Conselho Clínico dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES)

Foi ontem que recebi por correio electrónico alguns artigos da edição de Junho de 2009 da revista TecnoSaúde, periódico da responsabilidade do Sindicato das Ciências e Tecnologias da Saúde.

De entre eles, um tinha por título “Conselho Clínico dos ACES” e abordava uma questão pertinente e a qual eu já me havia apercebido ser situação recorrente de entre os vários Agrupamentos de Centros de Saúde que conheço. Falo da nomeação de Técnicos(as) Superiores de Serviço Social para os respectivos Conselhos Clínicos. Para mim, e para o autor desconhecido daquele artigo, esta é uma situação caricata. Eu diria mesmo absurda! Com o devido respeito que este grupo profissional me merece – e merece mesmo! -, se há coisa que não são, é técnicos de saúde. E se ainda não estão convencidos que esta não é razão suficiente para que não integrem os Conselhos Clínicos, no n.º 6 do Artigo 25.º do Decreto-Lei n.º28/2008, de 22 de Fevereiro, que estabelece o regime da criação, estruturação e funcionamento dos agrupamentos de centros de saúde do Serviço Nacional de Saúde, pode ler-se assim:

 

Os membros do conselho clínico devem possuir conhecimentos técnicos em cuidados de saúde primários, prática em processos de garantia de qualidade dos cuidados e em processos de auditoria, bem como dominar as técnicas de gestão do risco.

O que está em causa não é a competência técnica deste grupo profissional que eu, na generalidade, e em função dos que conheço, reconheço e valorizo. O que está em causa é o incumprimento de um preceito legal e a inegável vontade política em subvalorizar uns, em detrimento de outros. Sim, política… não me enganei. Esta acção consertada entre inúmeros ACES deve ter resultado de orientações superiores e não de cabeças iluminadas, com ideias avulsas.

Termino fazendo a transcrição de um parágrafo do artigo da TecnoSaúde, que deixo à vossa consideração para eventuais comentários.

Tão lamentável que, sendo por demais conhecida a intenção sempre presente de “abafar” os técnicos de diagnóstico e terapêutica, e muito em especial os técnicos de saúde ambiental, têm sido contactados assistentes sociais para integrarem os Conselhos Clínicos.

Estranho!… Não foi este mesmo sindicato que tentou, também ele, “abafar” os Técnicos de Saúde Ambiental quando estes se insurgiram, à margem deste sindicato?

Wiki HealthAction21

A Wiki HealthAction21 é um projecto dedicado ao desenvolvimento colaborativo de livros, relatórios, manuais e outros textos de conteúdo livre. Aquele site utiliza a ferramenta Wiki, que permite a qualquer pessoa melhorar qualquer artigo.

Wiki HealthAction21

A Wiki HealthAction21 apresenta para já três grandes temas em desenvolvimento:

  1. Crise económica (colecção de livros relacionados com a crise económica);
  2. Cuidados de saúde primários (colecção de livros subordinados ao tema Cuidados de Saúde Primários);
  3. Rede Saúde Pública 21 (investigação, desenvolvimento e inovação em saúde pública).

Este é um projecto desenvolvido sob a égide da Escola Nacional de Saúde Pública e no qual todos os profissionais que desempenhem funções ao nível dos Cuidados de Saúde Primários devem participar. Nós, Técnicos de Saúde Ambiental, não devemos ser excepção! Façam parte da Reforma dos Cuidados de Saúde Primários (este é um desafio que já vos havia lançado à alguns dias atrás), discutindo os assuntos, partilhando as vossas opiniões, evidenciando a vossa/nossa mais-valia para os Cuidados de Saúde Primários em geral e para as Unidades de Saúde Pública em particular.

Sugiro-vos uma reflexão crítica após a leitura atenta aos documentos já criados.

Participem activamente, mas com sobriedade!… Este é um apelo que vos faço. Participem! A isto chama-se cidadania.

Ciclo de Conferências: Tecnologias da Saúde nos Cuidados de Saúde Primários (1.ª Conferência)

Ciclo de Conferências: Tecnologias da Saúde nos Cuidados de Saúde Primários

Vai dar-se início, no próximo dia 3 de Junho, ao Ciclo de Conferências: Tecnologias da Saúde nos Cuidados de Saúde Primários. Esta 1.ª Conferência, Cuidados de Saúde Primários: A Reforma em Curso e os Profissionais das Tecnologias da Saúde, cuja organização está a cargo da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL), decorrerá no auditório daquela instituição de ensino.

Este é um evento que tem como finalidade “promover a reflexão sobre a intervenção dos Profissionais das Tecnologias da Saúde nos Cuidados de Saúde Primários” e que contará com a participação de elementos da Missão para os Cuidados de Saúde Primários.

Se és estudante ou docente da ESTeSL ou profissional das tecnologias da saúde não faltes (inscrição online). Assume-te enquanto agente da mudança. Participa!

A Saúde Pública em “revolução”

 Apresento-vos em baixo a transcrição de parte do artigo publicado ontem no PUBLICO.PT e que apresentava como título “Novas Unidades de Saúde Pública arrancam este ano para dar resposta a estilos de vida locais” (ler artigo na íntegra). Há muito que está anunciada a mudança de paradigma da Saúde Pública… vamos ver se é desta! Por agora, Francisco George, Médico de Saúde Pública e Director-Geral da Saúde diz que “estas novas unidades vão revolucionar a saúde pública em Portugal”. Deixem-me aqui recordar-vos que estas novas Unidades de Saúde Pública são feitas pelas pessoas de sempre (eu não disse velhas!).

Vamos ver que revolução nos espera… para já passámos a ser “especialistas em saúde ambiental”.

As Unidades de Saúde Pública arrancam este ano nos recém-criados agrupamentos de centros de saúde e cada uma responderá a 150 mil utentes com acções que pela primeira vez serão adaptadas aos estilos de vida e populações locais, avançou Francisco George.

Estas unidades vão integrar especialistas, como médicos e enfermeiros, mas também especialistas em saúde ambiental, estatística e outras disciplinas.

Caberá a estes profissionais “gerir nesse território os programas de saúde” e tratar de saber como estão a decorrer programas como o de vacinação, combate à obesidade, prevenção da hipertensão ou diabetes, segundo o director-geral de Saúde.

Francisco George, que falava à Agência Lusa a propósito do primeiro Congresso de Saúde Pública, que decorre entre amanhã e quarta-feira em Lisboa, assegura que as reformas em curso irão “marcar para sempre” a saúde pública em Portugal e mudar “o seu paradigma”.

Um dos marcos dessa reforma é a criação das Unidades de Saúde Pública (USP), estruturas que irão funcionar em cada um dos 74 Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES).

A grande diferença surge porque “os serviços de saúde pública tinham como base o distrito (18 no Continente) e vão agora ficar coincidentes com os ACES, que podem abranger uma população que varia entre os 100 e os 150 mil habitantes”, explicou.

“De 18 distritos, passamos a ter 74 agrupamentos e, em cada um deles, uma unidade de saúde pública com vocação diferente”, que será coordenada pelo delegado de saúde, adiantou o Director-Geral da Saúde.

É neste “contexto reformista” que Francisco George espera “adaptar o serviço de saúde pública ao estilo de vida dos portugueses, aos seus comportamentos e estrutura etária”.

A recente publicação em Diário da República do Decreto-Lei que criou as USP não encerrou o processo de criação destas estruturas. O Director-Geral da Saúde não pretende que estas entrem em funcionamento ao mesmo tempo e espera contributos de especialistas para a sua organização.

Este debate integra, aliás, o primeiro Congresso Nacional de Saúde Público. Organizado pela DGS, Escola Nacional de Saúde Pública e Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), este é o primeiro congresso do género e o pioneirismo está a gerar “fortes expectativas” no plano da saúde pública, segundo Francisco George.

“Vamos analisar uma reforma que se iniciou há três anos e que agora termina, em termos legislativos”, disse.

(…)

Saúde Pública do Centro, no centro das atenções…

Por correio electrónico, via Centro (obrigado Campos), tomámos conhecimento de um encontro de trabalho subordinado à reorganização dos serviços de saúde pública da Região Centro. Aparentemente este é uma replicação do Encontro Regional dos Serviços de Saúde Pública do Norte, com as necessárias adaptações.

Vai decorrer no próximo dia 28 de Abril, em Coimbra, no auditório da Fundação Bissaya-Barreto (Quinta dos Plátanos – Bencanta) um encontro de trabalho subordinado à reorganização dos serviços de saúde pública da Região Centro. Este encontro, destinado aos profissionais que exercem funções nos serviços de saúde pública da área de influência da ARS do Centro, IP e que irão integrar as unidades de saúde pública (USP) dos agrupamentos de centros de saúde (ACES) da Região criados ao abrigo da portaria nº 274/2009 de 18 de Março, contará com as presenças de Sua Excelência o Senhor Secretário de Estado da Saúde, Dr. Manuel Pizarro, que irá encerrar os trabalhos, e do Senhor Director-Geral da Saúde, Dr. Francisco George e tem como finalidade mobilizar os profissionais de saúde pública da Região Centro para uma efectiva implementação das USP enquanto unidades funcionais dos ACES.

Os interessados devem enviar as inscrições (programa e boletim de inscrição) por correio electrónico ou fax para o Departamento de Saúde Pública e Planeamento, até ao dia 24 de Abril.

Autoridades de Saúde e Serviços Operativos de Saúde Pública

Foram publicados hoje dois diplomas legais relevantes, essencialmente para quem desempenha funções na área da Saúde Pública, a saber:

Decreto-Lei n.º 81/2009
Reestrutura a organização dos serviços operativos de saúde pública a nível regional e local, articulando com a organização das administrações regionais de saúde e dos agrupamentos de centros de saúde.

Decreto-Lei n.º 82/2009
Estabelece o regime jurídico da designação, competência e funcionamento das entidades que exercem o poder de autoridades de saúde.

Estes são dois diplomas legais que ainda não tive oportunidade de ler. Alguém já leu? Alguém já tem comentários a fazer?