Categoria: Segurança Alimentar
Restauração, a higiene e a emigração
Conheci-o na qualidade de agente económico, proprietário e explorador de um estabelecimento de bebidas, com secção de fabrico.
Ao voltar a dar uma vista de olhos pelo processo do estabelecimento, por mera curiosidade, percebi claramente porque nunca mais me havia esquecido daquela cara. Conheci-o há dez anos, naquela que foi a minha primeira intervenção com uma brigada da Inspecção Geral das Actividades Económicas (IGAE), que entretanto passou a integrar as fileiras da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
No último mês, ao passar à porta do seu estabelecimento, apercebi-me que estava fechado.
Ao cruzarmos o olhar, sorrimos e dirigimo-nos um ao outro para aquele aperto de mão que repetimos sempre que nos encontramos e perguntei-lhe:
– Então o que é feito de si?
– Haaaaaaaaaa… sabe lá. Emigrei. Fui-me embora. Isto aqui está muito mau. Respondeu-me ele.
A minha curiosidade começou a aguçar-se e não resisti.
– Pois, mas olhe que é geral. E foi para onde?
– Estou na Inglaterra. Ganha-se muito mais e tem-se menos chatices.
Antes de me adiantar na conversa, acabou por responder às perguntas que já congeminavam na minha cabeça.
– Aquilo lá é mais apertado, mas trabalha-se mais à vontade.
Confesso que não percebi o que me havia dito e a minha expressão facial deve ter-me denunciado. Logo de seguida fez questão de explicar:
– Lá, quase todas as semanas, temos que ir ao médico, mas em relação à higiene ninguém nos chateia. Onde trabalho há fios pendurados por todo o lado, cheios de teias de aranha. Muitas vezes, em algumas zonas de trabalho parece que temos ventosas nos sapatos e nunca apareceu alguém a chatear-nos.
E pronto. Fiquei esclarecido.
Não faço juízo de valores, mas sempre ouvi dizer – à boca cheia – que em termos de higiene na área da restauração éramos “muito melhores” (entenda-se exigentes) que a maioria dos restantes países europeus.
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Imagem recolhida em SCA Tissue.
Segurança alimentar para os lados de Bangkok
Cozinhas quase de luxo!!!… A reportagem
A propósito das cozinhas quase de luxo, a que já aqui e aqui tinha feito referência, dou-vos a conhecer a Reportagem Especial “Comida de Estrela”, que deu origem àqueles dois posts.
Sugiro-vos que a vejam com muita atenção e tentem identificar as más práticas que se vão verificando.
Cozinhas quase de luxo!!!… A confirmação
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Imagem recolhida no Junião.
Cozinhas quase de luxo!!!…
«Jantar num restaurante onde os pratos são confeccionados por um cozinheiro com 3 estrelas Michelin – a classificação máxima para a profissão de Chef – é uma extravagância. Mas depois de 8 pratos, 2 deles entradas, e outro par de sobremesas, acabou por ser servido mais de 1 kg de comida. E durante as quase 5 horas de viagem, descobrem-se sabores e combinações que nos transportam para um outro universo, o das cozinhas de luxo, de onde se sai de facto de barriga cheia.A SIC passou 3 dias na cozinha do Hotel Vila Joya, na algarvia praia da Galé, e descobriu que montar um espectáculo culinário é tão complexo como organizar a tournée de uma banda pop, ou escolher os actores para uma produção “hollywoodesca”. Porque os ingredientes das receitas são sujeitos a um “casting” rigoroso e os Chef’s revelam-se ícones desta nova cultura em que os famosos podem ser homens e mulheres de avental e colher na mão. As estrelas são por isso as raras trufas, ou as vulgares cenouras, a apresentação dos pratos, ou quem escolhe a loiça, quem degusta os menus e quem os cozinha.»