Enquanto uns lutam para que lhes seja reconhecido o grau académico e, em função disso, venham a auferir um vencimento minimamente justo, outros há que se movem subtilmente para obterem aquilo que aos seus olhos lhes parece igualmente justo mas que a mim me parece despropositado.
Estou a referir-me à carta (ver aqui) que o Sindicato dos Médicos do Norte endereçou à Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) na qual referem que além daquilo que os Médicos de Saúde Pública já recebem pela disponibilidade permanente, ainda devem ser remunerados se, porventura, vierem de facto a ser chamados.
Assim, pois, e salvo melhor opinião, o suplemento remuneratório atribuído por esta disponibilidade permanente apenas compensa o ónus de estar sempre disponível – 365 dias por ano, 24 horas por dia –, com a consequente limitação à liberdade da vida pessoal, social e familiar do médico
Nesse sentido, devem aqueles médicos ser remunerados sempre que sejam chamados e intervenham para além do seu horário semanal normal, de acordo com a legislação especial aplicável ao regime de trabalho dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde.
Eu, durante os (alguns) anos que desempenhei funções enquanto Técnico de Saúde Ambiental num Serviço de Saúde Pública verifiquei que realmente, não raras vezes, os(as) Médicos(as) de Saúde Pública nomeados Autoridade de Saúde tinham que permanecer em casa ou relativamente próximo, estar sempre contactáveis e que eram chamados fora de horas com alguma frequência. Notei também que para minorar o incómodo que esta situação provoca e que é enfatizada no documento do sindicato (e que reconheço ser verdade), eram definidas escalas de serviço de forma a garantir que haveria sempre algum profissional disponível para estas situações, podendo os restantes alhear-se daquelas que seriam as suas competências nesse mesmo período.
Se querem ser remunerados sempre que são chamados, parece-me igualmente justo que não recebam rigorosamente nada se porventura não tiverem de escala de serviço e, consequentemente, não tiverem que garantir a pretensa disponibilidade permanente.
Portanto, das duas uma: (i) ou recebem exactamente o mesmo, quer sejam chamados ou não – e pelo que escrevi, já ficam a ganhar com isso; ou (ii) recebem sempre que forem chamados mas deixam de receber o correspondente à disponibilidade permanente quando não estiverem de escala.
Parece-vos bem?
Axoben!!! até porque tá aí a re(toma),toma de manguito
Mas…..frequentemente aquele que diz que trabalha de mais, é o que faz sempre muito pouco.
Um contribuinte gasoso (o meu dinheiro já se evaporou à muito).