apregoa – no que a questões ambientais diz respeito – nem tão pouco a sua actuação na administração americana, sob a égide de Bill Clinton, foi condicente com os pergaminhos da paz.

Saúde e ambientes

Saúde e Ambientes
Existe uma relação entre Saúde e Ambiente. Mas de que forma poderemos inclui-la nas políticas de Saúde?

É supostamente a esta questão que Paulo Kuteev Moreira, Doutor em Health Management pela University of Manchester e professor na Escola Nacional de Saúde Pública, tenta dar resposta no seu artigo de opinião no Diário Económico

Em relação aos dias de hoje, e após umas linhas corridas acerca da revolução industrial, do papel das profissões da saúde e de Chadwick (Enquiry into the Sanitary Condition of the Labouring Population of Great Britain), refere que «mais de século e meio depois, reconhecemos um fenómeno semelhante que exige, da parte dos homens e mulheres de boa vontade, uma nova aliança discreta com as profissões da saúde para o combate em prol de uma nova causa social. Trata-se do desafio da alteração das prioridades do investimento público na relação entre doença e saúde.»

Este terá sido talvez o mais próximo que Paulo Kuteev Moreira terá estado da resposta à questão inicial, sem que contudo, pelo menos eu, tivesse vislumbrado uma resposta peremptória. No entanto reconheço-lhe o mérito de ver o que poucos conseguem. Falo da necessidade de aliança discreta (?!!) com as profissões da saúde para evidenciar a importância da mudança de paradigma que urge encetar no que diz respeito ao investimento público, dando enfoque à Saúde Ambiental (será que era a isto que ele se referia?). Afinal à que fazer ver aos decisores políticos o que realmente importa.

Aparentemente a mudança de paradigma já foi encetada e a Saúde Ambiental faz agora parte da agenda política, ou não tivesse ela sido, aliada à Saúde Pública, objecto de tanto interesse ao longo do último ano e meio. Só resta saber se os “homens e mulheres de boa vontade” estão realmente interessados nessa aliança que apregoada, se é que os “homens e mulheres de boa vontade” existem de facto.