No passado dia 18 de Fevereiro foram publicados no Diário da República, uma série de regulamentos, com origem na Ordem dos Enfermeiros, e onde estão definidos os perfis de competências das várias especialidades de enfermagem que a seguir enunciamos:
Regulamento n.º 122/2011
Define o perfil das competências comuns dos enfermeiros especialistas e estabelece o quadro de conceitos aplicáveis na regulamentação das competências específicas para cada área de especialização em enfermagem.
Regulamento n.º 123/2011
Define o perfil das competências específicas do enfermeiro especialista em Enfermagem de Saúde da Criança e do Jovem.
Regulamento n.º 124/2011
Define o perfil das competências específicas do enfermeiro especialista em Enfermagem em Pessoa em Situação Crítica.
Regulamento n.º 125/2011
Define o perfil das competências específicas do enfermeiro especialista em Enfermagem de Reabilitação.
Regulamento n.º 126/2011
Define o perfil das competências específicas do enfermeiro especialista em Enfermagem em Saúde Familiar.
Regulamento n.º 127/2011
Define o perfil das competências específicas do enfermeiro especialista em Enfermagem de Saúde Materna, Obstétrica e Ginecológica.
Regulamento n.º 128/2011
Define o perfil das competências específicas dos enfermeiros especialistas em Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública.
Regulamento n.º 129/2011
Define o perfil das competências específicas do enfermeiro especialista em Enfermagem de Saúde Mental.
Destes, pedia a vossa atenção para algumas das unidades de competência e respectivos critérios de avaliação do Regulamento das Competências Comuns do Enfermeiro Especialista, do Regulamento das Competências Específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação e do Regulamento das Competências Específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública, nomeadamente:
Promove um ambiente físico, psicossocial, cultural e espiritual gerador de segurança e protecção dos indivíduos/grupo.
- Promove a aplicação dos princípios da ergonomia e tecnológicos para evitar danos aos profissionais e aos utentes;
- Promove a adesão à saúde e segurança ocupacional;
- Gere o risco ao nível institucional ou das unidades funcionais;
- Colabora na elaboração de planos de emergência.
Promove a mobilidade, a acessibilidade e a participação social.
- Identifica barreiras arquitectónicas;
- Orienta para a eliminação das barreiras arquitectónicas no contexto de vida da pessoa;
- Emite pareceres técnico-científicos sobre estruturas e equipamentos sociais da comunidade.
Procede à vigilância epidemiológica dos fenómenos de saúde-doença que ocorrem numa determinada área geodemográfica.
- Participa nos processos inerentes à vigilância da saúde ambiental.
Agora, além da “Geração à rasca”, teremos também os “Técnicos de Saúde Ambiental à rasca”. Agora, esperemos que não tarde demais, vislumbram-se inquietudes de preocupação.
A verdade é que a Ordem dos Enfermeiros apenas tenta elencar as competências que aparentemente julgam ser dos seus e que outros, ardilosamente, teimam em não largar.
À laia de provocação deixo aqui algumas questões que alguns de vós não compreenderão e outros, teimosamente, fingirão não entender:
- A vigilância em Saúde Ambiental é exclusiva competência dos Técnicos de Saúde Ambiental?
- Quais as diferenças entre um Técnico de Saúde Ambiental e um licenciado em Saúde Ambiental?
- Qual o papel dos sindicatos, das organizações profissionais e das escolas, nesta pretensa “usurpação” de competências?
Ainda à laia de provocação, adiantamos-vos que pelo facto destas questões correrem o risco de ficar sem resposta por parte dos nossos interlocutores, trataremos de arranjar alguém sem competência para o fazer.
estou de acordo com os meus colegas TSA, o mais importante de tudo e o que não se está a fazer na minha opinião é que “somos” um grupo de profissionais em que devemos estar todos unidos e isso não acontece, cada um “puxa abrasa à sua sardinha”. Em relação as competências dos enfermeiros, é mesmo lamentavel esta situação e como diz o colega Sergio e eu propria diogo aqui no meu local de trabalho e não me meto o exemplo na vacinação, como eles constantemente se metem nas nossas áreas profissionais, tais como saude escolar-acidentes escolares, coordenarem programas do nosso ambito profissioanl. enfim vamos À luta em que os TSA são profissionais qualificados e que podem trabalhar em grupo com outros profissionais como os enfermeiros, tecnicoa ocupacionais, psicologos,… O maior problema a meu entender é que os TDT_TSA não estão todosa unidos esse para mim é o maior problema, ou seja, até entre nós existem revalidades e invejas.
Parabens por este site não conhecia.
Cumprimentos colega
Olá Gabriela.
Antes de lhe responder, esclareça-me uma coisa.
Quer saber o vencimento médio de um técnico de saúde ambiental ou de um licenciado em saúde ambiental? Pergunto isto porque são coisas diferentes e com respostas diferentes.
Desculpem, fora de debate, quanto ganha em média um técnico em saúde ambiental? Peço desculpa pela pergunta mas pesquisei no google e apareceu-me este site que por acaso parece ser sério.
Bom trabalho e obrigado desde já.
Caro UM
Continuo a dizer: “Eu sei que sei e sei que tu sabes aquilo que sei, mas no entanto, não escrevo aquilo que sei…”.
Dentro em breve, existirão novidades e quando for possível serão divulgadas em público, isto é, para todos os técnicos e brincalhões… Neste momento, não é oportuno revelar nada a ninguém.
No que concerne: “Todos temos um pouco da “razão” e ninguém é “dono da verdade”” , não me parece e ficamos por aqui para não complicarmos mais as coisas…
Um abraço às novas competências,
Nota: Para estarem actualizados, acedam à área reservada aos sócios do SCTS.
“Eu sei que sei e sei que tu sabes aquilo que sei, mas no entanto, não escrevo aquilo que sei…”
Sérgio, não seria interessante os restantes colegas saberem também? Já falamos sobre a importância da igualdade. Todos temos um pouco da “razão” e ninguém é “dono da verdade”
Olá Cogitare
Parabéns, gostei muito do seu texto (está nitidamente direccionado para zelar pelos vossos interesses e saídas/invasões profissionais) …
No entanto e apesar de não lhe passar pela “cabeça usurpar funções do Técnico de Saúde Ambiental…”, a publicação dos regulamentos das competências revelam simplesmente o contrário e são simplesmente ofensivos para as nossas profissões.
É claro que existem enfermeiros que não pretendem usurpar as funções, nomeadamente aqueles que possuem uma relação de amizade e de proximidade com os Técnicos de Saúde Ambiental. Ainda neste aspecto, posso referir que muitos dos meus amigos são enfermeiros e já me expressaram a mesma opinião.
Relativamente à pergunta: Porque não poderá o trabalho de um e de outro ser complementares ou porque não o trabalho em equipa?
É preciso salientar que só existe trabalho em equipa multidisciplinar, quando os respectivos profissionais estiverem ao mesmo nível, entre pares, não possuírem as mesmas competências ou os mesmos conteúdos funcionais.
Algumas das novas competências foram definidas numa posição de “superioridade” em relação aos outros”, veja-se os critérios de avaliação G2.2.2. e G2.2.3.. A este nível, não se percebe porque é que um Enfermeiro Especialista tem de coordenar, dinamizar, participar e avaliar programas da área da promoção da saúde. Será que os outros profissionais de saúde não poderão fazer também esse trabalho ou ele é exclusivo dos enfermeiros? Nesta perspectiva e pela lógica, um Técnico de Saúde Ambiental poderá também dar vacinas e coordenar/avaliar um Programa de Vacinação.
Concordo com o dito popular “cada macaco no seu galho”, se não for assim, isto transformar-se-á numa selva, sem rei nem roque.
Para finalizar, desejo-lhe as melhores felicidades para o desempenho das suas novas competências…
Antes de mais parabéns por este espaço de debate.
Acho que não se devem confundir assuntos. O que se passou em Enfermagem foi a regulação de algo que já estava legislado anteriormente e que foi novamente legislado criando mais especialidades, sendo o total de 7 agora.
Focando-nos no tema que aborda sobre o Regulamento das Competências Específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação e do Regulamento das Competências Específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública, consideramos que é uma diacussão sem nexo, sobretudo porque o que saiu novamente agora em DR não nada mais nada menos que um copy paste das competências há muito regulamentadas. A novidade surge na publicação de novas especialidades tais como saúde familiar.
Na saúde todos os profissionais que lá exercem devem trabalhar em equipa e todos sabemos que há áreas cinzentas (infelizmente). Por isso é fulcral remar para um destino comum pois em saúde perdemos algum tempo em pequenas guerras de poder que em nada beneficiam os utentes e o SNS.
Nunca me passaria pela cabeça usurpar funções do Técnico de Saúde Ambiental, nem espero o mesmo do outro lado. Porque não poderá o trabalho de um e de outro serem complementares ou porque não o trabalho em equipa?
Caro Aníbal João
Discordo em tudo o que disse…
Na minha opinião, tudo o que se passa com os TSA e com os TDT é culpa de toda a gente (inclusivamente nossa) e é preciso ter a percepção que a conjectura política actual não favorece ninguém e muito menos as nossas profissões…
Toda a gente fala, mas ninguém salta para o terreno e para acção… Anda tudo preocupado com assuntos domésticos ou com pontos e vírgulas.
Se quiserem ocupar o lugar da Presidência do SCTS queiram, por favor, concorrer numa lista própria e fazer algo de novo (o que eu duvido) … É lamentável, que nestes tempos conturbados, os técnicos estejam mais preocupados em promover a desunião do que à procura de soluções e de estratégias para resolver os problemas de todos.
Assim, caminharemos todos para a extinção.
Cumprimentos,
Sérgio Cardoso
Tudo o que se passa com os TSA é culpa do sindicato.
Nunca fez nada nem vai fazer enquanto o Presidente Almerido Rego estiver no comando.
Relativamente às perguntas colocadas, respondo da seguinte forma:
– A vigilância em Saúde Ambiental é exclusiva competência dos Técnicos de Saúde Ambiental?
R:. Apesar da exclusividade ser relativa, existe coisas que são da nossa responsabilidade e não devem ser abdicadas para outros profissionais e se, por ventura, o fossem não deveriam ser numa posição de domínio ou equivalente. Contudo, se começarmos por este perigoso caminho, mais tarde ou mais cedo, poderão ter a certeza que os Sr. Enf. darão a machadada final. Primeiro querem infiltrar-se, depois aprender e a seguir dominar e chefiar tudo e todos… No fundo, querem a mão, depois o antebraço, depois o braço e no final querem o corpo inteiro.
– Quais as diferenças entre um Técnico de Saúde Ambiental e um licenciado em Saúde Ambiental?
R:. Para mim, não existe diferença nenhuma e esta questão é um falso problema. Temos coisas mais preocupantes para ocupar os nossos neurónios…
– Qual o papel dos sindicatos, das organizações profissionais e das escolas, nesta pretensa “usurpação” de competências?
R:. Sei quais são os papéis, sei o que se está a fazer, mas não digo porque a situação é delicada e requer algum cuidado nesta matéria. Existem coisas que não devemos escrever em público porque os brincalhões andam sempre à espreita e esperam ansiosamente a nossa queda.
Eu sei que sei e sei que tu sabes aquilo que sei, mas no entanto, não escrevo aquilo que sei…
Sérgio Cardoso
Ainda do seguimento… este texto está publicado no site do SCTS e transcrevo “Direcção Geral de Saúde – Estando em preparação algumas alterações ao enquadramento jurídico dos serviços de saúde pública, o SCTS solicitou uma audiência à D.G.S. no dia 10 de Fevereiro, dadas as implicações sobre a actividade dos técnicos de saúde ambiental.” ?Que Passa?
Estou simplesmente indignada!
Muito bem, já que fica demasiado dispendioso contratar pessoal (efectivamente) especializado, porquê que nós, licenciados em Saúde Ambiental, não passamos a dar injecções e a recolher análises sanguíneas? Afinal é apenas introduzir a agulha no paciente. Todos possuímos noções básicas de anatomia, adquiridas, inclusive, na formação do curso. E não nos podemos esquecer que qualquer pessoa consegue colocar um penso rápido e administrar medicamentos com receita/indicações médicas.
Como é possível prestar um serviço de qualidade à população desta forma?
“Cada macaco no seu galho”