Os efeitos das alterações climáticas e a saúde dos portugueses

De acordo Paulo Diegues, chefe da Divisão de Saúde Ambiental da Direcção-Geral da Saúde (DGS), o aumento da procura por serviços de emergência devido a problemas do sistema cardio-respiratório relacionados com a poluição e doenças transmissíveis pela água ou pelos alimentos, vem enfatizar a dimensão do problema das mudanças climáticas e dos seus efeitos na saúde dos portugueses.

Segundo aquele especialista, que em 1996 foi meu monitor de estágio nos então Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Setúbal, esta situação afecta o mundo – confrontado com as mudanças climáticas -, mas mais particularmente a Europa.

“Estima-se que mais de 370 mil pessoas na Europa sejam afectadas por problemas de poluição atmosférica, atribuídos em grande parte às alterações climáticas”, explicou à Agência Lusa.

As ondas de calor de 2003, 2005 e 2006, a seca em 2004 e 2005 e as inundações em Outubro e Novembro de 2006 são exemplos de fenómenos climáticos extremos – intensificados pelo aquecimento global – em Portugal, com graves riscos para a saúde pública.

De acordo com informação da DGS, “estas alterações de frequência e intensidade dos fenómenos climáticos extremos constituem graves riscos para a saúde humana”.

Segundo dados do Ministério da Saúde, a mais famosa onda de calor em Portugal foi registrada em 2003, e ficou associada a um excesso de mortalidade de mais 1953 óbitos, dos quais 89% registaram-se em indiví­duos com idades iguais ou superiores a 75 anos.

Em função disto, as autoridades de saúde implementaram, a partir de 2004, um plano de contingência para ondas de calor com o objectivo de “minimizar os efeitos negativos do calor na saúde”.

Em 2006 foi registado o quinto Verão mais quente de Portugal desde 1931, com cinco ondas de calor meteorológicas.

Em relação à chuva, as projecções apontam para “uma redução da precipitação durante a Primavera, Verão e Outono, mais evidente na região Sul, e para uma maior frequência de episódios de precipitação intensa”.

Os efeitos das mudanças climáticas levaram as autoridades de saúde a elaborar planos de contingência e a monitorizar, além das ondas de calor, os níveis de ozono.

Estes fenómenos contribuíram igualmente para a reactivação do sistema de vigilância de vectores em Portugal (Programa REVIVE).

Recrutamento de médicos com a especialidade de Saúde Pública

Foi publicado hoje na 2.ª Série do Diário da República Electrónico o Aviso (extracto) n.º 19097/2009, da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, I. P., que publicita o processo de recrutamento de médicos, com a especialidade de saúde pública, que concluíram o internato médico na 1.ª época de 2009, na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

Será que irá haver “clientes”?

A delegação de competências na versão legal

Para além do título que decidi atribuir à mensagem, pouco ou nada haverá a acrescentar.

Como certamente alguns se recordarão, a legalidade da delegação de competências, quando atribuida a Técnicos de Saúde Ambiental, já foi por várias vezes contestada. No entanto, quando se promove, nos mesmos moldes, delegação de competências a um profissional de saúde, Delegado de Saúde Adjunto ou Assistentes Graduados de Clínica Geral (ver aqui), a situação torna-se, aparentemente, legal.

Papel do Técnico de Saúde Ambiental na Unidade de Saúde Pública e no Agrupamento de Centros de Saúde

Papel do Técnico de Saúde Ambiental na Unidade de Saúde Pública e no Agrupamento de Centros de SaúdeA pedido, divulgamos o documento Papel do Técnico de Saúde Ambiental na Unidade de Saúde Pública e no Agrupamento de Centros de Saúde, elaborado por alguns Técnicos de Saúde Ambiental da ARS Norte. O texto que em baixo apresentamos foi adaptado daquele que nos foi feito chegar.

O documento evidencia o leque vastíssimo de intervenções que o Técnico de Saúde Ambiental (TSA) pode ter, quer ao nível dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), quer ao nível das Unidades de Saúde Pública (USP), devendo ser difundido, para que todos os TSA possam estar em sintonia (se solicitados pelos ACES para colaborar na elaboração do Regulamento Interno, em programas, em projectos, etc…) e para que não restem dúvidas a todos os restantes profissionais, o quão eclético, imprescindível e necessário é o TSA, esteja onde estiver.

Não podemos (nem devemos) deixar que esta reconfiguração dos Serviços de Saúde Pública sirva para enaltecer e abrilhantar determinados profissionais em detrimento dos TSA, quando na verdade, uns e outros, devem ser parceiros de equipa e com um propósito único.

Pretende-se assim provar que a actuação deste grupo profissional é absolutamente transversal a todos os programas de saúde nacionais, por isso contamos contigo, contigo e contigo.

Este “contigo” está a fazer a parte que lhe compete, divulgando. Aos Técnicos e Estudantes de Saúde Ambiental, e demais profissionais (refiro-me aos determinados), sugiro a leitura e ampla divulgação do documento.

Haja dinheiro para os Médicos de Saúde Pública

Enquanto uns lutam para que lhes seja reconhecido o grau académico e, em função disso, venham a auferir um vencimento minimamente justo, outros há que se movem subtilmente para obterem aquilo que aos seus olhos lhes parece igualmente justo mas que a mim me parece despropositado.

Estou a referir-me à carta  (ver aqui) que o Sindicato dos Médicos do Norte endereçou à Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) na qual referem que além daquilo que os Médicos de Saúde Pública já recebem pela disponibilidade permanente, ainda devem ser remunerados se, porventura, vierem de facto a ser chamados.

Assim, pois, e salvo melhor opinião, o suplemento remuneratório atribuído por esta disponibilidade permanente apenas compensa o ónus de estar sempre disponível – 365 dias por ano, 24 horas por dia –, com a consequente limitação à liberdade da vida pessoal, social e familiar do médico

Nesse sentido, devem aqueles médicos ser remunerados sempre que sejam chamados e intervenham para além do seu horário semanal normal, de acordo com a legislação especial aplicável ao regime de trabalho dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde.

Estamos no Healthy Buildings

Foi no primeiro dia do mês de Julho que vos fiz referência ao Healthy Buildings 2009 (HB2009) e ao facto de ser o primeiro evento internacional em que iria participar e na qualidade de co-autor de um póster. A meio das férias o cenário mudou. A organização do evento contactou-me e aquilo que inicialmente estava previsto ser um póster rapidamente se transformou numa comunicação oral.

E agora cá estou!… Depois de um voo de sete horas e meia até Filadélfia e quase seis horas de espera até ao voo de ligação para Syracuse, que durou mais uma hora e meia, cá estou.

Saí de Lisboa às 10h de Sábado e cheguei a Syracuse por volta das 20h00m locais (01h00 em Portugal).

Syracuse Weather

Agora passam poucos minutos das 8:00PM e temos de temperatura uns agradáveis 69ºF.

Por hoje as actividades do HB2009 já terminaram. Ontem, Domingo (não se esqueçam que aqui ainda é Segunda-feira), começámos com uma “Champagne Reception”, seguida da “Opening Ceremony”. A Cerimónia de Abertura começou, como seria de espera, com o Hino Nacional dos Estados Unidos da América, cantado por uma menina e com o Crouse Hinds Theatre completamente de pé, Americanos e não Americanos. Ao todo somos cerca de 900 conferencistas registados, de mais de quarenta países.

Na Cerimónia de Abertura assistimos ainda à saudação de boas vindas de um dos Chefes (Hoyane) da Nação Onondaga (pertencente à Confederação Haudenosaune – Iroquois), pronunciada no idioma original. Foi bonito.

Terminámos com a actuação de Joanne Shenandoah, uma cantora Iroquois, membro do Wolf Clan da Nação Oneida da Haudenosaunee Six Nations Iroquois Confederacy, galardoada GRAMMY e vencedora por onze vezes do prémio Native American Music award.

Por hoje ficamos assim.
Provavelmente ainda darei notícias antes de sair de Syracuse.