No início de março havíamos feito referência à participação d’A Saúde Ambiental no Young ESD Leaders Capacity Building Training Course, decorrente da candidatura da Cátia Margarido, licenciada em Saúde Ambiental pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL). Logo por essa ocasião, lançamos-lhe o desafio de nos escrever algumas linhas relativas à sua experiência e que hoje aqui vos trazemos. Muito obrigado à Cátia pela sua partilha e iremos, certamente, aceitar o desafio que entretanto nos deixa…
«Entusiasmo, incerteza, good feeling! Estas palavras podem resumir o meu estado de alma, antes de iniciar este Fórum da UNESCO. Foi exatamente a credibilidade da Organização UNESCO que me levou a candidatar. Algum tempo após ter terminado a Pós-Graduação do ISEG em Gestão da Sustentabilidade, senti que era boa altura para fazer o refresh destes conhecimentos, incrementando com o know-how de quem trabalha a sustentabilidade diariamente e de quem aspira poder fazê-lo.
Este workshop foi desenvolvido pela UNESCO e pela FEE – Foundation for Environmental Education, sendo promovido localmente pela ABAE – Associação Bandeira Azul da Europa, organização que no nosso país implementa o programa YRE – Young Reporters for the Environment.
O primeiro dia de workshop teve dois momentos principais: o icebreaker em que todos se apresentaram, enunciando um tema/objeto que em termos de sustentabilidade lhes fosse grato ou preocupante; e os vários temas abordados nas apresentações. Os tópicos que os participantes e facilitators trouxeram para discussão foram muito interessantes para mim, enquanto conjunto de diversidade e ao mesmo tempo de unidade sobre o que nos move para o Desenvolvimento Sustentável. As apresentações e discussão de sala foram também muito proveitosas tendo em conta a forma assertiva e sem floreados com que revisitaram os conceitos systems thinking, conflict transformation e liderança.
O segundo dia de workshop trouxe-nos o trabalho de campo. Os vários grupos deslocaram-se a locais previamente definidos para cobrir a sua reportagem ambiental. O grupo a que pertenci teve oportunidade de entrevistar colaboradores e alunos no Colégio Valsassina enquanto Eco-Escola e Escola UNESCO, terminando numa visita guiada ao Oceanário. A forma como um colégio encara a ecologia e o ambiente enquanto caminho escolhido desde à 120 anos para ensinar e formar cidadãos; e um pequeno retalho do oceano de diversidade ambiental que uma das maiores atrações turísticas de Lisboa nos proporciona, encontram-se retratados nos artigos The Art of Ecocentric Education e Harmony of the Seas, disponíveis nos sites Youth Leadership Workshop e YRE International Exposure; tal como todos os outros artigos elaborados nesta jornada.
O último dia trouxe-nos conclusões e reptos. Conclusões quanto aos trabalhos apresentados e como os melhorar e principalmente quanto à importância dos media para o improvement da ESD e do networking para um melhor desempenho quanto aos 17 objetivos para o ESD. Reptos: terminada esta jornada o que é que cada um de vós vai fazer com toda a bagagem que leva daqui? Quais vão ser as vossas ações?
Esta última parte foi para mim fundamental. Desde o primeiro dia em que o tema que trouxe para discussão foi a tragédia dos incêndios em Portugal no passado ano, culminando nesse momento de desafio para o futuro, foi-me permitido tirar um sentido muito positivo quanto à minha presença nesta iniciativa e à necessidade intrínseca de não me acomodar. O Desenvolvimento Sustentável é na minha opinião pautado pela criação de valor para os diversos stakeholders. É esse o caminho para evidenciar junto dessas mesmas partes interessadas que só assim as próximas gerações poderão subsistir em equilíbrio.
Cada um dos presentes foi desafiado a desenvolver este workshop, nas diversas comunidades a que pertence por forma a mobilizar outros cidadãos. Não será a ESTeSL, enquanto instituição de ensino superior recheada de potenciais interessados, um tremendo spot para constituir mais um capítulo desta demanda? One hand cannot clap alone!»