Concentração populacional nos grandes centros urbanos: principais causas e efeitos

Ao longo das últimas décadas, associado ao aumento da população mundial, tem-se verificado um aumento do número de habitantes nos grandes centros urbanos e com isso novos tipos de problemas sociais, económicos e ambientais. É imperativo que as cidades tenham capacidade de resiliência de forma a garantir a qualidade de vida de quem nelas vive.

O fenómeno do aumento populacional nas cidades teve a sua génese com o denominado “êxodo rural”. O êxodo rural entende-se como o abandono do campo e de zonas rurais devido à deslocação da sua população, geralmente em busca de melhores condições de vida, para centros urbanos. Este fenómeno é bem visível em Portugal. Existem cada vez menos pessoas a habitar nas regiões do interior do país (consideradas rurais) e mais a habitar nas grandes cidades do litoral.

Segundo os dados dos últimos Censos, realizados em 2011, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) contava com cerca de 2,8 milhões de habitantes, representando cerca de 27% da população portuguesa, enquanto a Área Metropolitana do Porto tinha cerca de 18% da população total. Isto significa que, as duas metrópoles juntas tinham praticamente metade de toda a população residente em Portugal. Com base nos dados disponibilizados pelo INE/PORDATA relativos a 2018, e em particular para a AML, este número tem aumentado.

Figura 1. Evolução da população urbana e rural em Portugal (adaptado de Nações Unidas (2018). Nova Iorque, Divisão de População, Departamento de Assuntos Económicos e Sociais, Nações Unidas).

Trabalho realizado no âmbito da unidade curricular de Saúde Ambiental do 1.º ano do curso de licenciatura em Saúde Ambiental da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL-IPL), para o programa Jovens Repórteres para o Ambiente, pelos estudantes Beatriz Lopes, Jéssica Martinho, João Sobreira e Miguel Gomes (ver publicação original).

Sobrepopulação mundial e as suas consequências ambientais

A sobrepopulação tem vindo a ser reconhecida como a principal causa da maioria dos problemas ambientais, na medida em que o excesso de consumo está a ameaçar a sustentabilidade do planeta.

Em 1950 o número de população mundial era cerca de 2,5 mil milhões de habitantes, passando a 6 mil milhões no ano 2000. Apesar deste enorme aumento, a taxa de crescimento da população tem vindo a diminuir nos últimos 20 anos. Esta diminuição ainda não é visível com uma certa clareza pois grande parte das pessoas nascidas nos últimos 70 a 50 anos ainda se encontram vivas. De acordo com a Organização das Nações Unidas, prevê-se que a população mundial continuará a aumentar, alcançando os 11 mil milhões de habitantes até ao final do século. Estes dados permitem perceber a dificuldade de resolver os problemas associados à sobrepopulação, nomeadamente em relação à exaustão e consequente escassez de recursos naturais.

Nos países em desenvolvimento, a taxa de mortalidade tem vindo a reduzir bastante após o fim da Segunda Guerra Mundial, devido à implementação e promoção de campanhas de saúde pública e de vacinação, tendo como resultado uma redução significativa de doenças.

Figura 1. Crescimento populacional ao longo dos anos (fonte: Our World in Data).

Trabalho realizado no âmbito da unidade curricular de Saúde Ambiental do 1.º ano do curso de licenciatura em Saúde Ambiental da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL-IPL), para o programa Jovens Repórteres para o Ambiente, pelos estudantes André Fernandes, Miguel Silva e Tiago Silva (ver publicação original).

Pandemias: há razões para entrar em pânico?

Covid-19 é o nome da doença que parou mundo, mas esta não é a primeira vez que a humanidade vivencia uma pandemia. Já foram testemunhados outros casos de uma doença que se propagou de forma rápida e prejudicou não só o Homem como o ambiente que o rodeia.

A palavra pandemia teve origem no grego pan, que significa “todos” e demos “as pessoas”, e é uma palavra normalmente usada para se referir a uma epidemia, ou seja, uma doença contagiosa, mas que acabou por se espalhar por vários países ou continentes.

Ao longo da história, a humanidade já presenciou diversas epidemias desde da Peste Negra, à Cólera, à Gripe Espanhola, ao HIV entre muitas outras e acabando no mais recente, o coronavírus. Todas elas, além de provocarem consequências debilitantes e às vezes fatais para aqueles que foram diretamente afetados, também podem provocar diversas consequências negativas ao nível socioeconómico e político. Qiu et al., no estudo “The Pandemic and its Impacts”, publicado em 2017 no jornal “Health, Culture and Society”, referem que em 2009, o impacto da gripe pandémica, o H1N1, não foi apenas relativo à mortalidade, mas também sobre os sistemas de saúde, a saúde animal, a agricultura, a educação, os transportes, o turismo e o setor financeiro. Outro exemplo, o SARS em 2003 e as pandemias de Ébola, em 2013 e 2015, respetivamente, perturbaram as economias e a ordem social na China e na África Ocidente, além dos doentes e mortos que causaram.

Figura 1. Intervenções de base comunitária. Legenda da figura: (#1) atrasar o pico do surto; (#2) descomprimir os picos de carga nos hospitais/infraestruturas; (#3) diminuir os casos globais e os impactos na saúde (adaptado de Markel H, Lipman HB, Navarro JA, et al. Nonpharmaceutical Interventions Implemented by US Cities During the 1918-1919 Influenza Pandemic. JAMA. 2007).

Trabalho realizado no âmbito da unidade curricular de Saúde Ambiental do 1.º ano do curso de licenciatura em Saúde Ambiental da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL-IPL), para o programa Jovens Repórteres para o Ambiente, pelos estudantes Eduardo Pereira, Raquel Fonseca, Shakila Oliveira e Tânia Nunes (ver publicação original).

Por detrás da máscara: COVID-19

As máscaras cirúrgicas e as luvas de latex que estão a ser utilizadas de modo massivo pela população como forma de prevenção durante a Pandemia da COVID-19, são de uso único, estando a ser eliminadas como resíduo urbano, podendo estes serem considerados resíduos de risco biológico inseridos no grupo III dos resíduos hospitalares.

O que são máscaras e luvas?

São equipamentos de proteção Individual (EPI), mas que simultaneamente podem ser considerados dispositivos médicos. De acordo com o Decreto-lei n.º 128/93 de 22 de abril de 1993 , artigo 1º – alínea a. (entretanto revogado pelo Decreto-Lei n.º 118/2019), EPI é “qualquer dispositivo ou meio que se destine a ser envergado ou manejado por uma pessoa para defesa de um ou mais riscos suscetíveis de ameaçar a sua saúde ou a sua segurança”.

Um trabalho realizado no âmbito da unidade curricular de Gestão de Resíduos do 2.º ano do curso de licenciatura em Saúde Ambiental da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL-IPL), para o programa Jovens Repórteres para o Ambiente, pelas estudantes Fabiana Clérigo, João Anjos e Sandra Ferreira (ver publicação original).

Um mar de redes!

De acordo com a organização não-governamental Animal Protection, cerca de 100 mil baleias, golfinhos, focas, leões-marinhos e tartarugas morrem todos os anos devido às redes de pesca que são abandonadas no mar e que a Organização das Nações Unidas estima serem 640 mil toneladas anuais. Num relatório publicado pela Greenpeace no final de 2019, este valor representava mais de 85% dos resíduos plásticos encontrados no fundo do mar. Recorde-se que há 10 anos atrás, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura estimavam ser este valor de “apenas” 10%.

Um trabalho realizado no âmbito da unidade curricular de Gestão de Resíduos do 2.º ano do curso de licenciatura em Saúde Ambiental da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL-IPL), para o programa Jovens Repórteres para o Ambiente, pelas estudantes Diana Narciso, Catarina Carvalho e Inês Andrade (ver publicação original).

A nossa sobrevivência só depende de nós!

O Homem tem promovido a destruição das florestas com o objetivo de explorar recursos naturais, ou para fazer uso das áreas livres na agropecuária, com consequências significativas para o planeta a para a humanidade. Em função das dinâmicas da economia mundial, a desflorestação tem vindo a aumentar, e com ela o aumento de gases poluentes na atmosfera, uma maior probabilidade de deslizamento de terras, assim como a destruição progressiva da flora e fauna, dentre outros.
Se não mudarmos o nosso comportamento, o mundo como o conhecemos pode deixar de existir e nós passaremos a ser a espécie em risco!

Esta é uma “video-campanha” de animação, produzida em período de pandemia COVID-19 e confinamento social, realizada no âmbito da unidade curricular de Saúde Ambiental do 1.º ano do curso de licenciatura em Saúde Ambiental da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL-IPL), para o programa Jovens Repórteres para o Ambiente, pelos estudantes Jailsa Sanca, Leonardo Miranda, Márcia Pereira e Rodrigo Jorge, com a colaboração de Henrique Pocinho.