Os Sindicatos representantes da maioria dos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica, Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (SINDITE) e Sindicato das Ciências e Tecnologias da Saúde (SCTS), uniram-se no apelo à greve para o próximo dia 23 de Setembro.
Eu confesso que não sou grande fã de sindicatos e alguns deles assumem um postura que me desagrada. Em relação àqueles que supostamente defendem os nossos (vossos) interesses, a minha posição não é muito diferente. Apesar disso, reconheço-lhes a importância e o esforço e foi por isso que até ao último dia em que desempenhei funções como Técnico de Saúde Ambiental, me mantive sindicalizado.
Em relação à minha adesão a greves, admito que não as fiz todas. Não fiz porque aquilo que era reivindicado, numa ou noutra situação, apesar de ser relevante para alguns, não o era para mim e não tenho por hábito encarar a greve como uma oportunidade para ficar em casa.
Se eu ainda estivesse na carreira de Diagnóstico e Terapêutica, como seria desta vez? A luta que agora se trava recorda-me aquela que se travou antes da revisão da carreira, em 1999… e eu estive lá!
Não sei se já repararam mas estão quase a fazer 10 anos desde a revisão que referi. Estão quase a fazer 10 anos de incumprimento de, mais que promessas, obrigações. No preâmbulo do Decreto-Lei n.º 564/99, de 21 de Dezembro, que estabelece o estatuto legal da carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica pode ler-se que “a alteração pontual da carreira que ora se leva a efeito tem subjacente o reconhecimento da necessidade de uma reestruturação mais aprofundada que compatibilize o respectivo exercício com o processo de reforma do ensino em curso, entretanto reflectido no novo grau académico (…)”. Isto foi escrito e publicado há 10 anos!!
Durante estes 10 anos, já depois de ter concluido a licenciatura, tentei fazer valer o grau académico que entretanto detinha. Foi em vão! À luz da carreira, da Administração Regional da Saúde onde trabalhava e do Provedor de Justiça ao qual expus a situação, o facto de ser licenciado não tinha qualquer valor. Isto foi um dos motivos que me fez “desistir”.
Se eu ainda estivesse na carreira de Diagnóstico e Terapêutica, desta vez, tal como em ocasiões anteriores, faria greve, com certeza!!
Não deixem passar a oportunidade de fazer valer os vossos direitos. Façam-se ouvir!… Reivindiquem!… Protestem!… Façam GREVE!!… Mostrem aos decisores indecisos que vocês já tomaram uma decisão… MAIS INJUSTIÇAS NÃO!
Dia 23 de Setembro, às 15.00h, frente ao Ministério da Saúde, mostra a tua indignação.