Esta é uma daquelas mensagens que gostava de deixar para depois. Para alguns anos depois…
Muitos conheciam-no por João e tantos outros por Duarte d’Oliveira. Falamos do teessea (TSA) do Jornal de Saúde Ambiental, de Salvaterra de Magos, de Gouveia, das águas termais, disto e daquilo, de uns e de outros… e de todos nós. Infelizmente nunca mais o veremos mas garantidamente todos o recordarão como alguém a quem era impossível ficar indiferente.
O teessea faleceu no passado dia 11 de Março de 2011, com 63 anos.
Conhecemos-nos em 1997, nas V Jornadas de Saúde Pública, em Leiria. Naquela ocasião falámos de associativismo, da Associação Nacional de Técnicos Auxiliares Sanitários (ANTAS) e da Associação Nacional de Saúde Ambiental (ANSA). Alguns anos depois voltámos-nos a encontrar na internet e foi aí, nos fóruns de discussão e nos blogues que a amizade se foi alicerçando. Não raras vezes tínhamos opiniões extremadas que culminavam em acesa “discussão”. Gostávamos disso!
Foi com ele, à beira da Albufeira de Magos, com um copo na mão, que partilhei pela primeira vez alguns dos resultados da dissertação de mestrado Satisfação Profissional nos Serviços de Saúde Pública: a Satisfação na Reestruturação da Saúde Pública.
Nos últimos anos era frequente almoçarmos juntos. Falávamos principalmente de Saúde Ambiental. Era delicioso ouvir as suas estórias doutros tempos e dos tempos de agora. Doutros tempos que não eram os seus e por mais do que uma ocasião lhe disse isso. O João havia nascido para a Saúde Ambiental alguns anos cedo demais. Talvez seja essa a razão pela qual era incompreendido por muitos dos seus colegas, Técnicos de Saúde Ambiental, Médicos de Saúde Pública e Engenheiros Sanitaristas. Foi ele que em algumas ocasiões me chamou à razão, fazendo-me ver não ser oportuno dizer e escrever algumas coisas.
A última vez que nos encontrámos foi à mesa, como sempre. Tirámos uma fotografia para depois fazermos disso notícia no Jornal de Saúde Ambiental e no Saúde Ambiental…
A notícia nunca se deu a ler e o Duarte d’Oliveira nunca mais se deixou ver.
Quando um de nós ficava algum tempo (tempo demais) sem colocar qualquer coisa online, não tardava uma mensagem a questionar o porquê de tal ausência. A última mensagem que lhe havia enviado, evidenciando a minha preocupação, foi a 9 de Março de 2011. Nunca cheguei a receber resposta e agora sei porquê.
Adeus Duarte d’Oliveira… adeus teessea!
Estarás para sempre comigo.