Bijutaria made by Saúde Ambiental

Hoje, à “margem” da Saúde Ambiental, deixo-vos como sugestão dois blogues de colegas que se dedicam, também, ao artesanato.
Nesta época festiva, em que se apela ao consumo, sugiro-vos umas ofertas de bijutaria made by Piko-kika e CurlyP.
As suas últimas criações…

A Saúde Ambiental em destaque na GINGKO

Na sequência do post anterior, e a “pedido” do nosso colega Técnico de Saúde Ambiental, Rogério Nunes, a revista GINGKO, na sua edição de Dezembro, apresenta um artigo com a nossa colega de Saúde Ambiental, Mónica Mártires, inserido na rubrica Grande Reportagem, dedicada a Carreiras Ecológicas.

«Formada em Saúde Ambiental pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Mónica Mártires, 22 anos, acredita que o futuro é favorável a todos os que dedicam a salvaguardar o planeta.

Mónica Mártires, 22 anos, sempre ambicionou ser veterinária, mas acabou por cursar Saúde Ambiental na Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Lisboa. Hoje só encontra vantagens no desvio da sua rota profissional. “Descobri quanto é importante o meio que nos rodeia e a sua relação com as pessoas e a saúde”, afirma. “Além disto, é uma área com cada vez mais oportunidades de emprego”. Confirmou-o pessoalmente. Ainda mal tinha concluído a licenciatura já estava a trabalhar como técnica de ambiente na Cannon Hygiene, empresa pioneira em Portugal na recolha de resíduos infectados ou potencialmente infectados. Mónica colabora na execução de programas de gestão ambiental e da qualidade, que permitem à empresa atingir as suas metas ambientais, participa em auditorias internas e externas, pesquisa e actualiza a legislação aplicável à empresa neste domínio, é responsável por alguns pareceres técnicos após análise dos resíduos que a Cannon Hygiene recolhe junto dos seus clientes, e até por motivar os trabalhadores da empresa para cumprirem as melhores práticas ambientais, como por exemplo a reciclagem de materiais de escritório. A trabalhar há apenas alguns meses, a técnica de ambiente mostra-se satisfeita. “A Cannon Hygiene está em franca expansão e tem certificação ambiental, o que para mim é importante”, diz. “É um exemplo para outras empresas. Se todas fossem assim seria mais fácil controlar os impactos a nível ambiental”.

A longo prazo, Mónica gostaria de actuar ao nível da saúde pública, área para a qual o curso também lhe dá valências. Isto porque lhe agrada o trabalho de campo e o contacto directo com a população, e porque ao vistoriar todo o tipo de estabelecimentos, principalmente os ligados à restauração, “conseguiria impedir que não só a saúde dos consumidores fosse prejudicada, mas também o próprio meio”. Com uma carreira em fase de arranque, mostra-se optimista em relação às práticas ambientais do tecido empresarial português e às oportunidades que a aguardam. E conclui: “As profissões ligadas ao ambiente são profissões de futuro”.»

O “Leitor Pediu”, na GINGKO

Na rubrica “O Leitor Pediu”, da edição de Dezembro da revista GINGKO, é publicado o pedido do nosso colega Técnico de Saúde Ambiental, docente da Licenciatura em Saúde Ambiental no Instituto Politécnico de Beja, Rogério Nunes: “Após ler na GINGKO de Novembro que será trabalhado o tema “Carreira Ecológicas”, à guisa de sugestão lembro que existe no nosso país uma profissão, pelo menos, desde o início do século passado, que é ainda pouco conhecida do público em geral: Técnico de Saúde Ambiental. Actualmente, para aceder à mesma é necessário frequentar uma licenciatura de quatro anos e posteriormente ser autorizado, através de cédula profissional emitida pelo Ministério da Saúde, a utilizar o título profissional de Técnico de Saúde Ambiental”

O salário dos Técnicos de Saúde Ambiental em Portugal

Hoje, começando a responder ao Leo Andrade (ver shoutbox), que diz ser estudante de Saúde Ambiental na Irlanda do Norte, dou-vos a conhecer aquela que é a tabela de remunerações (em euros) para os Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica – onde se incluem os Técnicos de Saúde Ambiental –, para o ano de 2008, de acordo com a Portaria n.º 30-A/2008, de 10 de Janeiro, que procedeu à revisão anual das remunerações dos funcionários e agentes da administração central, local e regional e pensões de aposentação e de sobrevivência a cargo da Caixa Geral de Aposentações (CGA).

Esta é, decerto, uma realidade que não lhe agradará menos do que àqueles que com ela convivem.

Esta segunda tabela corresponde aos índices, escalões e respectivo vencimento dos Técnicos Coordenadores e Técnicos Directores

Chamo-lhe a atenção para o facto desta tabela ser referente à remuneração base auferida pelos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica. No entanto, alguns Técnicos de Saúde Ambiental desempenham funções em organismos/instituições que, por não contemplarem esta carreira, integram os TSA (licenciados) na carreira de técnico superior, à qual correspondem uma tabela “ligeiramente” diferente e para melhor.

Entretanto pergunto eu ao Leo: E na Irlanda do Norte, como é?

Confirmada a extinção de carreiras e categorias cujos trabalhadores transitam para as carreiras gerais

Foi Publicado hoje o Decreto-Lei n.º 121/2008, que, no âmbito do programa de reformas da Administração Pública, extingue carreiras e categorias cujos trabalhadores transitam para as carreiras gerais.
De acordo com o artigo 2.º deste diploma “transitam para a carreira geral de técnico superior, nos termos do n.º 1 do artigo 95.º da lei [Lei n.º 12-A/2008, de 27 de Fevereiro], os trabalhadores que se encontrem integrados nas carreiras, ou que sejam titulares das categorias, identificadas no mapa I anexo ao presente decreto -lei e que dele faz parte integrante” e onde se incluem os Técnicos de Higiene e Saúde Ambiental (carreira técnica de regime geral adjectivada) e os Técnicos Superiores de Saúde Ambiental (carreira técnica superior de regime geral adjectivada).

Considerando que os Técnicos de Saúde Ambiental, em exercício nos serviços de saúde do Serviço Nacional de Saúde, integram um corpo especial, com carreira própria (Decreto-Lei n.º 564/99, de 21 de Dezembro), este diploma, tanto quanto julgo saber, não se lhes aplica.

Campanha anti-pseudotécnicos

A Campanha anti-pseudotécnicos, um movimento que se iniciou no Fórum das Tecnologias da Saúde Online, já chegou até nós, via correio electrónico.
A mensagem que anda a circular, e que transcrevo abaixo, aborda questões muito importantes. Mais importantes para umas áreas profissionais do que para outras, mas à qual a Saúde Ambiental não se pode alhear.

«Caro(a) Senhor(a)

Já, certamente, realizou pelo menos um exame complementar de diagnóstico (análises ao sangue, urina, fezes, electrocardiogramas, provas de esforço, acuidade visual, sessões de fisioterapia, electroencefalograma, potenciais evocados, registos poligráficos do sono, exames de imagiologia, etc). Estes exames são realizados por TÉCNICOS DE DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA de várias especialidades, nomeadamente: cardiopneumologistas, fisioterapeutas, radiologia, analises clínicas, ortóptica, neurofisiologia, entre outros. Estes são os profissionais que estão à sua espera nos Hospitais (ou, então, nas diversas clínicas e laboratórios), à sua disposição pelo país.

Pois é. Quando vai fazer algum destes exames, espera que, ‘do lado de lá’, alguém competente, profissional, o atenda com a certeza de saber fazer o que é melhor para si.

Anualmente, no ensino superior português, são formados os futuros profissionais da área que, mais tarde, o irão servir nos diversos estabelecimentos de saúde. Todos os anos, o estado português investe milhares de euros, na criação de profissionais da saúde altamente especializados, que são preparados para melhor o diagnosticar, melhor o tratar, com qualidade e segurança.

No entanto, a qualidade, a segurança de diagnóstico e o profissionalismo têm um preço.
Por causa disso, muitas unidades de saúde optam, ao contrário do superior interesse do utente, por contratar pessoal sem qualificações, sem preparação, e sem sentido de causa, para a realização dos diferentes exames de diagnóstico. Diariamente, no ramo da saúde em Portugal, são vários os casos onde a pessoa que se encontra do lado de lá, não é a mais indicada para fazer aquele exame que você necessita.
Como consequência, o utente fica numa situação de insegurança, de risco, e de falta de fiabilidade dos exames realizados. Este erro acarreta custos económicos e pessoais, que advêm de um diagnóstico mal realizado ou de um tratamento mal efectuado.

Saiba que quando for realizar um dos vários exames complementares de diagnóstico, tem o DIREITO DE EXIGIR que quem o atende é alguém COMPETENTE E HABILITADO PARA A TAREFA, alguém com CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL. Um profissional que foi preparado (e você tem essa confirmação), durante vários anos, nas escolas portuguesas, para o EXERCÍCIO PROFISSIONAL daquela função.
Como tal, você tem o DIREITO A EXIGIR A IDENTIFICAÇÃO DO PROFISSIONAL QUE VAI REALIZAR O SEU EXAME.

Como? Através da cédula profissional, único documento existente (um pequeno cartão, em tudo semelhante a um cartão de crédito ou – no caso das antigas – semelhante às antigas cartas de condução) que identifica e acredita o profissional à sua frente para realizar o seu exame. A entidade responsável pela emissão das diferentes cédulas é a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), um organismo nacional, pertencente ao Ministério da Saúde, que regula e acredita os profissionais da área para a realização de exames complementares de diagnóstico e terapêutica.
Por lei (Decreto-Lei nº 320/99, de 11 de Agosto), os únicos profissionais habilitados para a realização dos diferentes exames complementares de diagnóstico, são necessariamente portadores de uma cédula profissional e actualmente devem ser também detentores de um curso superior, com o qual se podem candidatar ao exercício de funções nas diferentes instituições de saúde, para melhor servirem o utente e a saúde em Portugal.

No entanto, fruto do desrespeito e total incumprimento das leis instituídas (Decreto-Lei nº 320/99, de 11 de Agosto bem como o Decreto-Lei 111/2004 de 12 de Maio de 2004), muitas clínicas e laboratórios privados, públicos e cooperativos continuam a apostar em mão-de-obra barata, contratando directamente mão-de-obra não qualificada, com 12º ano ou mesmo com outro curso qualquer, mas sem qualquer tipo de formação na área, habilitação ou conhecimentos de áreas do foro clínico.

Infelizmente, à custa dessa situação, muitos desses profissionais capacitados, acabam por trabalhar em empresas ou serviços cujos postos de trabalho apenas requerem o 12º ano. Ou ainda pior, ficam no desemprego por longos meses, frustrados e desiludidos.
E assim vai o país, desperdiçando recursos vitais na formação de profissionais que não são rentabilizados. Alguns acabam mesmo por ingressar em instituições no estrangeiro, que lhes oferecem as condições e as capacidades que muito frequentemente não conseguem, ou lhes negam, em Portugal.

Quem fica a ganhar com isto são várias entidades donas de várias unidades de saúde privadas ou cooperativas, pois ‘metem ao bolso’ o dinheiro do bom ou mau diagnóstico do utente, bem como rendimentos extra consequentes do pagamento a profissionais indiferenciados (a ganhar o ordenado mínimo).
Quem fica a perder com isto? O utente, com um mau diagnóstico; o país, pela constante sangria de profissionais capacitados e competentes para o estrangeiro, na procura daquilo que não encontram por cá; o contribuinte, que vê assim o dinheiro dos seus impostos serem desbaratados, acabando por pagar a formação de profissionais, dos quais outros países vão usufruir (sem custos associados à sua formação). E já agora, seja permitido dizer a verdade, novamente o utente que paga o preço de um serviço que supostamente deve ser realizado por um profissional com o perfil entendido como adequado e obrigatório, e que é atendido por alguém que, certamente, não deveria desenvolver essa actividade.

Os sindicatos há muito que sublinham contínuas queixas a este propósito, mas a Inspecção Geral das Actividades de Saúde (IGAS) continua a manifestar uma evidente surdez para o facto. Afinal de contas estamos, somente, a abordar questões relacionadas com saúde, logo com seres humanos…, como tal não é merecedora de atenção essa insignificante preocupação…!

Já quantos de vocês terão sido vítimas de maus diagnósticos por exames complementares estarem errados ou terem sido mal realizados? Com enorme certeza, muitos… muitos outros nunca chegarão a saber!

A negligência médica e a usurpação de funções ainda constituem crimes na lei portuguesa e não há nada mais precioso que a nossa saúde! Portanto não seja conivente com esta situação. Denuncie, sempre que possível e conscientemente, todas estas situações, pois as coisas só mudam quando existirem manifestações de ocorrências significativas. Obviamente justas, coerentes e plenamente justificadas.

A sua denúncia pode ser apresentada junto do IGAS (Inspecção Geral das Actividades de Saúde), ACT (Autoridade para as Condições do Trabalho) ou na policia local (PSP ou GNR).

Faça circular a mensagem para que no futuro todos possamos beneficiar duma saúde melhor, através de técnicos qualificados e com o devido reconhecimento Estatal.»