Ser-se Técnico Superior de Segurança e Higiene do Trabalho em Espanha, é possível

Em Maio de 2008 publiquei uma mensagem que dava conta da história do nosso colega Daniel. O Daniel tinha-se aventurado por terras de Espanha, por ali lhe ter surgido uma oportunidade de trabalho como  Técnico Superior de Segurança e Higiene do Trabalho (TSSHT) (Ser-se Técnico Superior de Segurança e Higiene em Espanha), uma história sobre a qual não tivemos conhecimento do desfecho. Esperamos, no entanto, que tenha conseguido regularizar a sua situação e que seja, neste momento, um profissional de sucesso no país vizinho.

Entretanto, foi-me colocada por alguns colegas a possibilidade de encarar Espanha como um país de destino em termos profissionais. Nesse sentido decidi tentar apurar se tal poderia, de facto, ser possível. Como tinha conhecimento dalguns colegas que, além do Daniel, se tinham aventurado além fronteiras, decidi pedir-lhes ajuda. A eles, em especial à Mónica Batista, o meu (nosso) muito obrigado.

Assim, fazendo dela as nossas palavras…

O Curso de Saúde Ambiental em Espanha não é considerado licenciatura, mas sim um ciclo formativo de grau superior, correspondendo a uma espécie de pós-graduação. Neste sentido não é possível a homologação do curso uma vez que não corresponde ao mesmo tipo de formação.
Segundo a Directiva 2005/36/CE, de 7 de Setembro de 2005, a profissão de Técnico Superior de Segurança e Higiene do Trabalho é considerada uma profissão regulada sendo possível, portanto, o pedido de equiparação da profissão.
O problema é que esta Directiva não foi transposta para o direito interno espanhol no prazo dado pela UE para o regular internamente. A anterior legislação que regulamenta as profissões reguladas define o que é profissão regulada e anexa as respectivas profissões. A legislação espanhola em questão é de 1989 e não inclui a profissão de Técnico Superior de Segurança e Higiene do Trabalho, mas segundo a definição de profissão regulada, a profissão de TSSHT encontra-se no âmbito de aplicação.
Depois de vários pedidos de informação foi-lhe dito pelo SOLVIT de Espanha que os processos de reconhecimento da profissão devem ser remitidos para as Juntas Autónomas. O melhor será os colegas contactarem com os centros SOLVIT e apresentar a candidatura na Junta Autónoma correspondente à area onde estejam, ou queiram, exercer funções.
Deixo em baixo a lista de anexos que a colega Mónica Batista enviou juntamente com o requerimento de pedido de equiparação da profissão:

  • Copia Compulsada del titulo académico;
  • Copia Compulsada del titulo profesional;
  • Copia Compulsada Documento Acreditativo de Nacionalidad;
  • Copia Compulsada de los Certificados Curriculares;
  • Copia Compulsada de los Certificados de Cargas Horarias y Unidades Curriculares;
  • Copia de la legislación referida en los Certificado de Cargas Horarias y Unidades Curriculares;
  • Copia Compulsada del Contenido Pedagógico de las asignaturas cursadas;
  • Copia de la traducción oficial al castellano de los títulos académicos;
  • Copia de la traducción oficial al castellano del titulo profesional;
  • Copia de la traducción oficial al castellano de la certificación académica;
  • Copia de diplomas de curso frecuentados; e
  • Copia de formación ministrada y acompañamiento pedagógico de alumnos finalistas de curso.

E pronto, espero que esta informação tenha sido útil para aqueles que queiram rumar a Espanha (apesar dos quase 20% de taxa de desemprego), sabendo-se então ser possível obter o reconhecimento da profissão, ainda que exclusivamente para Técnico Superior de Segurança e Higiene do Trabalho.

Mais uma vez o meu muito obrigado à colega Mónica Batista.

Environmental Performance Index 2010 “penaliza” Portugal

A última vez que falámos do Environmental Performance Index (EPI), foi em Janeiro de 2008 no post intitulado Portugal e o Environmental Performance Index (Índice de Desempenho Ambiental) 2008 e mais tarde, em Julho do mesmo ano no post Portugal em 18.º lugar no mundo do ambiente. Por essa ocasião, Portugal ocupava a posição 18 na lista daqueles que mais respeitam o ambiente, num ranking de 149 países. Este ano, de acordo com o “Environmental Performance Index 2010“, divulgado ontem no Fórum Económico Mundial de Davos, Suíça, Portugal desceu uma posição, passando para a 19.ª posição, sendo que desta vez o ranking diz respeito a 163 países.

Portugal acabou por ficar atrás de países como a Islândia (1), a Costa Rica (3), Colômbia (9) ou Chile (16), mas à frente da Espanha (25), Dinamarca (32), Luxemburgo (41) ou Estados Unidos da América (61).

O EPI é um índice de desempenho ambiental que avalia 25 parâmetros diferentes agrupados em dez categorias que incluem a saúde ambiental, a qualidade dos ar, a gestão da água, a biodiversidade e o habitat, as florestas, pescas, agricultura e as mudanças climáticas. Os efeitos na saúde humana e nos ecossistemas em cada uma destas categorias são também avaliados pelo EPI.

De acordo com a notícia avançada pelo Diário de Notícias (ver notícia na integra) consubstanciada pelos dados que podem consultar no “Environmental Performance Index 2010” , é nas políticas da floresta e das pescas que Portugal apresenta os melhores resultados, com notas de 100 e 97,3 respectivamente, numa escala de 0 a 100.

Também nas políticas da água, com uma nota de 98,6, o País marca pontos. Acesso à água e saneamento básico são áreas fortes de Portugal.

Já os impactos da poluição do ar nos ecossistemas e a protecção da biodiversidade e dos habitats apresentam piores resultados, com o País a ocupar, respectivamente, os lugares 136 e 89 no ranking dos países em relação a estes parâmetros específicos.

Em relação ao anterior EPI, divulgado em 2008, o nosso país caiu uma posição no relatório de 2010, mas manteve-se no grupo dos segundos melhores (entre 70 e 85), com uma nota global de 73, num máximo de cem.

Neste relatório de 2010, a Islândia lidera o ranking dos 163 países. Para os peritos de Yale e Colúmbia, é o país que melhor gere os problemas de poluição e os recursos naturais.

A sua posição de topo fica a dever-se sobretudo ao bom desempenho na área da saúde pública, no controlo das emissões de gases com efeito de estufa e nas suas actividades de reflorestação, de acordo com o relatório.

Costa Rica, Suécia, Noruega e Suíça são outros exemplos de países com boas notas em políticas e resultados ambientais.

Em contraste com estas boas práticas, estão os desempenhos ambientais dos cinco últimos países na lista. Estão neste grupo o Togo, Angola, a Mauritânia, a República Centro-Africana e a Serra Leoa, todos do continente africano.

Gripe sazonal volta à agenda da Gripenet

Recebi à poucos minutos a newsletter n.º 65, de 28 de Janeiro de 2010, da Gripenet, onde se podia ler, e para aqueles que ainda desconheciam este projecto, que a monitorização Gripenet recolhe dados sobre a situação gripal no país entre finais de Outubro e finais de Abril (durante a chamada “época gripal” ou “estação da gripe”). Tem sido assim desde que o projecto começou, em 2005. Contudo, o surgimento do novo H1N1 e a sua dispersão de características pandémicas, na última Primavera, levou-os a não interromper a monitorização desde então. Pôde-se assim, pela primeira vez, obter dados epidemiológicos durante o Verão e ter consciência do início da epidemia, que surgiu mais cedo, no Outono.

Com a revisão dos dados sobre a primeira onda pandémica e o comportamento do H1N1 (transmissibilidade, severidade, co-circulação,etc), a Gripenet entendeu  ser razoável voltar aos modelos normais de monitorização. Isto é, terminar a edição actual em finais de Abril e recomeçar a edição 2010/11 em Outubro. É nesse sentido que a Gripenet apela à colaboração de todos os participantes no preenchimento do questionário semanal de sintomas até Maio para que depois, numa fase posterior e como vem sendo hábito desde edições anteriores, façam o balanço da monitorização 2009/2010.

Workshop sobre “Saúde & Alterações Climáticas em Portugal”

A pedido da Comissão Organizadora, promovemos a divulgação do workshop sobre “Saúde & Alterações Climáticas em Portugal” organizado pela a Associação Portuguesa de Toxicologia (AP Tox) e pelo grupo de investigação CC-IAM (Climate Change Impacts, Adaptation and Mitigation) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), que terá lugar no dia 1 de Março de 2010 na FCUL.

Este workshop ir-se-à focar nos últimos desenvolvimentos em matéria de alterações climáticas e saúde em Portugal, com especial ênfase nas seguintes áreas:

 

  • Alterações climáticas em Portugal: Tendências passadas e cenários futuros;
  • Interacções entre alterações climáticas e saúde humana;
  • Casos de estudo sobre a vulnerabilidade da saúde pública ao clima em Portugal; e
  • Medidas de adaptação aos impactos das alterações climáticas em Portugal.

Se estiverem interessados em participar, apresentando casos de estudos sobre a vulnerabilidade da saúde pública ao clima e às alterações climáticas em Portugal, deverão consultar as regras para a submissão de resumos. Os resumos deverão ser entregues até ao dia 17 de Fevereiro de 2010.

O formulário de inscrição (inscrição gratuita, limitada a 50 participantes) deverá ser enviado por correio electrónico até ao dia 23 de Fevereiro de 2010.

Função pública: vencimentos congelados, outra vez!

Espera-se um período invernoso para os vencimentos da função pública, porquanto já foi anunciado, de acordo com o orçamento de estado, que estes irão ficar congelados neste ano civil. Esta é, pelo menos, a proposta do ministro das Finanças (ver aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).

Não é nada a que os funcionários públicos não estejam habituados. Esta é uma situação recorrente que espero, desta vez, não vir associada ao congelamento da contagem de tempo de serviço.

Será que esta situação irá reflectir-se em todos os grupos profissionais da administração pública? Será que não haverá, pelo meio, aumentos dissimulados, vulgarmente designadas como ajudas de custos ou despesas de representação (para alguns)? Será que não haverá lugar à aquisição de viaturas novas para os “altos” dirigentes? Será que não se irá entrar em despesismos dispensáveis, a propósito de festas com pompa e circunstância aquando de inaugurações?
Se nada disto se verificar, associado à reestruturação das carreiras, prometida e mais que justificada, merecida, que tenha implicações na atribuição de um vencimento condigno e consonante com aquelas que são as actuais habilitações académicas, de profissionais de diagnóstico e terapêutica e de enfermagem, por exemplo, esta será uma medida (a do congelamento dos vencimentos) compreensível e “fácil” de aceitar.

Caso contrário… fdp”!###4%6@@445&576!!

Vamos ver onde irá parar a motivação e a satisfação profissional.

Análise de Águas: Planear a vigilância sanitária para melhor servir a Saúde Pública

Decorrerá no próximo dia 25 de Fevereiro, no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP, em Lisboa, o seminário subordinado ao tema “Análise de Águas: Planear a vigilância sanitária para melhor servir a Saúde Pública” (ver programa), promovido pelo Departamento de Saúde Ambiental.

Esta iniciativa está inserida nas actividades desenvolvidas pelo INSA, no âmbito da promoção e melhoria das competências em Saúde Pública e dirige-se a profissionais e estudantes de saúde pública, onde julgo se inserirem os Técnicos de Saúde Ambiental, apesar de no programa nada vir referido nesse sentido (só pode ter sido lapso!).

Pretende-se, desta forma, dotar os destinatários de competências como:

  • Planear a monitorização da qualidade da água nas suas diversas utilizações;
  • Avaliar o risco para a saúde face a problemas concretos de saúde ambiental relacionados com a qualidade da água;
  • Avaliar a necessidade de implementação de acções correctivas ou preventivas para reduzir ou eliminar os efeitos dos factores de risco.

A inscrição, até dia 19 de Fevereiro, deverá ser efectuada através do envio de ficha de inscrição devidamente preenchida para o Gabinete de Formação, para os emails: m.ferreira.lopes@insa.min-saude.pt ou acfreitas@insa.min-saude.pt.

A frequência deste Seminário implica o pagamento de €40 (quarenta euros), devendo o mesmo ser efectuado por cheque, numerário junto do Gabinete de Formação ou através de transferência bancária, até ao dia anterior à formação.

Esta é uma informação disponível no sítio do INSA, que recebemos via correio electrónico.