O português de garrafão e beata no canto da boca diz que está sujo

Este fim-de-semana, no sítio do costume, a paisagem era bem diferente dos anos anteriores.
Todos os anos, o destino de eleição acaba por ser a praia do Barranco das Canas vulgus Praia do Alemão, mesmo ao lado da praia do Vau no Algarve, concelho de Portimão (veja aqui).
Ainda antes de chegar ao areal já se ouviam os veraneantes a falar: “isto este ano está tudo sujo!!”.
A paisagem lá em baixo era “assustadora”. O areal estava coberto de algas e só uns 10 a 20 metros depois de se entrar na água é que esta ganhava a sua cor natural. Ainda assim, não me parece que estivesse tudo sujo. Será que o conceito de “sujo” é igual para todos nós? Duvido! Será que alguém pensou naquilo que suja todos os anos, nas praias deste país?
Muito provavelmente quem a adjectivava daquela forma acha normal enterrar as beatas na areia e levar o melhor amigo do homem a defectar onde todos nós estendemos a toalha.

“(…) as praias de Alvor, Barranco das Canas [entenda-se praia do Alemão], Carianos, Três Castelos, Três Irmãos (Alvor Nascente) e do Vau foram distinguidas pela Quercus com a Bandeira Dourada, devido à boa qualidade da água.”
in Portimão em directo, n.º 9, Julho de 2007

 

Até há pouco tempo, e a propósito deste post, o sítio Viv’a Praia era um óptimo local de passagem para que pudessemos, entre outras coisas, ir acompanhando a qualidade da água balnear deste país. Infelizmente, o registo daquele domínio expirou em Junho deste ano e corre-se o risco de o ver ir por água abaixo.

Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento

Estávamos em 1992, quando no Rio de Janeiro, teve lugar a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e de onde resultou a Declaração do Rio Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

Entretanto…

As preocupações com o clima e a necessidade de definir uma estratégia conjunta para o proteger, levaram 170 países a adoptar a Agenda 21, um plano de acção global, para ser posto em prática por todos os governos, assim como três convenções:

  1. a convenção para as alterações climáticas;
  2. a convenção para a diversidade biológica; e
  3. a convenção sobre a desertificação.

Terra Alerta

Rubrica sobre Ambiente no Jornal da Noite da SIC, à quinta-feira.
A perspectiva é a do cidadão e dos comportamentos individuais. Acreditamos que não temos de abdicar do conforto para protegermos o Ambiente e nos protegermos a nós próprios como espécie. Precisamos sim de usar a energia de forma mais eficiente e apostar em comportamentos racionais. “

Por Carla Castelo e Filipe Ferreira (repórter de imagem)

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Porque há uma, além das catorze maravilhas que amanhã serão eleitas (sete maravilhas de Portugal e as novas sete maravilhas do Mundo), que raramente é merecedora da nossa atenção, sugiro-vos uma passagem (frequente) pelo Terra Alerta.

Porque está na altura de fazermos alguma coisa!

Dia da Terra… todos os dias!

Façam de todos os dias o Dia da Terra,

fazendo a vossa parte.
Façam de todos os dias o Dia da Terra,
se realmente se importarem.
Cada pequena acção importa,
para a Terra, ar e oceanos.
Cada grande acção importa,
para a ecologia do mundo!

Dia Mundial da Água: “A Água” por Bocage


Meus senhores eu sou a água
que lava a cara, que lava os olhos
que lava a rata e os entrefolhos
que lava a nabiça e os agriões
que lava a piça e os colhões
que lava as damas e o que está vago
pois lava as mamas e por onde cago.

Meus senhores aqui está a água
que rega a salsa e o rabanete
que lava a língua a quem faz minete
que lava o chibo mesmo da rasca
tira o cheiro a bacalhau da lasca
que bebe o homem que bebe o cão
que lava a cona e o berbigão

Meus senhores aqui está a água
que lava os olhos e os grelinhos
que lava a cona e os paninhos
que lava o sangue das grandes lutas
que lava sérias e lava putas
apaga o lume e o borralho
e que lava as guelras ao caralho

Meus senhores aqui está a água
que rega as rosas e os manjericos
que lava o bidé, lava penicos
tira mau cheiro das algibeiras
dá de beber às fressureiras
lava a tromba a qualquer fantoche e
lava a boca depois de um broche.

“A Água”, de Manuel Maria de Barbosa du Bocage.

Constituição da República Portuguesa: ambiente e qualidade de vida

Não precisamos de conhecê-la em pormenor, mas é importante que saibamos que existe; a Constituição da República Portuguesa.

Artigo 66.º (Ambiente e qualidade de vida)
1. Todos têm direito a um ambiente de vida humano, sadio e ecologicamente equilibrado e o dever de o defender.
2. Para assegurar o direito ao ambiente, no quadro de um desenvolvimento sustentável, incumbe ao Estado, por meio de organismos próprios e com o envolvimento e a participação dos cidadãos:
a) Prevenir e controlar a poluição e os seus efeitos e as formas prejudiciais de erosão;
b) Ordenar e promover o ordenamento do território, tendo em vista uma correcta localização das actividades, um equilibrado desenvolvimento sócio-económico e a valorização da paisagem;
c) Criar e desenvolver reservas e parques naturais e de recreio, bem como classificar e proteger paisagens e sítios, de modo a garantir a conservação da natureza e a preservação de valores culturais de interesse histórico ou artístico;
d) Promover o aproveitamento racional dos recursos naturais, salvaguardando a sua capacidade de renovação e a estabilidade ecológica, com respeito pelo princípio da solidariedade entre gerações;
e) Promover, em colaboração com as autarquias locais, a qualidade ambiental das povoações e da vida urbana, designadamente no plano arquitectónico e da protecção das zonas históricas;
f) Promover a integração de objectivos ambientais nas várias políticas de âmbito sectorial;
g) Promover a educação ambiental e o respeito pelos valores do ambiente;
h) Assegurar que a política fiscal compatibilize desenvolvimento com protecção do ambiente e qualidade de vida.